Quem foi escolhido? quem? o Feooola?
No início do ano de 1958 havia uma espécie de campanha eleitoral no
Rio de Janeiro. Quem ocuparia o concorrido e nevrálgico cargo de
treinador da Seleção Brasileira com vistas ao mundial da Suécia.
De um lado, o candidato Fleitas Solich, que para muitos não seria uma
boa escolha pelo fato de ser paraguaio. Na outra ponta estava o
conhecido e sempre discutido Flávio Costa, que trazia consigo a fama de
centralizador.
Enquanto os cariocas temiam pela escolha de um suposto “protegido”
treinador paulista, o Dr. Paulo Machado de Carvalho já tinha todo o
planejamento traçado e em andamento, bastando apenas anunciar quem seria
o comandante do time nas quatro linhas.
Em São Paulo, Feola seguia trabalhando na supervisão técnica do
tricolor, já que o húngaro Béla Guttmann, contratado em fevereiro de
1957, sinalizava sua possível saída do clube, deixando como legado a
conquista do título estadual.
E Feola foi uma escolha inesperada para o comando técnico da seleção
na Copa do Mundo. De qualquer forma, Feola parecia não ligar para a onda
de surpresa coletiva que tomou conta do mundo do futebol.
Paulo Machado de Carvalho também não se importava. Afinal, o cartola
conhecia o técnico de longa data e sabia muito bem que Feola era capaz
de montar um time bem arrumado, trabalhar sem alarde e manter uma
convivência agradável com todo o elenco de jogadores.
Vicente Ítalo Feola nasceu na capital paulista em primeiro de
novembro de 1909. Filho de imigrantes italianos, sua história no futebol
foi iniciada como jogador, principalmente do São Paulo F.C da Floresta e
do Americano.
Longe de ser um craque, ou ao menos um bom jogador, Feola deixou os
gramados mais rápido do que ele mesmo pensava. Já naquela época, a
obesidade tornava-se um problema maior a cada ano que se passava.
Mas o futebol era sua paixão e assim conseguiu seu espaço na comissão
técnica do Sírio antes de assumir a Portuguesa Santista. Retornou a
capital paulista para trabalhar no São Paulo F.C em 1937.
Sua primeira oportunidade como treinador do tricolor aconteceu em
1938, voltando ao comando somente a partir de 1941. São-paulino de
coração, Feola seguia trabalhando pelo clube, fosse dentro dos gramados
ou mesmo nos bastidores.
Um dos influenciadores diretos na contratação do astro Leônidas da
Silva em 1942, Feola também evitou que o “diamante negro” pendurasse
suas chuteiras em 1947.
Esse fato em particular, contribuiu bastante para que o mesmo Feola
fosse o maior beneficiado, ao conquistar seus primeiros títulos na
carreira de treinador: o bi-campeonato paulista de 1948 e 1949.
A partir daí, foram inúmeras as suas passagens como treinador do São
Paulo. Entre as várias fontes de estatísticas publicadas, seus números
ultrapassam a marca de 500 partidas, tornando-se o recordista do clube
do Morumbi.
Mas sua primeira experiência na Seleção Brasileira não foi em 1958.
Graças ao bom trabalho desenvolvido no São Paulo, além de seu estilo
agregador e conciliador, levaram Feola ao cargo de auxiliar técnico de
Flávio Costa durante a Copa do Mundo de 1950.
O que importa é que Feola foi o homem que comandou nosso time na
Suécia e carimbou nossa primeira estrela na camisa azul, da cor do manto
de Nossa Senhora, conforme proclamou Paulo Machado de Carvalho.
Independente se ele escalou ou foi influenciado pelos jogadores a
escalar Pelé e Garrincha durante a disputa do mundial, Feola voltou
consagrado da Suécia e eliminou de vez nosso complexo de Copas do Mundo.
E os jogadores daquela seleção inesquecível sempre registraram a
importância de Feola na conquista da Suécia. Como o próprio capitão
Bellini disse a revista Veja:
- Ele nos deixava falar, criticar, sugerir… Tinha o coração do tamanho de sua barriga!
Alguns críticos acusavam o comandante de dormir no banco de reservas
durante as partidas de sua equipe. Na verdade, Feola fechava os olhos
para suportar as dores no peito que não tinham hora para incomodá-lo.
Era um homem excepcionalmente calmo e sereno que não se deixava perturbar diante de qualquer espécie de dificuldade ou desafio.
Feola foi chamado para comandar a seleção de 1962 na Copa do Chile.
Mas uma nefrite aguda comprometeu sua saúde. Mesmo de longe, torceu como
nunca e comemorou demais o triunfo canarinho.
Passou algum tempo no Boca Juniors da Argentina e voltou ao seu São
Paulo para o trabalho na supervisão técnica. Em 1966 voltou ao comando
da Seleção Brasileira… Cada vez mais dócil, mais simpático e também mais
vulnerável do que antes.
Da lista inicial de 30 jogadores, o camarada Feola chegou a listar 43
integrantes para depois ter que cortar esse ou aquele. Com uma seleção
envelhecida, nossa campanha no mundial da Inglaterra foi pífia e sua
casa foi apedrejada com a eliminação ainda na fase de grupos.
No total, Feola comandou o Brasil em um total de 74 jogos, de acordo com dados da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
Foram 54 vitórias, 12 empates e 8 derrotas. No comando da seleção,
foi campeão da Taça Oswaldo Cruz (1958), da Copa do Mundo da Suécia
(1958), da Taça Bernardo O`Higgins (1959), da Copa Roca (1960) e da Taça
do Atlântico (1960).
Vicente Feola faleceu na cidade de São Paulo no dia 6 de novembro de 1975.
Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista
Placar (por Dagomir Marquezi), revista Esporte Ilustrado, revista do
Esporte, revista O Cruzeiro, revista Veja, revistafootball.com.br,
veja.abril.com.br, site do Milton Neves, gazetaesportiva.net,
campeoesdofutebol.com.br, estadao.com.br, museudosesportes.blogspot.com,
albumefigurinhas.no.comunidades.net, Arquivo Público do Estado de São
Paulo. Memória Pública – Jornal Última Hora.
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Subject: [Novo post] Feola… não era barriga grande, era seu bondoso coração!
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