El País

 

Sánchez repudia Marlaska MILAGRES PÉREZ OLIVA

Olá, bom dia! ‌ A tempestade no governo de coalizão amainou ontem quando o primeiro-ministro Pedro Sánchez decidiu tomar as rédeas da situação e ordenou o cancelamento da compra de 15 milhões de cartuchos de munição de uma empresa israelense, anulando assim a decisão do ministro do Interior, Fernando Grande-Marlaska. O que não diminui é a guerra na Ucrânia. Pelo contrário. Enquanto Donald Trump pressiona o presidente Zelensky a aceitar a capitulação, Putin abandona o plano dos EUA e bombardeia Kiev violentamente.

O ministro do Interior, Fernando Grande-Marlaska, durante a sessão plenária do Congresso dos Deputados em 9 de abril.  / JAVIER LUZON.

Foi uma situação embaraçosa para Pedro Sánchez, que se destacou por seu firme apoio ao povo palestino e anunciou no Congresso que não haveria vendas de armas para Israel enquanto o cerco a Gaza continuasse. A compra de 15 milhões de cartuchos de munição de uma empresa israelense autorizada pelo Ministro do Interior desafiou esse compromisso e também violou o acordo do governo com Sumar. Yolanda Díaz não estava disposta a fazer concessões. Assim, entre repudiar o ministro ou colocar a coalizão em risco, Pedro Sánchez optou pela primeira opção: ontem, o presidente ordenou a " rescisão unilateral" do contrato. É assim que a situação de Grande Marlaska está agora, de acordo com Carlos E. Cué.  ‌ A crise é considerada resolvida após conversas entre Sánchez e Díaz. O presidente não está considerando remover Marlaska, que havia sustentado que rescindir o contrato era inviável. Este e todos os acordos assinados e pendentes anteriormente foram rescindidos. Alberto Núñez Feijóo, por outro lado, defendeu a necessidade de seu cumprimento. ‌ Análise | O governo de coalizão atira no próprio pé com balas israelenses . Por Miguel González.  ‌ E aqui está o nosso editorial, com um título eloquente: Mais uma asfixia inútil no Governo.

Máxima pressão política e militar sobre a Ucrânia

Equipes de resgate ajudam uma mulher ferida após um ataque aéreo russo atingir Kyiv na quinta-feira.  / LIBKOS (GETTY IMAGES).

O presidente russo, Vladimir Putin, não poderia ter sonhado em ter um aliado melhor para sua política expansionista: o principal apoiador de seu inimigo agora está ao seu lado e trabalhando para ele quando promove uma paz que concede todos os territórios ocupados à Ucrânia. Enquanto Donald Trump pressionava o governo de Zelensky a aceitar essas condições, Putin o desafiou com seu ataque mais agressivo desde o verão. Bombardeou várias cidades com drones e mísseis, incluindo Kiev, causando pelo menos 12 mortes e cem feridos. Luis de Vega nos conta que eles ainda estão procurando por pessoas desaparecidas nos escombros.  ‌ Irritado por não estar no controle da situação, Donald Trump o advertiu e pediu que ele parasse. Mas neste ponto está bem claro que Putin está fazendo suas próprias coisas. Silvia Ayuso explica que as dificuldades que Trump quer impor à Ucrânia preocupam não apenas Kiev, mas também Bruxelas, que tenta defender a integridade territorial do país invadido. Ele acredita que a Rússia não está buscando a paz, mas sim prolongando o conflito. ‌ A charge de EL ROTO é especialmente apropriada hoje para ilustrar tudo o que acabei de contar: guias cegos para um mundo escuro.

O diretor do FMI se curva diante de Trump e elogia Milei.

Os Estados Unidos são o maior acionista do Fundo Monetário Internacional. E Trump não gosta da maneira como ele age. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, atacou implacavelmente o que considerou uma preocupação excessiva com questões sociais, ambientais e de gênero e pediu que seu diretor se concentrasse na missão de garantir a estabilidade financeira. Resultado: Kristalina Georgieva declara sua disposição de incorporar as correções sugeridas por Trump, ao mesmo tempo em que pede a eliminação da incerteza causada pela guerra comercial. Georgieva também elogiou as políticas econômicas de Javier Milei na Argentina. ‌ E enquanto isso, ‌ A Agência de Imigração e Alfândega dos EUA assinou um contrato de US$ 29,8 milhões com a Palantir para desenvolver um software capaz de rastrear imigrantes ilegais e facilitar sua deportação. A Anistia Internacional e especialistas jurídicos consideram isso “uma aberração”.

