Paulo César Francisco Pinheiro (Rio de Janeiro, 28 de abril de 1949) é compositor e poeta brasileiro. É creditado por mais de 2 mil canções, compostas com cerca de 120 parceiros, uma grande variedade que inclui músicos como João Nogueira, João de Aquino, Francis Hime, Dori Caymmi, Antônio Carlos Jobim, Ivan Lins, Edu Lobo, Mauro Duarte, Guinga, Toquinho, Eduardo Gudin e Maria Bethânia.
Sua primeira composição foi aos 14 anos, "Viagem", em parceria com João de Aquino. Quatro anos depois começou a destacar-se como letrista estabelecendo parcerias com Baden Powell, principalmente na voz de Elis Regina - como sua primeira canção registrada, "Lapinha". Outras intérpretes marcantes foram Elizeth Cardoso, Simone e Clara Nunes, com quem foi casado até a sua morte em 1983, e os conjuntos MPB-4 e Quarteto em Cy. Em 2002, foi premiado, juntamente com Dori Caymmi, com um Grammy Latino na categoria de "Melhor Canção Brasileira".5 No ano seguinte ganhou o Prêmio Shell pelo CD O Lamento do Samba.
O poeta do Brasil, circa 1977
Autobiografia bastante resumida
[resumo escrito por Paulo Cesar Pinheiro
(quando ainda grafava César com é)
como introdução ao seu primeiro livro de poesia,
Canto Brasileiro; tinha 27 anos na época]
(quando ainda grafava César com é)
como introdução ao seu primeiro livro de poesia,
Canto Brasileiro; tinha 27 anos na época]
23 de março 2002
PCP com o parceiro Baden Powell
Filho de pais operários, nasci em 28 de abril de 1949. Sou de touro.
Sangue misturado. Caboclo e índio. Meu pai sendo do sertão do Cariri,
Campina Grande, Paraíba. Minha mãe de uma das ilhas do litoral de Angra
dos Reis, Estado do Rio. Ramos, subúrbio da Leopoldina, foi meu berço.
Com 3 anos fui para Jacarepaguá, vila dos trabalhadores da Light (onde
ficou o suor de meu pai). Aos 10 anos senti um nó na garganta e fiquei
até hoje com a imagem de um velho caminhão de mudanças na cabeça: fui
para São Cristóvão. Entre Jacarepaguá e São Cristóvão, Angra dos Reis na
minha vida. Foi lá que fiz meu primeiro verso. Tinha 13 anos. Sensação
igual nunca mais senti. João de Aquino, primo de Baden Powell, foi meu
primeiro parceiro. Com ele fiz, aos 15 anos, “VIAGEM”, que se
imortalizou. Aos 16 comecei a minha parceria com Baden com o samba
“LAPINHA” que em 1968 vencia a 1.a Bienal do Samba da TV Record e foi a
minha 1.a música gravada. Com Ellis Regina, o grande ídolo da época. De
lá pra cá fui conhecendo os grandes e compondo com eles. Depois todos
gravavam meus sambas. A safra com Baden era grande e aumentava cada vez
mais. Era Ellis, era Elizeth Cardoso, era MPB-4, era Márcia, e era o
próprio Baden, ídolo de toda a Europa, gravando lá fora. Em 70 fui com
ele pra Paris. Fiquei perto de 15 dias. Fui pra ficar. Acabei voltando
por causa daquela esquina de São Cristóvão. Ganhei mais 2 festivais: um
universitário de S. Paulo com “E lá se vão meus aneis” com Eduardo
Gudin, e o outro, o Internacional da Canção com “Diálogo” com Baden, no
Brasil e na Espanha. Além de classificações em outros com “Sermão” (com
Baden), “A Grande Ausente” (com Francis Hime), “Sagarana” (com João de
Aquino), “Anunciação” (com Francis), etc.
