03 abril, 2014

O Vale do Saracura (futura avenida Nove de Julho) em fotografia de Vicenzo Pastore, aproximadamente em 1910 by Sampa Histórica







O Vale do Saracura (futura avenida Nove de Julho) em fotografia de Vicenzo Pastore, aproximadamente em 1910.


"Uma leprosa costumava banhar-se nas águas do Saracura".

A notícia, de 26 de março de 1724, é a primeira alusão registrada sobre o ribeirão do Saracura, cognominado de “rio misterioso” por alguns cronistas antigos de São Paulo.


Chamado também de córrego do Tanque Reiuno, o Saracura nascia no morro do Caaguaçu (avenida Paulista) para vir desembocar, à esquerda do rio Anhangabaú, na altura do antigo largo da Memória, ao pé de onde hoje está a Estação Anhangabaú do Metrô. Tinha dois afluentes, o córrego Saracura Pequeno, e o Ribeirão do Bexiga que, após atravessar as atuais ruas Santo Amaro e Santo Antônio encontrava suas águas próximo ao final do seu trajeto.


Os carros de bois e as tropas que conduziam mantimentos para São Paulo, vindos de Atibaia e de Parnaíba, como entravam na cidade pelo oeste, deviam estacionar na chácara do Bexiga, entre os rios Anhangabaú e Saracura, ordenava o governador Lorena, em 1791. As águas do Saracura viram o bairro do Bexiga nascer.


O Bexiga surgiu a partir do loteamento de uma chácara que se chamava “Chácara do Bexiga”. As terras estavam localizadas numa área próxima ao centro, entre o que é hoje a Consolação, Liberdade e avenida Paulista. O proprietário era Antonio José Leite Braga. Por volta de 1884, a viúva do então dono da chácara veio a se casar com o engenheiro Fernando de Albuquerque, que se mostrou “um grande especulador imobiliário, responsável pelo loteamento das terras”.


Acervo Instituto Moreira Salles

Texto: Saudade Sampa / Agência USP de Notícias.


   
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