17 julho, 2013

Vida Clandestina de Dilma Rousseff






Dilma em depoimento no DOPS

Dilma: vida de aparelho

Dilma na Auditoria Militar - Rio de Janeiro, 1970

Dilma na imprensa estrangeira

Dilma Rousseff e Mário Kozel Filho
A algoz e a vítima

Dilma - a Stella do Colina


Dilma - ficha criminal

O passado não engana



Arsenal de Dilminha Bang Bang
e Carlos Lamarca

Dilminha Bang Bang
FAL roubado por Carlos Lamarca

VAR-Palmares de Dilma e Lamarca - roubo do cofre

O passado de Dilma a condena


Sem comentários: terrorista uma vez,
terrorista sempre


Dilmandona

Olimpíada: Pentatlo do terrorismo


A Verdade Sufocada - 21/04/2009 



Dilma Roussef e as organizações terrorista nas quais militou-1ª Parte 



Produzido pela editoria do site www.averdadesufocada.com - Autorizada a divulgação desde que mantido o texto na íntegra e o nome do site. 


"Dilma questiona autenticidade de ficha sobre sua prisão pelo regime militar 


PAULO PEIXOTO da Agência Folha, em Belo Horizonte 


Texto completo 


A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) questionou a autenticidade de um dos documentos referentes à sua prisão pelo regime militar publicado, com outros quatro, em reportagem da Folha no dia 5. Segundo a ministra, a ficha em que ela aparece qualificada como "terrorista/assaltante de bancos" e da qual consta o carimbo "capturado" sobre a sua foto é uma "manipulação recente". Dilma disse que o documento não consta dos arquivos em que ela mandou pesquisar. "A ficha é falsa, é uma montagem. (...) Estou, atualmente, numa discussão, tentando ver com a Folha de S.Paulo de onde eles tiraram aquela ficha, porque até agora ela não está em nenhum dos arquivos que pelo menos nós olhamos. Então, ela não é produto nem daquela época, ela é produto recente, manipulado, de órgãos ou de interesses escusos daqueles que praticaram esses atos no passado", disse a ministra em entrevista à radio Itatiaia, de Belo Horizonte. 


Ex-integrante do movimento VAR-Palmares, adepto da luta armada contra a ditadura, Dilma negou participação em ações criminosas realizadas em São Paulo e atribuídas a ela na ficha. "Eu nunca militei em São Paulo nesse período que eles relatam na ficha. Eu morava em Minas. Tem datas aí [na ficha], de 1968, que eu não só morava aí [em BH] como estudava na Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG. Tinha endereço certo e sabido." 


Na sua reportagem, a Folha informava, na legenda sob a reprodução do documento, que a ministra não havia cometido crimes a ela imputados. Dilma disse ainda que, embora tenha ficado presa por seis anos, "infelizmente ou felizmente", nunca foi julgada por participação em ações armadas. "Nunca fui julgada por nenhuma ação armada ou por um assalto a banco, porque as minhas circunstâncias foram essas, não os cometi." (...) 


(...)Dilma completou: "Muitas vezes as pessoas eram perseguidas e mortas... E presas por crime de opinião e de organização, não necessariamente por ações armadas. O meu caso não é de ação armada. O meu caso foi de crime de organização e de opinião, que é, vamos dizer assim, a excrescência das excrescências da ditadura". 


Nota da Redação - Tão logo a ministra colocou em dúvida a autenticidade de uma das reproduções publicadas, a Folha escalou repórteres para esclarecer o caso e publicará o resultado dessa apuração numa próxima edição. 


Comentário do site: 


Diante dessa polêmica o site www.averdadesufocada.com resolveu publicar uma série de matérias sobre as organizações subversivo-terroristas em que em que a ministra Dilma Rousseff militou de forma bastante ativa - a POLOP, o COLINA , a VPR e a VAR-Palmares. Quanto a veracidade da ficha em questão, deixamos aos nossos leitores dados para que façam uma avaliação a respeito da responsabilidade da militante Dilma Rousseff ao aderir âs organizações que praticaram assaltos, assassinatos, sequestros, "justiçamentos", atentados a bombas, sabotagens e outros crimes. Como os leitores do site podem observar as pessoas dessas organizações não eram presas por crime de opinião. Algumas, mesmo não participando dos atos propriamente ditos, eram presas por crime de apoio logístico, planejamento e organização das ações armadas. 


Leia nesse site o artigo "Operação Limpeza de Arquivo" na sessão Vale a pena ler de novo 




Dilma Rousseff e sua turma 


A Política Operária – POLOP 


A primeira organização que encantou a adolescente Dilma Rousseff foi a POLOP. 


A Política Operária - POLOP-, que teve origem no Partido Socialista Brasileiro, foi fundada em 1961, e já agia muito antes da Contra-Revolução de 1964. Em 12 de março de 1963, apoiou e orientou a subversão dos sargentos em Brasília - 600 militares , entre cabos, sargentos e suboficiais da Marinha e Aeronáutica, apoiados pelo dirigente da POLOP Juarez Guimarães de Brito, que se deslocou do Rio de Janeiro para Brasília, se rebelaram e ocuparam a cidade. Dominada a rebelião duas pessoas estavam mortas;o soldado Divino Dias dos Santos e o motorista civil Francisco Moraes. Ainda nessa época, a POPLOP concitou o PCB, através de uma "Carta Aberta", a romper com o reformismo e com o governo de João Goulart. 


Logo após, a POLOP passou por uma fase de muita polêmica quanto às linhas de ação a serem seguidas para decidir o melhor método para implantação do comunismo no Brasil. Uma ala defendia a formação de uma Assembléia Nacional Constituinte e outra dava prioridade à luta armada . 


Em 1965, com 17 anos, Dilma entrou para Escola Estadual Central, um centro de agitação do movimento estudantil secundarista, e começou sua doutrinação. Dois anos depois militava na Política Operária - POLOP-, influenciada, entre outros movimentos, pelo livro que incendiou o mundo - Revolução na Revolução - de Régis Debray, que difundia a teoria do foquismo" - a guerrilha de pequenos grupos - os focos -, para expropriar e terminar com a burguesia. Dilma, aos 20 anos, inclinou-se para a luta armada e juntou-se ao grupo que optou pela violência. 


Em abril de 1968, os militantes da POLOP de Minas Gerais e da Guanabara, e do Movimento Nacional Revolucionário - MNR - de Brizola se reuniram e entabularam negociações para a criação de uma nova organização político militar. Ao mesmo tempo, o pessoal da POLOP/GB realizou uma Conferência, na qual foi aprovado o documento "Concepção da Luta Revolucionária", onde ficou praticamente aprovada a linha política da futura Organização Político Militar - OPM. O documento definiu a revolução brasileira como sendo de caráter socialista e o caminho a seguir o da luta armada, através do foco guerrilheiro, visto como "a única forma que poderá assumir, agora, a luta armada revolucionária do povo brasileiro". 


