El País

Amplo apoio ao exército europeu  MILAGRES PÉREZ OLIVA

Olá, bom dia! ‌ 55% dos espanhóis concordam totalmente ou parcialmente com a criação de um exército europeu. Em pouco tempo, a percepção de perigo aumentou significativamente, e os cidadãos têm clareza de onde ele vem: Rússia, EUA e Israel são os países que representam o maior risco à paz. Isso é refletido pelo barômetro de 40 dB. para EL PAÍS e Cadena SER.

Soldados ucranianos disparam um canhão César de fabricação francesa.  / LIBKOS (AP).

Quase seis em cada dez espanhóis acreditam que o mundo do futuro será mais violento; 57% consideram muito ou razoavelmente provável que os EUA tomem outros territórios, e 51% que a Rússia invada um país da União Europeia. Por fim, 62% acreditam que é muito ou bastante provável que Israel expulse a população palestina de Gaza. Aqui você encontrará uma análise das respostas, que revelam um rápido aumento na preocupação. ‌ Não é de se admirar. Essas são ameaças que fazem parte do discurso de países percebidos como a principal ameaça à paz. Embora a Espanha não esteja entre os diretamente ameaçados, quatro em cada dez cidadãos planejam preparar o kit de emergência recomendado pela UE. ‌ Em termos de intenção de voto, se as eleições fossem realizadas hoje, o fator mais significativo é que o bloco de direita (PP e Vox) estaria à frente do bloco de esquerda (PSOE, Sumar e Podemos) por mais de nove pontos. A divisão entre Sumar e Podemos está causando estragos naquele espaço. O PP interrompeu o declínio em relação às pesquisas anteriores e, com 32,6% das intenções de voto, está agora três pontos à frente do PSOE. A extrema direita agora tem quase 17% dos votos. ‌ Batalhas presentes, vitórias futuras. Aqui está a análise dos resultados feita pela diretora do 40dB, Belén Barreiro. ‌ Enquanto isso, continua a confusão causada pela guerra tarifária de Trump, que teve um efeito inesperado na Espanha, como nos conta Anabel Díez em sua coluna: a reconfiguração da política interna.

Especialistas recalculam cenários em meio ao caos

Donald Trump lê a primeira página do The NY Post ao chegar ao campo de golfe em Jupiter, Flórida. / ALEX BRANDON (AP).

A confusão que Donald Trump criou com sua guerra comercial é tão grande que especialistas estão se esforçando para recalcular cenários possíveis, mas a situação é tão instável que tudo pode acabar sendo diferente ou pior do que o imaginado. Por enquanto, além da queda da bolsa de valores que já vimos, a perspectiva de uma possível recessão já está reduzindo os preços da energia. O pior cenário é que a combinação de recessão e inflação acabe causando um problema de dívida nos EUA. “A bazuca pode explodir nas mãos de Trump”, escreve Antonio Maqueda. ‌ Como Miguel Jiménez explicou ontem, a obsessão de Trump com tarifas desencadeou uma crise global que está devastando a globalização e forçando uma redefinição da ordem geopolítica. ‌ "O pano de fundo da imprudente guerra comercial de Trump está na incapacidade dos EUA de enfrentar o desenvolvimento tecnológico imparável da China", argumenta Andreu Missé neste artigo. A Europa e a China podem se beneficiar do novo contexto.

Musk e senadores republicanos contra tarifas

Todas essas previsões explicam por que a guerra tarifária de Trump começou a receber reação interna .   E não apenas da oposição, que convocou cerca de 1.400 protestos em todo o país, mas também dentro de suas próprias fileiras. Nada menos que Elon Musk e uma dúzia de senadores republicanos , incluindo Ted Cruz e Mitch McConnell, criticaram as tarifas . No sábado, Musk argumentou contra as tarifas entre a Europa e os EUA e defendeu uma zona de livre comércio entre eles. Vamos ver como isso vai acontecer com Trump. É compreensível que Musk não goste da guerra tarifária: a Tesla perdeu US$ 18 bilhões no mercado de ações em dois dias. ‌ Para o ex-presidente José Luis Rodríguez Zapatero, a guerra tarifária lançada por Trump acelerará o declínio do império americano. É um declínio de longa data, do qual o próprio Trump é o principal exemplo. Entrevistado por Miguel González. ‌ Você deve se lembrar que na pomposa coletiva de imprensa em que lançou sua guerra comercial, Trump brandiu um livro. Foi o relatório que justificou as “tarifas recíprocas”. Bem, nesse relatório, a Espanha é citada 23 vezes, a maioria de forma negativa, escreve Miguel Jiménez. Aqui está a lista de queixas de Trump contra a Espanha.

