As bolsas de valores caem e o mundo se refugia | MILAGRES PEREZ OLIVA |
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Bom dia!
Depois do choque, os parapeitos. Donald Trump surpreendeu a todos com um plano tarifário pior do que o esperado, e o que era esperado já era ruim o suficiente. Então ontem o mercado de ações caiu, o preço do petróleo caiu e o dólar caiu em relação ao euro. Eles antecipam uma possível recessão. Todas as vítimas, que eram muitas, começaram a construir suas defesas. Também a Espanha. Pedro Sánchez anunciou um plano para mitigar os efeitos. |
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|  | Pedro Sánchez, durante a apresentação de ajudas aos setores afetados por tarifas, ontem, quarta-feira. / CLÁUDIO ALVAREZ. |
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O epicentro do terremoto foi nas bolsas de valores, que preveem um esfriamento da economia global, mas os tremores secundários ameaçam se espalhar em muitas direções. A perda de capitalização de mercado nos dois principais índices dos EUA foi de três trilhões de dólares, com as grandes empresas de tecnologia sendo as mais afetadas. Laura Salces e Cecilia Castelló explicam como a onda descendente se espalhou pelo mundo , com o euro subindo para US$ 1,11 e o preço do barril de petróleo Brent caindo 7%.
As reações não tardaram a chegar: |
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A UE procura alianças alternativas | |
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As tarifas afetam 70% das exportações da UE para os EUA. A Comissão Europeia continua priorizando a opção da negociação, mas manteve o botão nuclear na manga: as regulamentações anticoercitivas, que lhe permitem retaliar nos setores mais afetados e com fórmulas que não são estritamente tarifárias. Mas enquanto decide a resposta, ele já está trabalhando para criar relacionamentos comerciais alternativos.
- A notícia das tarifas pegou Ursula von der Leyen em Samarcanda, uma cidade na Rota da Seda, onde ela está negociando acordos com países da Ásia Central. Eu já tinha ido para a Índia. E antes disso, havia chegado a um acordo com o Mercosul. Já possui acordos comerciais com 76 países. Essa é a rota.
A China, que imporá tarifas de 54% sob as novas taxas, chamou a medida de "prática de intimidação unilateral" e alertou que retaliará se as tarifas não forem suspensas. O Canadá respondeu com tarifas de 25% sobre carros americanos. |
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Sánchez toma a iniciativa e Feijóo se distancia do Vox | |
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|  | Participantes da reunião convocada pelo Governo para discutir a resposta às tarifas. / CLÁUDIO ALVAREZ. |
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Pedro Sánchez demonstrou mais uma vez ontem que prospera em emergências. Ele teve que lidar com uma pandemia, um vulcão, a crise do conflito na Ucrânia, uma seca e, agora, uma guerra comercial. Embora a Espanha não seja um dos países mais afetados, também sofrerá. O presidente levou menos de 24 horas para reunir as partes interessadas da sociedade e anunciar um plano de resgate de US$ 14 bilhões para proteger a economia. Carlos E. Cué explica aqui em que consiste e como o apresentou. O ministro Carlos Cuerpo comandará a operação.
A imposição de tarifas de Trump atingiu a política nacional como um meteoro. Alberto Núñez Feijóo acha muito difícil atacar ou distanciar-se do Governo nesta questão. Desta vez, ele também pediu unidade. O Ministro do Corpo e o chefe econômico do PP até se encontraram. E ele também se distanciou da Vox.
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Aqui estão algumas opiniões esclarecedoras, começando pelo nosso editorial:
- Choque geoeconômico. Ele ressalta que o plano irresponsável de Trump representa uma séria ameaça à prosperidade global. É também um ato de automutilação para os Estados Unidos. A UE tem armas poderosas tanto para negociação quanto para defesa, e deve usá-las.
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Orbán abriga Netanyahu e abandona o TPIJ | |
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|  | Benjamin Netanyahu (à esquerda) com Viktor Orbán em Budapeste na quinta-feira. /GPO/AVI OHAYON (EFE). |
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O primeiro-ministro da Hungria levou ontem seu desafio aos valores da UE a um novo nível. Viktor Orbán recebeu o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, que está preso pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra em Gaza, com normalidade e honras. Desde que a Hungria assinou o Estatuto de Roma que criou o tribunal em 1999, o país foi obrigado a prendê-lo assim que ele pisasse em terra firme. Em vez disso, Orbán anunciou que seu país estava deixando o TPI .
E enquanto Netanyahu posava tão relaxadamente com Orbán em Budapeste, isso acontecia em Gaza: |
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27 mortos em atentado a bomba em escola | |
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|  | A escola Dar al-Arqam na Cidade de Gaza, após o bombardeio israelense na quinta-feira. /KHAMES ALREFI (IMAGENS ANADOLU7GETTY). |
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O terror já virou rotina. Como explica Antonio Pita, bombas podem cair em qualquer lugar. Esta imagem que você vê mostra os restos da escola Dar al-Arqam, na Cidade de Gaza, um abrigo para famílias deslocadas, após o bombardeio israelense que deixou 27 mortos e mais de 70 feridos , que também não poderão receber os cuidados médicos de que necessitam. Muitas delas são crianças. O bombardeio de uma clínica da ONU havia causado 22 mortes no dia anterior.
Os comandantes militares sabiam que era uma escola. Pois eles sabiam que o alvo de quarta-feira era um dispositivo médico.
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|  | A promotora de crimes de ódio Susana Gisbert em uma imagem de 2023. / MANUEL BRUQUE. |
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- Nem mesmo o promotor está imune às ameaças ultra. Susana Gisbert, promotora de crimes de ódio em Valência, foi vítima de uma campanha de assédio por parte de seguidores de Alvise Pérez. Eles enviaram mensagens dizendo que iriam estuprá-la e matá-la. O promotor apresentou uma queixa, e um tribunal de Valência encaminhou o caso ao Supremo Tribunal porque Alvise tem imunidade.
- E hoje temos mais um caso de intervenção judicial em um processo de eutanásia . O Tribunal Superior de Justiça da Catalunha aprovou o direito de um pai contestar judicialmente o pedido de assistência para morrer de um filho. O paciente sofreu três derrames e dois ataques cardíacos e recebeu autorização para receber assistência para morrer. Agora, caberá ao juiz decidir se ele pode fazer isso.
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E para finalizar (com um gostinho melhor na boca)... | |
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|  | Show de Bruce Springsteen em Madri no ano passado. / ÁLVARO GARCIA. |
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Começamos com uma versão norte-americana e estamos passando para outra, muito diferente e muito mais gratificante. Felizmente. Aproveite a música, a primavera e o fim de semana! Obrigado pela leitura!
Para quaisquer comentários ou sugestões, escreva para boletines@elpais.es
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| | MILAGRES PEREZ OLIVA | No El País desde 1982, trabalhou como repórter especializada em sociedade e biomedicina e ocupou cargos de editora-chefe, tarefas que combinou com a docência universitária na Faculdade de Jornalismo da Universidade Pompeu Fabra. Ele projetou e dirigiu o primeiro suplemento de saúde do jornal. Ela foi Advogada dos Leitores de 2009 a 2012, quando se juntou à Opinión como editorialista e colunista. Ela é responsável pelo boletim matutino El País. |
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