O processo para a tomada do poder iniciar-se-ia com a criação de um pequeno núcleo rural -: o foco -, que, através do desencadeamento da luta armada no campo, cresceria e se multiplicaria com a conscientização das massas, até a constituição de um Exército Popular de Libertação. As cidades eram vistas como fontes para o apoio logístico e a guerrilha urbana nelas desencadeadas serviria para manter ocupadas as forças legais. Os atos de terrorismo e sabotagem deveriam obedecer a um rígido critério político, estabelecido pelo comando da OPM. 


Criação do Comando de Libertação Nacional – COLINA 


Em julho de 1968, esses dissidentes da POLOP realizaram um Congresso Nacional num sítio em Contagem, Minas Gerais no qual foi criado o Comando de Libertação Nacional – COLINA -, com o seu Comando Nacional – CN - integrado por Ângelo Pezzuti da Silva e Carlos Alberto Soares de Freitas, em Minas Gerais, e Juarez Guimarães de Brito e Maria do Carmo Brito, na Guanabara. 


Diretamente ligado ao Comando Nacional - CN -, foi criado: 


Setor Estratégico, subdividido em: 


a- Comando Urbano que era constituido pelo Setor Operário e Estudantil. Esse setor era o responsável pelo trabalho de massa nas fábricas, empresas, sindicatos, faculdades, etc. Esse trabalho era executado pelas células, por meio das atividades de recrutamento e de agitação e propaganda. O setor editava o jornal "O Piquete". 


b- Comando militar era composto pelos Setores de Levantamento de Áreas; Inteligência; Expropriação; Terrorismo e Sabotagem; e Logistico. 


- Setor de Levantamento de Áreas era encarregado de estudar e selecionar as áreas favoráveis à implantação dos focos guerrilheiros. 


- Setor de Inteligência falsificava documentos e planejava as ações armadas, levantamento de locais e hábitos de personalidades. 


- Setor de Expropriação era o responsável pela execução das ações armadas, como os assaltos e os sequestros, que visavam obter recursos financeiros e material bélico para a organização. 


- Setor de Terrorismo e Sabotagem era o encarregado da preparação dos engenhos explosivos e da execução dos atos terroristas e sabotagem. 


- Setor Logístico preocupava-se em dar apoio à organização, como o estabelecimento de aparelhos e a distribuição de recursos materiais. 


A partir de setembro de 1968 o Setor de Levantamento de Áreas deu início a uma série de viagens pelo interior do país, a fim de selecionar as regiões mais favoráveis à instalação de guerrilhas. Após estudar mais de sete estados, o COLINA se decidiu, em junho do ano seguinte, por uma região de mais de 100 mil km2 , englobando diversos municípios do Maranhão e de Goiás - Imperatriz, Porto Franco, Barra do Corda e Tocantinópolis 


Dilma Rousseff e Comando de Libertação Nacional- COLINA 


Os dissidentes que optaram pela luta armada reuniram-se em torno da nova organização. Entre esses dissidentes estava Dilma Rousseff., filha de Peter Rousév, um advogado, filiado ao Partido Comunista Búlgaro, que, no Brasil, mudou seu nome para Pedro Rousseff. Em Minas, Pedro Rousseff casou, teve três filhos, e fixou-se em Belo Horizonte, onde ganhou dinheiro com obras na Siderúrgica Mannesmann. 


Dilma e os dois irmãos tinham uma vida de família de classe média alta, eram atendidos por três empregadas e moravam em uma casa espaçosa. Dilma estudou no colégio Sion, de freiras, onde as moças só falavam com as professoras em francês. 


Continuando sua capacitação política, um dos seus doutrinadores foi Apolo Hering, dirigente do Colina. Ele lhe ministrava aulas de marxismo, quando Dilma ainda era secundarista. 


No meio subversivo conheceu o jornalista mineiro Cláudio Galeno de Magalhães Linhares, que também optara pela luta armada. Galeno serviu ao Exército por três anos e, também militou na POLOP. Atuou ativamente na sublevação dos marinheiros. Esteve preso por cinco meses na Ilha das Cobras, durante a Contra-Revolução. Depois disso, obteve Habeas Corpus, foi solto e voltou a Belo Horizonte, onde foi trabalhar no jornal Ultima Hora, tendo como chefe Guido Rocha, um dos principais líderes da POLOP, que Galeno conhecera quando ambos estiveram presos. 


Dilma e Galeno um ano depois se casaram. Firmava-se a Dilma guerrilheira, correndo da polícia, fazendo passeata para apoiar os operários em greve em Contagem e enfrentando a polícia. A dupla prometia. Galeno, em entrevista à revista Piaui, declarou que aprendera a fabricar bombas na fármácia de seu pai. 


Ela tinha tarefas específicas no COLINA: a confecção do Jornal O Piquete, a preparação das aulas de marxismo absorvidas na doutrinação do dirigente do COLINA, Apolo Hering. Tinha também aulas sobre armamentos, tiro ao alvo e explosivos. Grande parte dessas aulas era ministrada nos arredores de Belo Horizonte pelo ex-sargento da Aeronáutica João Lucas Alves .Além de dar instruções de técnicas de guerrilha à Dilma, Galeno, em entrevista à Revista Piauí, demonstra mais que uma simples relação de militância com João Lucas Alves ,e sim intimidade, quando declara : 


"O João Lucas ficava hospedado em nossa casa". 


Para quem não sabe, João Lucas Alves foi um dos executores do major do exército alemão Edward Ernest Tito Otto Maximilian von Westernhagen, em 01/07/68, que fazia curso de Estado Maior, na Praia Vermelha, RJ, e que foi morto por engano, ao ser confundido com um militar boliviano, que também fazia o mesmo curso e que era acusado de ter morto Che Guevara. O crime ficou sem autoria declarada até bem poucos anos. Foi preciso Jacob Gorender, também militante da luta armada – PCBR - , em seu livro Combate nas Trevas, publicar um segredo guardado a sete chaves: a organização responsável por este assassinato foi o COLINA , e o nome de dois dos quatro autores do crime .Leia nesse site o artigo " dentificado o terceiro assassino do Major alemão", na Sessão Vale a pena ler de novo. 


