21 abril, 2014

Legião insulana: fãs de Renato Russo relembram infância na Ilha by Marcelo Mendes Mendes



Fãs. Admiradores de Renato Russo se orgulham da estátua do cantor no bairro
Foto: Bárbara Lopes / Bárbara Lopes
Fãs. Admiradores de Renato Russo se orgulham da estátua do cantor no bairro Bárbara Lopes / Bárbara Lopes
RIO - Renato Russo deixou muitos admiradores em todo o Brasil e, apesar da Legião Urbana ter surgido em Brasília, fãs que moram na Ilha carregam o orgulho de viver no mesmo bairro em que o cantor e compositor passou a infância. Orgulham-se não só do passado, mas do que existe hoje no bairro, como a estátua e a sala de exposições em homenagem ao artista. Às vésperas do que seria o 54º aniversário do ídolo — Renato nasceu em 27 de março de 1960 — O GLOBO-Ilha procurou alguns desses fãs locais.
Nascido na Ilha, o produtor cultural Marcelo Mendes, de 41 anos, transformou a admiração por Renato em um projeto para o bairro. Foi dele a iniciativa de montar uma sala de exposições sobre o cantor e a Legião Urbana em um espaço da lona cultural da prefeitura, que recebeu o nome de Renato Russo também por um pedido dele.
— Em 2000, fiz um abaixo-assinado, pleiteando a Lona Cultural Renato Russo, que foi instalada aqui em 2007. Também encabecei o abaixo-assinado para trazer a estátua para cá, mas ela foi ideia do Wagner Victer, presidente da Cedae. E estátua já é, sem dúvida, uma referência do bairro. Virou um ponto turístico, atraindo gente até de outros municípios — afirma.
A fonoaudióloga Elaine Autonamo da Silva, de 39, começou a apreciar Renato Russo quando tinha 13 anos. Ela mora há uma década na Ilha e gosta de imaginar que Renato também aproveitou a tranquilidade que ela tanto admira no bairro:
— Adoro a Ilha. Parece uma cidadezinha do interior, principalmente na Praia da Bica. Gosto da natureza, e fico pensando como Renato passou a infância aqui, neste ambiente calmo. Não tive a oportunidade de falar com ele, mas fico com essa impressão.
Já o supervisor de aeroporto Ivan Fareiros, de 29, só veio de Minas Gerais para o Rio porque o endereço era a Ilha do Governador.
— Sempre tive vontade de conhecer a terra do Renato, mas não quis vir com meu pai quando ele me disse que iríamos morar em Jacarepaguá. Para mim, só fazia sentido me mudar para o Rio se fosse para morar na Ilha. Em 2009, nos mudamos para cá. Gosto muito daqui e de saber que Renato viveu aqui. Tive a oportunidade de conhecer alguns amigos e familiares dele que vivem no bairro. Um grande privilégio — diz Ivan, que doou revistas e discos para o acervo da sala.
Moradora do Morro do Dendê, a poeta Sol Dantas, de 33, também vê no ídolo um exemplo para os jovens das comunidades se espelharem.
— Sempre morei em comunidade, e acho importante as pessoas terem acesso à cultura. Renato atingiu o ápice como compositor, cantor e poeta com mensagens lindas para o povo acordar — avalia.
Mensagens que não ficaram restritas a uma geração. Rosangela Cunha Melo, de 61, compartilha com a mãe, Juracy, de 80; com a filha, Elisangela, de 34; e com o neto Nicholas, de 14, a paixão pelo líder da Legião.
— Quando Renato nasceu, eu tinha 8 anos. Sempre gostei de rock e admirei muito do trabalho da Legião. Minha mãe acabou gostando de tanto ouvir as músicas. E como o que é bom, a gente passa, minha filha e meu neto também viraram fãs — conta.
Para ela, a estátua dele é uma forma de perpetuá-lo:
— A estátua já faz parte da história da Ilha, e ajuda a eternizar a mensagem do Renato.
Esses e outros admiradores devem se reunir em frente à estátua no dia 27 para, mais uma vez, homenagear o ídolo. Marcelo Mendes também pretende promover um sarau na sala de exposição, como já é costume nos aniversários de Renato.

 
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