O Vale do Saracura (futura avenida Nove de Julho) em fotografia de Vicenzo Pastore, aproximadamente em 1910.
"Uma leprosa costumava banhar-se nas águas do Saracura".
A notícia, de 26 de março de 1724, é a primeira alusão registrada sobre
o ribeirão do Saracura, cognominado de “rio misterioso” por alguns
cronistas antigos de São Paulo.
Chamado também de córrego do Tanque Reiuno, o Saracura nascia no morro
do Caaguaçu (avenida Paulista) para vir desembocar, à esquerda do rio
Anhangabaú, na altura do antigo largo da Memória, ao pé de onde hoje
está a Estação Anhangabaú do Metrô. Tinha dois afluentes, o córrego
Saracura Pequeno, e o Ribeirão do Bexiga que, após atravessar as atuais
ruas Santo Amaro e Santo Antônio encontrava suas águas próximo ao final
do seu trajeto.
Os carros de bois e as tropas que conduziam
mantimentos para São Paulo, vindos de Atibaia e de Parnaíba, como
entravam na cidade pelo oeste, deviam estacionar na chácara do Bexiga,
entre os rios Anhangabaú e Saracura, ordenava o governador Lorena, em
1791. As águas do Saracura viram o bairro do Bexiga nascer.
O
Bexiga surgiu a partir do loteamento de uma chácara que se chamava
“Chácara do Bexiga”. As terras estavam localizadas numa área próxima ao
centro, entre o que é hoje a Consolação, Liberdade e avenida Paulista. O
proprietário era Antonio José Leite Braga. Por volta de 1884, a viúva
do então dono da chácara veio a se casar com o engenheiro Fernando de
Albuquerque, que se mostrou “um grande especulador imobiliário,
responsável pelo loteamento das terras”.
Acervo Instituto Moreira Salles
Texto: Saudade Sampa / Agência USP de Notícias.
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