Dilma e Galeno viviam perigosamente rodeados de gente que não pretendia, como motivação principal, derrubar o governo militar, mas instalar um regime marxista leninista, como pregavam os estatutos da organização na qual militavam ativamente. Seu apartamento era visitado pela cúpula do COLINA. Derrubar o regime militar era o pretexto para atrair militantes para a causa principal - instalar uma ditadura nos moldes de Cuba -, que para ser melhor aceita era rotulada de regime socialista. Para isso, faziam treinamentos práticos e de capacitação política. 


Gilberto Vasconcelos afirma que conheceu Dilma "em um desses cursos de revolução".


Observação: o filho de Gilberto Vasconcelos, Giba para os íntimos, é hoje Subchefe para assuntos jurídicos da Casa Civil.( Revista Piauí ) 


Embora o COLINA tivesse conseguido recrutar adeptos em Porto Alegre, Goiania e Brasília nunca deixou de ser uma organização política militar tipicamente mineira, com um núcleo na Guanabara – RJ -, onde havia recrutado um grupo de ex-militares que já tinha atacado duas sentinelas: a primeira , em 17 de março de 1968, no Museu do Exército, na Praça da República , a qual foi baleada por Antonio Pereira Mattos e teve o seu FAL roubado; e a segunda em 23 de maio do mesmo ano, na Base Aérea do Galeão, quando foi roubada a sua pistola.45. 


Dentre as ações do COLINA , em 1968, podem ser destacadas: em 28 de agosto, assalto ao Banco Comércio e Indústria de Minas Gerais, agência Pedro II , em Belo Horizonte; em 4 de outubro, assalto ao Banco do Brasil, na cidade industrial de Contagem, em MG; em 18 de outubro, dois atentados a bomba em Belo horizonte, nas residências do Delegado Regional do Trabalho e do Interventor dos Sindicatos dos Bancários e dos Metalúrgicos; em 25 de outubro, no Rio de Janeiro, Fausto Machado Freire e Murilo Pinto da Silva assassinaram Wenceslau Ramalho Leite, com quatro tiros de pistola Luger 9mm, quando lhe roubavam o carro; e, em 29 de outubro, assalto ao Banco Ultramarino, agência de Copacabana, no Rio de Janeiro. 


A Organização de Dilma tinha algumas armas, algum dinheiro e algumas dezenas de militantes dispostos a tudo No dia 14 de janeiro de 1969, praticaram, simultâneamente, dois assaltos: aos Bancos da Lavoura e Mercantil de Minas Gerais, em Sabará, onde roubaram 70 milhões de cruzeiros. Participaram dessas ações os seguintes militantes do COLINA: Ângelo Pezzuti da Silva, Murilo Pinto da Silva, Afonso Celso Lana Leite, Antonio Pereira Mattos, Erwin Rezende Duarte, João Marques Aguiar, José Raimundo de Oliveira, Júlio Antonio Bittencourt de Almeida, Nilo Sérgio Menezes Macedo, Maria José de Carvalho Nahas, Pedro Paulo Bretas e Reinaldo José de Melo. 


Nessa mesma noite, Ângelo Pezzuti da Silva, principal dirigente do COLINA, foi preso. Suas declarações possibilitaram a prisão de diversos membros do COLINA, dentre os quais, José Raimundo de Oliveira, do Setor de Terrorismo e Sabotagem, e Pedro Paulo Bretas e Antonio Pereira Mattos, do Setor de Expropriação. 


Esses depoimentos levaram a polícia a desbaratar três "aparelhos" do COLINA, em Belo Horizonte, na madrugada de 29 de janeiro de  1969. A uma hora, onze policiais dirigiram-se ao "aparelho" da Rua Itaí, "entregue" por Ângelo Pezzuti, onde só encontraram documentos da organização. Às duas horas e trinta minutos, foram para o "aparelho" delatado por Pedro Paulo Bretas, na Rua XXXIV, número 31 onde encontraram explosivos, armas e munições. Às quatro horas, reforçados por três guardas-civis, de uma rádiopatrulha, os policiais chegaram ao terceiro "aparelho", na rua Itacarambu, 120, também entregue por Pedro Paulo Bretas. No local sete militantes estavam reunidos planejando uma linha de ação para resgatar Ângelo Pezuti da prisão. 


No local, ao se prepararem para invadir o "aparelho", os policiais foram recebidos por rajadas de uma metralhadora Thompson, disparadas por Murilo Pinto da Silva, irmão de Ângelo Pezzuti. Esses tiros atingiram mortalmente o Subinspetor da polícia Cecildes Moreira de Faria e o Guarda-Civil José Antunes Ferreira, e feriram gravemente o investigador José Reis de Oliveira. No local foram encontrados armas munições, fardas da PM, documentos do COLINA e dinheiro dos assaltos. Na ação foram presos os seguintes militantes: Murilo Pinto da Silva, Afonso Celso Lana Leite, Maurício Vieira de Paiva (ferido com dois tiros), Nilo Sérgio Menezes Macedo, Júlio Antonio Bittencourt de Almeida, Jorge Raimundo Nahas e sua esposa Maria José de Carvalho Nahas. 


O ano de 1969 seria crítico para o COLINA. Uma sequência de prisões debilitaria a organização forçando a sua fusão por um pequeno período com a VPR e, posteriormente, a formação da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares – VAR-Palmares. 


Após o assalto ao Banco da Lavoura de Sabará, o cerco começou a apertar. Dilma e Galeno começaram a tomar mais cuidado passando a dormir cada noite em um lugar diferente. Como Ângelo Pezzuti e outros membros do COLINA frequentavam o apartamento de Dilma e Galeno, eles destruiram documentos e tudo que pudesse ligá-los à organização e naquela noite já não dormiram em casa. Passaram algum tempo escondidos. Depois a organização determinou sua ida para o Rio de Janeiro. Primeiro seguiu Galeno, depois Dilma, ambos de ônibus. Entravam para a clandestinidade. 


No Rio de janeiro, o casal fazia parte dos "deslocados" - militantes transferidos de outros locais por serem procurados. Entre eles estava Fernando Pimentel, que viria a ser prefeito de Belo Horizonte. 


Quem recebeu os "deslocados" do COLINA no Rio de Janeiro foram os dirigentes Juarez Brito e Maria do Carmo, mas, como eram muitos, não havia como alojá-los . Dilma e Galeno moraram em um pequeno hotel e depois em um apartamento, até Galeno ser transferido pela organização para atuar em Porto Alegre, em contato com uma célula dissidente do "Partidão". 


Dilma continuou no Rio, ajudando a direção do COLINA. Transportava armas, dinheiro e munição para os militantes. Participava de reuniões, redigia documentos e discutia ações da organização. Em uma dessas reuniões conheceu o advogado Carlos Franklin Paixão Araújo e começaram um namoro que a levou ao fim seu casamento com Galeno. 