O trabalho começou a aumentar e se estender nesses últimos anos. As
parcerias foram sendo feitas. Com Baden umas 90 músicas já, dentre as
quais “Samba do Perdão”, “Falei e Disse”, “Quaquaraquaquá”, “Aviso aos
Navegantes”, com Ellis; “Carta de Poeta”, “É de Lei”, “Refém da
Solidão”, “A Volta”, “Violão Vadio”, com Elizeth; “Rimas”, “Elegia”,
“Última Forma”, com Márcia; a trilha de novela da Rede Globo “O
Semideus” com 12 músicas; a trilha do filme “A Vingança dos Doze”; 3 ou 4
“shows” de Baden escritos por mim e etc... Com Gudin, “A Velhice da
Porta-bandeira”, “Mordaça” (MPB-4), “Olha quem Chega”, “Justiça”
(Elizeth), “Maior é Deus” (Beth Carvalho) etc. Com Maurício Tapajós,
“Pesadelo”, “Faz Tempo”, “Agora é Portela—74” (MPB-4). Com Dori Caymmi, a
música do filme T“Tati, a Garota”, “Evangelho”. Com Edu Lobo, a música
da peça “A Teoria na Prática é Outra”, “Vento Bravo” (Edu e Herb
Alpert). Com Miltinho, “Cicatrizes”, “De Palavra em Palavra”, também com
Tapajós, “Canto dos Homens” (MPB-4). Com João Nogueira, “Espelho”,
“Batendo a Porta”, “Braço de Boneca”, “Eu, Hein, Rosa” (João). Com
Paulinho Valdez “A Água e a Pedra”, “Antes, Durante e Depois” (Elizeth).
De 73 pra 74 gravei meu 1.o LP cantando minhas músicas. Em 74 fiz a
versão da peça “PIPPIN”, com 15 músicas, montada no Teatro Manchete. Em
75 fizemos—eu, Gudin e Márcia—o “show” “O Importante é que a nossa
emoção sobreviva”, em São Paulo. E gravamos um LP ao vivo. E fizemos as
músicas do filme “A Flor da Pele”. Me casei nesse ano com Clara Nunes
pra quem já fiz muitos poemas e um samba lindo chamado “MINEIRA” com
João Nogueira. Clara também já gravou coisas minhas: “Menino-Deus” e
“Canto das Três Raças” com Mauro Duarte; “Punhal” e “Valsa de Realejo”
com Guinga. Em 76 estreei no Teatro Ginástico do Rio e gravei o 2.o LP
do “show”. Tenho entre 150 e 200 músicas gravadas, sem contar com
regravações, o que iria a mais de 500. Na gaveta, inéditas, mais umas
100. O que, tendo como tenho 27 anos, e com 9 de profissional, acho que
está razoável. Lanço em 77, depois de muitas “pedras no caminho”, esse
meu 1.o livro de poesias que, como diz o Chico Buarque no prefácio, “não
vende no Brasil”.
Mas “Tô sempre por aí” como diz um samba meu devidamente liberado pelos órgãos competentes.
Paulo César Pinheiro
http://daniellathompson.com/Texts/Depoimentos/Paulo_Cesar_Pinheiro.htm
A foto, de 1985, registra um encontro de Bambas: Paulo César Pinheiro, Beth Carvalho, Nelson Cavaquinho, Chico Buarque, João Bosco, Carlinhos Vergueiro, Cristina Buarque e Mauro Duarte. A turma se juntou para gravar um disco em homenagem a Nélson Cavaquinho. O título, "Flores em Vida".
https://br.groups.yahoo.com/neo/groups/Cidad3_ImprensaLivre/conversations/messages/67397com Maria Bethania
Com Clara Claridade Nunes
INSPIRA, CAVAQUINHO!
A cavaquinista Luciana Rabello vai lançar o disco “Candeia branca” em show no Solar de Botafogo, neste 9 de abril, quando completa 29 anos de casamento com Paulo César Pinheiro. De presente, vai cantar “Teu amor”, feita para o compositor, que escreveu letras biográficas para muitos parceiros, como Raphael Rabello (“Sete Cordas”) e Wilson das Neves (“O samba é meu dom”). É a primeira vez que Paulinho inspira um samba.
Sabedoria, Saúde e $uce$$o: Sempre.