Le Pen perde moderação e vai contra o sistema

Marine Le Pen cumprimenta centenas de apoiadores reunidos em Paris neste domingo. (REUTERS).

Os esforços de Marine Le Pen para apresentar seu partido, o Rally Nacional, como uma força respeitável e moderada sofreram sérios danos esta semana. A campanha de desacreditação do sistema de justiça lançada após a sentença que a condenou a quatro anos de prisão e cinco anos de inabilitação por desvio de fundos europeus culminou ontem com uma manifestação em Paris que reuniu apenas 3.000 apoiantes . Pouca participação para tanta vitimização.  ‌ Jair Bolsonaro também está se revoltando contra sua acusação por tentativa de golpe de estado no Brasil. Ontem, ele liderou uma grande manifestação em favor da anistia para os já condenados.

O Papa faz uma reaparição surpresa

"Enfrentar o sofrimento juntos nos torna mais humanos", disse o Papa Francisco ontem na homilia lida em seu nome, já que ele ainda tem problemas respiratórios. O pontífice fez uma reaparição surpresa na Praça de São Pedro depois de passar 38 dias hospitalizado com pneumonia e mais dez dias convalescendo em sua residência.

Em poucas palavras

A eurodeputada do Podemos, Irene Montero, durante seu discurso em Madri neste domingo. / FERNANDO VILLAR (EFE).

Uma semana depois de o Movimento Sumar ter pedido a unidade da ala esquerda do PSOE para formar uma lista única, o Podemos lançou ontem Irene Montero como sua candidata principal nas próximas eleições gerais.  ‌ Benjamin Netanyahu será recebido hoje por Donald Trump em meio à sua ofensiva contra a população palestina, a quem ele pune com particular crueldade depois que Israel quebrou o acordo de cessar-fogo. O primeiro-ministro continua sua turnê por países que estão ignorando o mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional contra ele por crimes de guerra.  ‌ Três anos após a ofensiva que devastou a cidade de Mariupol, as forças russas estão tomando dezenas de casas a cada semana após declararem seus proprietários desaparecidos. Muitos não são, mas não podem reivindicar. Enquanto isso, novos edifícios estão sendo construídos, apenas para os russos. ‌ Nas últimas semanas, soubemos de dois casos de interferência judicial em pedidos de eutanásia aprovados por comitês de supervisão, o mais recente sendo o de Francesc Augé, cujo pai o levou à justiça por solicitar assistência para morrer. Sobre este assunto recomendo a coluna Eutanásia, que ninguém decida por mim , de José Antonio Martín Pallín.

E para finalizar...

O que estávamos perdendo é que, em meio ao caos e às guerras de todos os tipos, surgem novos filósofos e novas teorias que tentam explicar o que está acontecendo... e eles não existem. Foi o que aconteceu com a teoria da Hipnocracia , sobre a era da percepção manipulada, supostamente desenvolvida em um livro com esse título pelo filósofo Jianwei Xun. Foi apresentado em uma conferência realizada em Cannes e recebeu ampla cobertura da mídia. Na realidade, é uma obra concebida pela pessoa listada como tradutora e criada com dois programas de IA. Ou seja, uma invenção. Plausível e provável, mas é mentira.  ‌ Tudo isso mantém você acordado à noite? Você tem problemas de insônia? Seja qual for a causa, tenha cuidado com hipnóticos e benzodiazepínicos. A Espanha é o país que mais utiliza esses medicamentos para ajudar as pessoas a dormir. 7% dos adolescentes levam medicamentos consigo. Mas a melhor maneira de dormir é outra. O presidente da Federação Espanhola de Sociedades de Medicina do Sono, Carlos Egea, explica aqui . ‌ É tudo por hoje. Tenha um bom dia! ‌ Obrigado pela leitura! Para quaisquer comentários ou sugestões, escreva para boletines@elpais.es

SOBRE A ASSINATURA MILAGRES PÉREZ OLIVA No El País desde 1982, trabalhou como repórter especializada em sociedade e biomedicina e ocupou cargos de editora-chefe, tarefas que conciliava com a docência universitária na Faculdade de Jornalismo da Universidade Pompeu Fabra. Ele projetou e dirigiu o primeiro suplemento de saúde do jornal. Ela foi Defensora dos Leitores de 2009 a 2012, quando se juntou à Opinión como editorialista e colunista. Ela é responsável pelo boletim matinal El País.