Próximos capítulos : Dilma, a VPR e a VAR-Palmares 


Fonte 


Projeto Orvil 


Revista Piauí 


"A Verdade Sufocada - A história que a esquerda não quer que o Brasil conheça" - Carlos Alberto Brilhante Ustra





18/06 - Dilma Roussef e a luta armada - 1ª parte



Pela Editoria do site: www.averdadesufocada.com 
Ex-integrante da Política Operária - POLOP -, do Comando de Libertação Armada - COLINA -, da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares - VAR-Palmares, organizações adeptas da luta armada contra o regime militar, Dilma nega participação em ações criminosas realizadas durante esse período.
Em entrevistas na imprensa escrita e falada, Dilma tem afirmado que lutava pela derrubada  da ditadura, pela democracia e pela liberdade e que nesse regime "Muitas vezes as pessoas eram perseguidas e mortas... E presas por crime de opinião e de organização, não necessariamente por ações armadas. O meu caso não é de ação armada. O meu caso foi de crime de organização e de opinião".  
Texto completo
No depoimento publicado pelo Correio Braziliense em 17/06/2012, prestado em 2001 ao Conselho dos Direitos Humanos de Minas Gerais - à comissão de anistia e indenização ( em porto Alegre) se diz do movimento estudantil, o que já não era verdade. Há muito deixara de ser estudante e optara por uma organização armada

 Mesmo que fosse verdadeira a afirmação de que Dilma Rousseff não tenha praticado nenhuma ação armada, essa afirmação não a eximiria da responsabilidade dos crimes praticados pela organizações as quais aderiu, já que os militantes sabiam  ao ingressarem nas organizações  dos atos criminosos praticados : assaltos, assassinatos, sequestros, "justiçamentos", atentados a bombas, sabotagens e outros crimes.

A POLOP teve origem no Partido Socialista Brasileiro, e foi fundada em 1961. Seus militantes já agiam  muito antes da Contra-Revolução de 1964. Em 12 de março de 1963, apoiou e orientou a subversão dos sargentos em Brasília . Nessa rebelião, 600 militares , entre cabos, sargentos e suboficiais da Marinha e Aeronáutica, foram apoiados pelo dirigente da POLOP Juarez Guimarães de Brito, que se deslocou do Rio de Janeiro para Brasília. A cidade foi ocupada pelos rebeldes. Dominada a rebelião duas pessoas estavam mortas - o soldado Divino Dias dos Santos e o motorista civil Francisco Moraes.
 Uma a ala  da POLOP defendia  a formação de uma Assembléia Nacional Constituinte e outra dava prioridade à luta armada .
Dilma e a luta armada
 Em abril de 1968, os militantes  da POLOP de Minas Gerais e da Guanabara, e do Movimento Nacional Revolucionário - MNR - de Brizola se reuniram e  entabularam negociações para a criação de uma nova organização político militar. Ao mesmo tempo, o pessoal da POLOP/GB  realizou uma Conferência, na qual foi aprovado o documento "Concepção da Luta Revolucionária", onde ficou praticamente aprovada a linha política da futura Organização Político Militar - OPM. O documento definiu a revolução brasileira como sendo de caráter socialista e o caminho a seguir o da luta armada, através do  foco guerrilheiro, visto como "a única forma que poderá assumir, agora, a luta armada revolucionária do povo brasileiro".
Dilma, aos 20 anos, inclinou-se para a luta armada  e juntou-se ao grupo que optou pela violência.

  Criação do Comando de Libertação Nacional - COLINA
 
Em julho de 1968, esses dissidentes da POLOP realizaram um Congresso Nacional num sítio em Contagem, Minas Gerais no qual foi criado o Comando de Libertação Nacional – COLINA -, com o seu Comando Nacional – CN - integrado por Ângelo Pezzuti da Silva e Carlos Alberto Soares de Freitas - O Beto em Minas Gerais, e Juarez Guimaraes de Brito e Maria do Carmo Brito, na Guanabara. Beto é  aquele a quem Dilma   se refere com frequência e fez uma homenagem em sua posse.

