Agência Brasil
São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília são as cidades
que concentram as principais redes de gestão do território nacional. A
constatação está no estudo Redes e Fluxos do Território: Gestão do
Território, que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), está lançando hoje (16) com o mapeamento do país do ponto de
vista da centralização municipal das ligações entre sedes e filiais de
empresas e entre instituições públicas de abrangência nacional.
A pesquisa analisa a existência de relações entre os municípios a
partir de dois parâmetros, o Estado e o mercado - reconhecidos como as
duas instituições com o maior poder estruturador do espaço. Os técnicos
do instituto chegaram à conclusão de que as principais redes de gestão
do país estão centralizadas nas cidades de São Paulo e Brasília, “a
primeira com forte peso no mercado e a segunda abarcando as sedes das
instituições públicas”. O Rio de Janeiro constitui um segundo nível de
centralização, “ao combinar os dois tipos de rede: empresarial e
estatal”.
O estudo indica, ainda, que, em 2011, a cidade de São Paulo tinha
comando sobre 1.442.425 funcionários externos ligados à gestão
empresarial (lotados em filiais situadas fora do limite municipal de
suas matrizes), dos quais 39% se concentram nos limites do estado de São
Paulo e 61% em outros estados.
A cidade do Rio de Janeiro tinha 580.019 (sendo que 75.460 estavam
lotados em São Paulo) e Brasília, 390.775, atuando de forma mais
dispersa em todo o país. As cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, cada
qual, disponibilizavam 97,8% das variedades de negócios classificados
como serviços avançados de apoio às empresas no país (serviços ligados a
atividades de alto valor agregado de natureza administrativa, contábil,
jurídica, financeira e de publicidade).
De acordo com o IBGE, esses serviços "são as atividades responsáveis
pela conectividade das cidades à economia global, realizando atividades
de alto valor agregado, incorporando um forte componente informacional e
de conhecimento".
No total, pouco mais de 70% das firmas com filiais no município de
São Paulo e sediadas fora de seus limites têm matrizes na Região Sudeste
e 49% delas estão situadas no próprio estado de São Paulo.
Já nas conexões empresariais entre as cidades, dos 30 pares de maior
intensidade, 24 são de São Paulo com outros municípios. A ligação de
maior intensidade é entre São Paulo e Rio de Janeiro, seguida pela de
São Paulo com Porto Alegre.
O levantamento indica que apenas 39,6% dos municípios brasileiros se
qualificaram como centros de gestão, ou seja, detêm algum nível de
centralização das redes de ligações intermunicipais; os outros 60,4%, ou
não têm entidades das instituições selecionadas ou não se conectam à
estrutura de ligação das sedes e filiais de companhias.
O estudo envolve sete instituições federais de presença relevante na
estruturação territorial do país: Ministério do Trabalho, Secretaria da
Receita Federal, Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Justiça
Federal, tribunais regionais eleitorais, tribunais regionais do Trabalho
e o próprio IBGE.
Segundo o IBGE, a interpretação dos padrões de gestão do território
baseou-se em uma dupla base de dados independentes, representantes das
formas com que o Estado (usando como referência o ano de 2013) e o
mercado (com referência de 2011) organizam o espaço: a gestão pública,
do ponto de vista das instituições federais, e a gestão empresarial, sob
a ótica das ligações entre sedes e filias de companhias.
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