O Supremo ensaia aderir à meia anistia
Primeiro foi Gleisi Narizinho Hoffmann que falou “anistia não”, mas uma meia anistia até podia rolar. Depois foi Huguito Motta que soltou a mesma informação na imprensa Agora foi a vez do decano supremo, Mendes — o Gilmar. Não vai ter anistia, mas vai ter redução de pena pras pessoas do 8 de janeiro, BRASEW!
O caso Gilmar rolou nesta quinta-feira, véspera de feriadão (e você aqui, lendo a Tixa! Lóve you com acento). Aprendi outro dia no livro O Tribunal, do Felipe Recondo e Luiz Weber, que a opinião do decano supremo pesa muito entre os pares. Então, quando o Gilmar resolve dar pitaco no jornal, vale prestar atenção.
Eis o que ele disse ao Globo:
“Há uma discussão sobre a possibilidade de aplicação da progressão da pena, que é natural. Certamente muitos já são beneficiados ou serão beneficiados pela progressão. Já houve decisões em vários casos sobre prisão domiciliar e imagino que esse trabalho vai ter continuidade.”
Sim, o próprio Xandão já mandou alguns do 8 de janeiro pra prisão domiciliar.
E o supremo Gilmar ainda contou que anda trocando ideias com o Huguito, que o ambiente no STF é mega tranquilo, todo mundo se dando bem. Lula, Davi, Huguito... Quase Huguinho, Zezinho e Luizinho.
A grande preocupação do Gilmar — que casa direitinho com o que pensa o Planalto — é que essa anistia que a direita quer empurrar goela abaixo no Congresso vai anistiar até os mentores da tentativa de golpe. Logo, se a lei passar e Bolsonaro for condenado pelo golpe de Estado do 8 de janeiro, ele fica anistiado?
Mas o Gilmar não titubeou: pode discutir redução de pena, mas anistia, de jeito nenhum.
“As pessoas estão minimizando o que ocorreu. Se viu nessa investigação que havia ameaças muito sérias, inclusive de matar pessoas. Então, não estamos falando de um passeio no parque. É algo grave. Nossa missão é esclarecer que não se trata de algo banal. É claro que essas pessoas foram instrumentalizadas, mas obviamente elas se deixaram instrumentalizar.”
Devo, não nego.
E falando nisso, o Haddad — nosso Fernandinho Cabelo, que comanda a Fazenda — disse que vai faltar uns 10 bi no orçamento do próximo ano e sugeriu adiar o pagamento dos precatórios. O bom dessas soluções é que a oposição nem pode reclamar. Alguém aí lembra dos quase 100 bilhões que o Bolsonaro deixou de pagar no ano da eleição? E tudo, claro, com aval do Congresso.
Hacker aqui
E tá dando pano pra manga o caso do funcionário da Abin, a agência de inteligência do governo, que contou pra Polícia Federal que o governo espionou o Paraguai pra saber o que iam negociar no fim do acordo de Itaipu (revelado pelo UOL). O depoimento, que era sobre a Abin Paralela do governo Bolsonaro, acabou sendo liberado pra todo mundo no inquérito e, claro, vazou.
Com vazamento ou sem vazamento, o fato é que o diretor da Abin, Luiz Fernando Corrêa (indicado por Lula), passou CINCO horas depondo sobre o caso na PF.
O governo Lula jurou de pés juntos que nada disso aconteceu no seu mandato, que foi tudo coisa do Bolsonaro. É verdade que a espionagem começou no governo Bolsonaro, mas também continuou no governo Lula. 👀
A Folha noticiou que o presidente (sim, o Lula) convocou Corrêa e o chefão da PF, Andrei Rodrigues, pra saber o que tá rolando. Imagina que papo… Só sei que Corrêa e Rodrigues não se bicam. Vai vendo, BRASEW. Enquanto isso, eu vou pra Páscoa — mas devo comer só as cenouras do coelhinho!