Dilma Rousseff e Comando de Libertação  Naciona  - COLINA

Os dissidentes  que optaram pela luta armada reuniram-se em torno da nova organização. Entre esses dissidentes estava Dilma. No meio subversivo conheceu  o jornalista mineiro Cláudio Galeno de Magalhães Linhares, que também optara pela luta armada. Galeno serviu  ao Exército por  três anos e, também militou na POLOP. Atuou ativamente na sublevação dos marinheiros. Esteve preso  por cinco meses na Ilha das Cobras, durante a  Contra-Revolução.
 Dilma e Galeno um ano depois se casaram. Firmava-se a Dilma guerrilheira, correndo da polícia, fazendo passeata para apoiar os operários em greve em Contagem e enfrentando a polícia. A dupla prometia.  Ela tinha tarefas específicas no COLINA: a confecção do Jornal O Piquete, a preparação das aulas de marxismo. Tinha também aulas sobre armamentos, tiro ao alvo e explosivos. Grande parte dessas aulas era ministrada nos arredores de Belo Horizonte pelo ex-sargento  da Aeronáutica João Lucas Alves
.Leia aquiAlém de dar instruções de técnicas de guerrilha à Dilma, Galeno, em entrevista à Revista Piauí, demonstra mais que uma  relação de militância  com João Lucas Alves . Demonstra que era  seu apoio logístico, quando declara:
"O João Lucas ficava hospedado em nossa casa".
Com um núcleo na Guanabara – RJ -, de acordo com Jacob Gorender ,  autor do livro " Combate nas trevas" o COLINA já aderira à luta armada em 1968 e pregava  a prática do terrorismo.
Dentre as ações do COLINA, em 1968, podem ser destacadas:
- em 28 de agosto, assalto ao Banco Comércio e Indústria de Minas Gerais, agência Pedro II , em Belo Horizonte;
- em 4 de outubro, assalto ao Banco do Brasil, na cidade industrial de Contagem, em MG;
- em 18 de outubro, dois atentados a bomba em Belo Horizonte, nas residências do Delegado Regional do Trabalho e do Interventor dos Sindicatos dos Bancários e dos Metalúrgicos;
- em 25 de outubro, no Rio de Janeiro, Fausto Machado Freire e Murilo Pinto da Silva assassinaram Wenceslau Ramalho Leite, com quatro tiros de pistola Luger 9mm, quando lhe roubavam o carro; e
- em 29 de outubro, assalto ao Banco Ultramarino, agência de Copacabana, no Rio de Janeiro.
 Crimes do Colina  e fuga para o Rio de Janeiro
       No dia 14 de janeiro de 1969,  alguns militantes do COLINA praticaram, simultâneamente, dois assaltos: aos Bancos da Lavoura e Mercantil de Minas Gerais, em Sabará,  onde roubaram 70 milhões de cruzeiros. Participaram dessas ações os seguintes militantes : Ângelo Pezzuti da Silva, Murilo Pinto da Silva, Afonso Celso Lana Leite, Antonio Pereira Mattos, Erwin Rezende Duarte, João Marques Aguiar, José Raimundo de Oliveira, Júlio Antonio Bittencourt de Almeida, Nilo Sérgio Menezes Macedo, Maria José de Carvalho Nahas, Pedro Paulo Bretas e Reinaldo José de Melo.   
 Nessa mesma noite, Ângelo Pezzuti da Silva,  principal dirigente do COLINA, foi preso. Seu depoimento possibilitou a prisão de diversos membros do COLINA, dentre os quais, José Raimundo de Oliveira, do Setor de Terrorismo e Sabotagem, e Pedro Paulo Bretas e Antonio Pereira Mattos, do Setor de Expropriação. As declarações desses últimos levaram a polícia a desbaratar três "aparelhos" do COLINA, em Belo Horizonte, na madrugada de 29 de janeiro de 1969. A  uma hora,  onze policiais dirigiram-se ao "aparelho" da Rua Itaí, "entregue" por Ângelo Pezzuti, onde só encontraram documentos da organização. Às duas horas e trinta minutos, foram para o "aparelho" delatado por Pedro Paulo Bretas, na Rua XXXIV,  número 31, onde encontraram explosivos armas e munições. Às quatro horas, reforçados por três guardas-civis, de uma rádiopatrulha, os policiais chegaram ao terceiro "aparelho", na rua Itacarambu, 120, também entregue por Pedro Paulo Bretas. No local sete militantes estavam reunidos planejando uma linha de ação para  resgatar Ângelo Pezuti da prisão.
       No local, ao se prepararem para invadir o "aparelho", os policiais foram recebidos por rajadas de uma metralhadora Thompson, disparadas  por Murilo  Pinto da Silva, irmão de Ângelo Pezzuti. Esses tiros atingiram mortalmente o Subinspetor da polícia Cecildes Moreira de Faria, que deixou viúva e 8 filhos menores; o Guarda-Civil José Antunes Ferreira, e feriram gravemente o investigador José Reis de Oliveira. No local foram encontrados armas munições, fardas da PM, documentos do COLINA e dinheiro dos assaltos. Na ação foram presos os seguintes militantes: Murilo Pinto da Silva, Afonso Celso Lana Leite, Maurício Vieira de Paiva (ferido com dois tiros), Nilo Sérgio Menezes Macedo, Júlio Antonio Bittencourt de Almeida, Jorge Raimundo Nahas e sua esposa Maria José de Carvalho Nahas.
              Após o assalto ao Banco da Lavoura de Sabará, o cerco começou a apertar. Dilma e Galeno começaram a tomar mais cuidado  passando a dormir cada noite em um lugar diferente. Como Ângelo Pezzuti e outros membros do COLINA se reuniam no apartamento de Dilma e Galeno ( o que caracteriza , no mínimo apoio logístico), eles destruiram documentos e tudo que pudesse ligá-los à organização  Deixaram a vida em Belo Horizonte e entraram para a  clandestinidade  Eles passaram a usar nomes  e documentos falsos. Dilma Vana Rousseff  ora era Wanda, Estela, Maria Lúcia, ora era Luiza, ou Marina..
       No Rio de Janeiro, o casal fazia parte dos "deslocados" - militantes transferidos de outros locais por serem procurados.
Quem os recebeu no Rio de Janeiro foi o casal dirigente do COLINA, Juarez Brito e Maria do Carmo BritoGaleno ser transferido pela organização para atuar em Porto Alegre, em contato com uma célula dissidente do "Partidão". Outro que também não ficou no Rio e foi militar no Rio Grande do Sul  foi  Fernando Pimentel,  que viria a ser prefeito de Belo Horizonte e é atualmente  ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Governo Dilma Rousseff.
       Wanda ou Estela , como queiram, continuou no Rio, colaborando com a direção do COLINA. Transportava armas, dinheiro e munição para os militantes. Participava de reuniões, redigia documentos e discutia ações da organização.

Próximo capítulo: 
 Dilma, a fusão da  VPR  com o COLINA e criação da  VAR-Palmares

Fontes
Projeto Orvil
Revista Piauí
Revista Época



19/06 - Dilma e a luta armada - 2ª Parte

Pesquisado pela editoria do site www.averdadesufocada.com
Primeiros contatos com a   Vanguarda popular Revolucionária - VPR
      
