A despeito de muitos comentários a respeito das possivelmente "impertinentes" roupas pretas de Dilma e Kirchner durante a missa do Papa, o que remeteria, segundo alguns, luto ou tristeza, pouco se comentou a respeito de outra ação - ou "gafe", mesmo acinte, como se chegou a classificar.
O Palácio do Planato convidou Desiré Delano Bouterse, atual presidente do Suriname, para a missa papal. Bouterse já foi condenado por inúmeras práticas criminosas, valendo-se, atualmente, da imunidade do cargo para evadir-se da prisão.
Entre outras sanções, Bouterse foi condenado, pela Justiça holandesa, a dezesseis anos de prisão por tráfico de cocaína. Tal decisão é válida para o Brasil e para mais 50 outros países.
Bouterse foi, na década de 80, um dos primeiros criminosos a organizar rotas internacionais de tráfico de drogas, sobretudo a cocaína produzida na Colômbia e distribuída por rota que atravessava o Brasil e seguia em direção aos EUA e à Europa.
Conforme investigações, o citado teria um sócio brasileiro, preso em Goiás, que teria amealhado fortuna de mais de US$70 milhões por meios destes negócios. Bouterse seria, também, um dos responsáveis pela ascensão da carreira de Fernandinho Beira-Mar, traficante atualmente preso.
O esquema de tráfico internacional ainda existe e cresce exponencialmente, apesar das prisões. O Suriname transformou-se, nos últimos anos, na principal "lavanderia" de dinheiro do continente.
O convite foi deveras criticado sobretudo pelo fato de que uma das maiores ênfases do discurso papal destinou-se ao combate às drogas e à dependência química em geral.
Desiré Bouterse ao lado de outros chefes de Estado latino-americanos. Imagem: Ucho |
Luciana Castro.
Com informações de Ucho.
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