As duas almas da Igreja iniciam a batalha

Os cardeais que chegaram a Roma para o conclave entram na Basílica de São Pedro. / CARLOS BARRIA (REUTERS).

O prelúdio do conclave ainda está em andamento, mas a batalha entre as duas principais facções em conflito para determinar a escolha do sucessor já começou. A questão em questão é se o próximo Papa seguirá os passos de Francisco ou retornará à linha mais ortodoxa da Igreja . Íñigo Domínguez explica que, longe da cautela que antecedeu os conclaves de 2005 e 2013, desta vez alguns cardeais já estão tomando posições.  ‌ Se você quiser saber quem são os 133 eleitores que escolherão o novo Papa e de onde eles vêm, você encontrará as informações aqui.  ‌ Pablo Ordaz nos lembra como foram os primeiros meses de Francisco como Papa: prático em seus negócios, evasivo em seus dogmas. Não há dúvidas de que acabou se tornando muito popular. Mais de 90.000 pessoas já passaram pela capela funerária.

1,3 bilhão para construir casas modulares

Um guindaste coloca um módulo de uma casa geminada da Aedas Homes na Comunidade Valenciana. / CASAS AEDAS.

O problema da moradia é tão sério que, não importa o quanto nos esforcemos para construir, com a gestão atual e os prazos de construção, uma solução leva anos para chegar... a menos que se encontre uma maneira de encurtar esses prazos. Ontem , o primeiro-ministro Pedro Sánchez anunciou um investimento de 1,3 bilhão de euros em um novo PERTE (Perte para o Desenvolvimento Habitacional) para ajudar a construir mais rápido. Será um modelo industrializado que permitirá a construção de cerca de 15 mil casas pré-fabricadas por ano.

Violência sexual na indústria audiovisual

O primeiro estudo sobre violência sexual da Associação de Mulheres Cineastas e Audiovisuais revela que 60% das profissionais do setor relatam ter sofrido agressão sexual no trabalho. E 92% não relataram isso. A conclusão é clara: a indústria audiovisual é um ambiente de trabalho inseguro para as mulheres.

Em poucas palavras

Procurador-Geral do Estado, Álvaro García Ortiz, perante a Comissão de Justiça do Senado, em 18 de fevereiro.  / JAIME VILLANUEVA.

O WhatsApp enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma investigação contra o procurador-geral da República por suposta divulgação de sigilo de informações solicitadas por ele. Estas são as mensagens que García Ortiz recebeu e enviou durante os dias em que vazaram informações sobre fraude fiscal envolvendo o namorado da presidente Isabel Díaz Ayuso.  ‌ O juiz que investiga a tragédia de Dana, em Valência, sustenta que a Generalitat (governo catalão) sabia do risco representado pelo barranco de Poyo oito horas antes do alerta. O instrutor sugere novamente que Carlos Mazón testemunhe voluntariamente.  ‌ O lixo está se acumulando nas ruas de Madri devido à greve de três dias dos trabalhadores das seis empresas licenciadas para coletar lixo na capital.  ‌ Choque em Nantes pela morte de um aluno de escola particular, esfaqueado por outro menor. Três outras crianças ficaram feridas, uma delas gravemente.  ‌

E para finalizar...

“No século passado, sexo era tabu. Agora, é morte.” O filósofo francês Régis Debray, a quem essa frase pertence, foi condenado à morte e chegou a enfrentar um pelotão de fuzilamento. Tudo se torna leve em um momento como esse, ele diz. Dois anos atrás, quando tinha 82 anos e pensava que a morte estava próxima, ele escreveu The Last Breath. É uma conversa com um médico de cuidados paliativos que o cineasta Constantin Costa-Gavras, de 92 anos, transformou em seu último filme. Duas grandes figuras da cultura, um médico humanista e Angela Molina. Não perca a história. Nem mesmo as críticas de Carlos Boyero. ‌ Podcast | Sobre fadas, capitalismo e ego: por que reviver mamutes? ‌ É tudo por hoje. Bom fim de semana! ‌ Obrigado pela leitura! Para quaisquer comentários ou sugestões, escreva para boletines@elpais.es ‌

SOBRE A ASSINATURA MILAGRES PÉREZ OLIVA No El País desde 1982, trabalhou como repórter especializada em sociedade e biomedicina e ocupou cargos de editora-chefe, tarefas que conciliava com a docência universitária na Faculdade de Jornalismo da Universidade Pompeu Fabra. Ele projetou e dirigiu o primeiro suplemento de saúde do jornal. Ela foi Defensora dos Leitores de 2009 a 2012, quando se juntou à Opinión como editorialista e colunista. Ela é responsável pelo boletim matinal El País.