Carlos Franklin Paixão Araujo era advogado e começou sua militância, bem novo, no PCB. Militou no início dos anos 60 em Recife, juntamente com Francisco Julião, o líder das Ligas Camponesas. Esteve, juntamente com Julião, em Cuba, onde conheceu Fidel e Che Guevara. Em 1964 foi preso por alguns meses. Nunca deixou a militância. Depois de solto, continuou cooptando militantes. Finalmente, aderiu à luta armada. Procurando apoio em outras organizações mais atuantes, fez contato com Juarez Guimarães de Brito e Maria do Carmo Brito ( COLINA) e viajou ao Rio várias vezes. Numa dessas viagens conheceu Dilma Rousseff e logo começaram um relacionamento.
Texto completo
Os primeiros meses de 1969 foram marcados pelas prisões de dezenas de militantes da VPR e do COLINA, inclusive, diversos de seus dirigentes. Esses grupos, debilitados, buscaram na fusão, um modo de se rearticularem formando uma única organização mais poderosa e de âmbito quase nacional. Antonio Roberto Espinosa foi designado pela VPR, para as conversações com o COLINA. Espinosa, apesar de seus 23 anos , era experiente. Tinha em seu curriculo algumas ações armadas: assaltos a bancos e roubo de armas em quartéis
Dilma, a fusão da  VPR  com o COLINA e criação da  VAR-Palmares
Os contatos para fusão do Comando de Libertação Nacional - COLINA  com a Vanguarda Popular Revolucionária - VPR, orgazação de Lamarca, foram feitos em abril de 1969 , numa casa do litoral paulista, próxima a Peruibe. Estavam presentes nessa o primeira reunião:
- pela  VPR: Carlos Lamarca, Antônio Espinosa, Chizuo Ozawa- "Mário Japa" -, Fernando  Mesquita Sampaio, Cláudio de Souza Ribeiro; e
- pelo COLINA : Carlos Franklin Paixão de  Araújo, Dilma Rousseff, Maria do Carmo Brito, Carlos Alberto de Freitas  e Hérbert Eustáquio de Carvalho. 
Ao final do encontro foi emitido um "Informe Conjunto", que comentava "a perfeita identidade política das duas organizações" o que deveria conduzí-las à fusão, que ainda não fora concretizada oficialmente, em face da ausência de alguns membros do Comando Nacional do COLINA. Por esse motivo foi marcada uma nova reunião para o mês de julho que ultimaria a fusão e um congresso para referendá-la.
 Nesse período, entretanto, as ações armadas não pararam. Na noite de 22 de junho militantes das duas organizações assaltaram uma companhia do 10º Batalhão da Força Pública do Estado de São Paulo, em São Caetano do Sul,  roubando 94 fuzis, 18 metralhadoras Inas, 30 revólveres Taurus, calibre.38, 360 granadas e cerca de 5000 cartuchos de calibres diversos. Aumentava o arsenal já conseguido com os assaltos à Casa de Armas Diana e ao 4º Regimento de InfantariaI, planejado e executado por Lamarca  que era capitão  e servia lá.
No início de julho, numa outra casa do litoral Paulista, em Mongaguá, realizou-se a denominadaConferência de Fusão, com o comparecimento de todos os integrantes dos dois Comandos Nacionais. No "Informe sobre a Fusão", datado de 7 de julho de 1969, já aparecia o nome da nova organização - Vanguarda Armada Revolucionária Palmares - VAR-Palmares, que iria, também, ganhar a adesão de militantes da Dissidência do PCB de São Paulo - DI/SP.
 Foi eleito o seguinte Comando Nacional, com três elementos oriundos de cada organização: 
- da VPR : Carlos Lamarca, Antonio Roberto Espinosa e Cláudio de Souza Ribeiro; e 
- do COLINA : Juarez Guimarães de Brito, Maria do Carmo Brito e Carlos Franklin Paixão Araújo.
 Dilma, já vivendo com Carlos Franklin Paixão de  Araújo, bem posicionada no COLINA, defendia, na fusão das organizações, a necessidade de um trabalho paralelo às ações de massa, pois era preciso o apoio do povo para desencadear a revolução.
Essa fusão criou uma nova organização que, segundo estudos, se tivesse perdurado por mais tempo, poderia ter sido uma das maiores . Alguns militantes chegam a calcular  que a  VAR-Palmares pode ter tido  mais de 2000 militantes entre grupos armados e apoiadores logísticos.
O estatuto da nova organização não deixava dúvidas quanto a sua finalidade 
 " A Vanguarda Armada Revolucionária - Palmares é uma organização politico-militar de caráter partidário, marxista-leninista, que se propõe a cumprir todas as tarefas da guerra revolucionária e da construção do Partido da Classe Operária, com o objetivo de tomar o poder e construir o socialismo."
 Estruturalmente foram criados dois grandes setores:
- Setor de Luta Principal , para tratar do treinamento e da formação da " Coluna Guerrilheira"; e
- Setor de Lutas Complementares, encarregado das lutas urbanas e da coordenação das regionais de São Paulo, Guanabara, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais e Bahia.
-  A VAR - Palmares dispunha, como muitas outras organizações, de um setor de falsificação de documentos . Dilma chegou a usar  esses serviço falsos: portava como documentos carteira de identidade, título de eleitor e carteira de estudante com os nomes de  Maria Lucia dos Santos e Marina Guimarães Garcia de Castro . Seus codinomes eram : Vanda, Estela e Patrícia.
 Apesar da fusão ter sido concretizada, as discussões da conferência não foram tranquilas, transcorrendo num clima tenso e, por vezes, tumultuado. Os " massistas", oriundos do COLINA, mais bem preparados politicamente, criticavam os "militaristas" da VPR, pelo " imediatismo revolucionário" que defendiam. Ao mesmo tempo, entrando com 55 milhões de cruzeiros e um grande arsenal de armas, munições e explosivos, os oriundos da VPR sentiam-se moralmente fortalecidos, em face da falta de dinheiro e das duas metralhadoras Thompson e 4 pistolas , trazidas pelo COLINA.
Entretanto, tudo foi esquecido quando Juarez Guimarães de Brito apresentou o seu trunfo, o planejamento da " grande ação", que poderia dar à VAR-Palmares a sua independência financeira.
 A grande Ação
 Gustavo Buarque Schiller, o "Bicho", era um secundarista da Guanabara que havia participado das agitações estudantis em 1968 e era ligado ao COLINA. De família rica, morava em Santa Tereza, RJ, próximo à casa de sua tia Anna Benchimol Capriglione , conhecida como sendo a "amante do Adhemar", ex- governador de São Paulo. Ao saber que no casarão de sua tia havia um cofre com milhões de dólares, levou esses dados à organização. Essas informações foram suficientes para que fosse praticado o maior assalto feito por qualquer organização terrorista no Brasil. A féria foi excelente, inimaginável: dois milhões, oitocentos mil e sessenta e quatro dólares .
Participaram do roubo: Wellington Moreira Diniz, José Araújo Nóbrega, Jesus Paredes Sotto, João Marques de Aguiar, João Domingos da Silva, Flávio Roberto de Souza, Carlos MInc Baunfeld, Darcy Rodrigues, Sônia Eliane Lafoz, Reinaldo José de Melo, Paulo Cesar de Azevedo Ribeiro, Tânia Manganelli e mais um terrorista da VAR- Palmares.
Segundo reportagem da revista Piauí de abril de 2009: "Nem Dilma nem Araujo participaram da ação, mas ambos estiveram envolvidos na sua preparação.", e Franklin Paixão de Araújo afirma que foi ele que levou, de Porto Alegre , o metalúrgico Delci Fensterseifer para abrir o cofre com maçarico.
Ainda segundo a revista Piauí, "Carlos Franklin Paixão de Araújo, deu um depoimento no DOPs de SP onde declarou que ficou em seu poder com 1.2 milhão de dólares, dividido "em três malas de 400mil dólares cada uma" e que o dinheiro ficou cerca de uma semana, "em um apartamento à rua Saldanha Marinho, onde também morava Dilma Vana Rousseff Linhares ". Araújo não quis comentar o depóimento ao Dops. E nem outros, como um de Espinosa, que fala em 720 mil dólares terem ficado com a organização, ou um outro militante, que chega à soma de 972 mil dólares. "
Sobre o destino da fortuna jamais se chegou a nenhuma conclusão e Araújo declara na mesma  reportagem da Revista Piauí : " É impossivel chegar a uma conclusão sobre isso que não tem mais importância nenhuma".
Continuando a reportagem a revista trancreve-se o seguinte:" Num dos inquéritos é dito que Dilma Roussef "manipula grandes quantias da VAR-Palmares. É antiga militante de esquemas subversivo-terroristas. Outrossim, através do seu interrogatório verifica-se ser uma das molas mestras e um dos cérebros dos esquemas revolicionários postos em prática pelas esquerdas radicais. (..)"
 O que é crível, pois, Dilma, segundo depoimentos, era encarregada da parte financeira da nova organização, juntamente com seu marido Franklin Paixão de Araújp - "Max" - ,  ambos pertencentes ao comando nacional 
O destino desse dinheiro é um mistério. Nenhum dos envolvidos na ação, direta ou indiretamente, comenta, muito claramente, como foi gasta essa fortuna. 
Sabe-se que no final de setembro 1969, Maria do Carmo Brito entregou ao Embaixador da Argélia no Brasil, Hafif Keramane, a quantia de um milhão de dólares. As ligações do Embaixador Keramane com o COLINA, através de Juarez e Maria do Carmo Brito, iniciaram-se em 1968, tendo o diplomata argelino auxiliado essa organização na aquisição de armas e na preparação de viagens de militantes para fazer curso na Argélia. Um deles foi Chizuo Osava, " Mário Japa", em novembro de 1969. 
Próximo capítulo : " O RACHA"




20/08 - vida clandestina de Dilma - 4ª parte



Essa  era a verdadeira motivação da luta armada!




O "Racha" - VAR-Palmares  e Dilma
 Na noite de 29 de julho , de  1969, a  nova organização , VAR-Palmares,  perdia dois expressivos militantes em tiroteio com policiais em um posto de gasolina da Barra Funda, capital paulista - Fernando Borges de Paula Ferreira e João Domingos da Silva, que faleceram . No tiroteio ficaram feridos três policiais - Francisco Rocha, José Roberto M. Salgado e Adriano Ramos, além do funcionário público Osmar Antônio da Silva.
 As perdas ( prisões e mortes ) de militantes, além de permanentes conflitos entre a cúpula, levaram ao preparo do 1º Congresso Nacional da VAR-Palmares, com a redação das teses para serem discutidas no Congresso
Pelo lado dos oriundos do VPR, dois documentos marcavam uma posição puramente foquista - guerrilha de pequenos grupos -, privilegiando de modo total e absoluto a coluna guerrilheira :
- "A Vanguarda Armada e as Massas na Primeira Fase da Revolução", conhecido como as "teses do Jamil" , escritos por Ladislas Dowbor.
- "Area Estratégica - Coluna Móvel Guerrilheira", preparado por Carlos Lamarca e Juarez Guimarães de Brito, com idéias de Chizuo Ozava - "Mário Japa".
Ao mesmo tempo, um grupo de militantes oriundos do COLINA, escrevia os documentos:
-"Teses sobre a Tática " e "Poliítica de organização", expressando uma posição contra o foquismo e o militarismo.
 Em consequência, também dentro dessa linha, passaram a circular vários documentos, entre eles, "Guerra Revolucionária", "Situação Internacional, América Latina e Realidade Nacional " e "Contribuição à elaboração de uma linha de massa".
 O Congresso
 Em fins de agosto, início de setembro de 1969, começaram a chegar a Teresópolis os primeiros delegados enviados pelas organizações para representá-las : Seis integrantes do Comando Nacional da VAR-Palmares e nove delegados, eleitos pelas conferências regionais. Ao todo eram 16 militantes com direito a voto. Presente também, como delegado especial dos "deslocados", Apolo Heringer Lisboa -" Hélio Moreira "-. Sem direito a voto, seis outros militantes.
Sem serem convidados apresentaram-se como representantes de São Paulo os militantes da VPR ; José Raimundo da Costa e Celso Lungaretti, que por falta de credenciais,  não foram aceitos
A equipe de manutenção e segurança era composta por 11 elementos. Muitos nem sabiam onde estavam, pois era comum levar os militantes vendados para os "aparelhos" ou  locais de congressos para garantir a segurança dos outros companheiros.
Durante o congresso, as discussões se prolongaram por todo o dia. Os foquistas defendiam as ações imediatas para derrubada do regime militar e imediata tomada do poder para implantar a ditadura marxista- leninista. Os massistas  defendiam a mobilização das massas, formando grandes exércitos populares e , com mais segurança, em um prazo maior fazer a revolução popular.
No dia 5 de setembro, receberam a notícia de que o embaixador dos Estados Unidos havia sido sequestrado.
 Durante 20 dias, 33 militantes, discutiram , brigaram e por pouco quase não partiram para tiros e agressões físicas. Isso tudo, recheado de acirradas discussões políticas, além de atos pouco recomendáveis - afinal , ninguém era de ferro -, para uma ocasião em que pretendiam discutir o futuro de duas das maiores organizações terroristas.
A motivação para luta armada era a mesma, mas as técnicas e o prazo para alcançá-las eram distintos. As divergências de pensamento político eram profundas. A linha sugerida pelo Colina teve maioria - a da revolução socialista, com a luta armada sendo realizada simultaneamente com a coluna guerrilheira no campo e a classe operária e segmentos populares atuando na cidade.
Diante dessas discordâncias, concretizou-se o " racha.". De um lado o grupo de Dilma Rousseff, que apoiava as teses do antigo Comando de  Libertação Nacional - Colina-, continuou com o nome de VAR-Palmares; o grupo de Lamarca voltou a chamar-se Vanguarda Popular Revolucionário - VPR.
 De volta ao Rio , o grupo que continuou na VAR-Palmares se reuniu em um apartamento  no Leblon, no início de outubro e, segundo Antônio Espinosa  elegeu a nova direção da VAR-Palmares formada por Carlos  Franklin Paixão de Araújo - "Max"-,  Antõnio Espinosa, Dilma Rousseff,  Carlos Alberto Bueno de Freitas - " Breno" -,  e Mariano Joaquim da Silva - " Loyola".
Nos meses seguintes a corrida das duas organizações para o aliciamento de novos militantes foi grande. Por ocasião do "racha", a VAR-Palmares possuía cerca de 300 militantes. No final de 1969, cerca de 100 permaneciam na VAR, 100 estavam presos e outros 100 estavam na VPR, ressurgida depois do racha. A VAR - Palmares havia perdido a oportunidade de tornar-se a maior organização subversiva brasileira.
Segundo a Revista Piauí , depois do "racha" , Dilma foi enviada para S Paulo. Lá alugou um quarto em uma pensão e o dividia com Maria Celeste Martins - sua assessora na Casa Civil -, e segundo a mesma reportagem, Dilma em entrevista à Folha, em 2003, teria dito que:
 " Eu e Celeste entramos com um balde : eu me lembro bem do balde porque tinha munição . As armas, nós enrolamos em um cobertor . Levamos tudo para a pensão e colocamos embaixo da cama . Era tanta coisa que a cama ficava alta. Era uma dificuldade para nós duas dormirmos ali. Muito desconfortável. Os fuzis automáticos leves, que tinham sobrado para nós, estavam todos lá. Tinha metralhadora, tinha bomba plástica. (...)" 
Em  21 de novembro  de 1969, Espinosa foi preso.
   Dilma , Galeno e Franklin Paixão Araújo
Galeno, 1º marido de Dilma, no dia primeiro de janeiro de 1970, para comemorar o aniversário da Revolução Cubana sequestrou, em pleno vôo, um avião Caravelle da Cruzeiro do Sul, desviando-o para Cuba . Foi o 1º sequestro de um avião brasileiro. Partiparam dessa ação: James Allen Luz, Athos Magno Costa e Silva, Isolde Somer, Nestor Guimarães Herédia e Marília Gimarães Freire
Uma onda de prisões, entre elas a de José Olavo Leite Ribeiro, levou Dilma à prisão no dia 16 de janeiro de 1970. Dilma foi presa ás 16 horas. Ela usava documentos falsos com os nomes de  Maria Lúcia dos Santos e Marina Guimarães Garcia de Castro e os codinomes de Wanda , Estela e Patrícia .
. Dilma mantinha três contatos semanais com José Olavo Leite Ribeiro  (por medida de segurança os militantes tinham os "pontos" marcados com antecedência). Preso, ao ser interrogado, José Olavo "entregou" um "ponto", em um bar, com Antônio de Pádua Pessoa, mesmo sabendo que Dilma poderia aparecer, pois era um "ponto alternativo". Isso, realmente, aconteceu. Dilma "cobriu" o "ponto" e foi presa, quinze dias depois do sequestro do Caravelle.
A polícia desconfiou de um sinal feito por Olavo para Dilma e foi em cima. Segundo José Olavo,"eles desconfiaram. e ela foi presa por que estava armada." ( Revista Piauí )
Ribeiro afirmou, também,  em entrevista a Luiz Maklouf Carvalho, autor do livro  Mulheres que foram á luta armada  ( Editora Globo), que Dilma estava armada.
Evidente, que, uma pessoa em sua posição  de liderança - comando nacional -, jamais estaria desarmada ao se dirigir a um "ponto". 
Além de armas,  Espinosa , declara que eles carregavam inclusive cápsulas de cianureto  para tomar em caso de prisão ( Revista Época - 16/08/2010)
Franklin Paixão Araújo foi preso em 12 de agosto de 1970 e condenado a 4 anos de prisão, parte da pena cumprida em Porto Alegre. .
Dilma ficou presa durante quase três anos e  saiu do Presídio Tiradentes, no final de 1973. Pouco depois, foi para Porto Alegre onde Franklin Paixão Araújo cumpria seus últimos meses de prisão.
 Deixamos aos nossos leitores dados para que façam uma avaliação a respeito da responsabilidade da militante Dilma Rousseff ao aderir às organizações que praticaram assaltos, assassinatos, sequestros, "justiçamentos", atentados a bombas, sabotagens e outros crimes. Como os leitores do site podem observar as pessoas dessas organizações não eram presas por crime de opinião. Algumas, mesmo não participando dos atos propriamente ditos, eram presas por crime de apoio logístico, planejamento e organização das ações armadas.
 Antes e após a prisão de Dilma, inúmeros foram os crimes praticados por terroristas provenientes de várias organizações. A VPR, ALN , VAR-Palmares ,MOLIPO, PCBR, AP, , MRT, REDE, MR-8 , PCR, PCdo B e outras, foram organizações subversivo-terroristas que, por mais de uma década, aterrorizaram o Brasil.
Em entrevistas na imprensa escrita e falada, Dilma, ultimamente, já como candidata, tem afirmado que lutava pela derrubada  da ditadura, pela democracia e pela liberdade e que nesse regime "Muitas vezes as pessoas eram perseguidas e mortas... E presas por crime de opinião e de organização, não necessariamente por ações armadas. O meu caso não é de ação armada. O meu caso foi de crime de organização e de opinião".
 No entanto, vê-se, claramente, por declarações de seus maridos, de camaradas de armas, de seus companheiros, que, nas organizações em que militou: Polop, COLINA, e VAR-Palmares, Dilma, até a sua prisão, não se encarregava, apenas, de distribuir panfletos em porta de fábricas.
Segundo o parecer do jurista Luiz Flávio Gomes, "Ocorre co-autoria (no Direito Penal) quando várias pessoas participam da execução do crime, realizando ou não o verbo núcleo do tipo. Todos os co-autores, entretanto, possuem o co-domínio do fato. Todos praticam fato próprio. Enquanto o co-autor participa de fato próprio, o partícipe contribui para fato alheio. Três são os requisitos da co-autoria:
1) pluralidade de condutas;
2) relevância causal e jurídica de cada uma;
3) vínculo subjetivo entre os co-autores (ou pelo menos de um dos co-autores), com anuência ainda que tácita do outro ou dos outros co-autores".
Fontes:
 Projeto Orvil 
Revista Piauí ( abril /2009)
Revista Época ( 16/08/2010 ) 
A Verdade Sufocada - A História que a esquerda não quer que o Brasil conheça - Carlos Alberto Brilhante Ustra

   

12/08 - Vida clandestina de Dilma Rousseff - 1ª parte



Editoria do site: www.averdadesufocada.com

Ex-integrante da Política Operária - POLOP -, do Comando de Libertação Armada - COLINA -, da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares - VAR-Palmares, organizações adeptas da luta armada contra o regime militar, Dilma nega participação em ações criminosas realizadas durante esse período.
Em entrevistas na imprensa escrita e falada, Dilma tem afirmado que lutava pela derrubada  da ditadura, pela democracia e pela liberdade e que nesse regime "Muitas vezes as pessoas eram perseguidas e mortas... E presas por crime de opinião e de organização, não necessariamente por ações armadas. O meu caso não é de ação armada. O meu caso foi de crime de organização e de opinião".

Diante dessas afirmações  o site www.averdadesufocada.com resolveu publicar uma série de  matérias sobre as organizações subversivo-terroristas em que a candidata a presidente da República, Dilma Rousseff, militou de forma bastante ativa .  Mesmo que fosse verdadeira a afirmação de que Dilma Rousseff não tenha praticado nenhuma ação armada, essa afirmação não a eximiria da responsabilidade dos crimes praticados pela organizações as quais aderiu, já que os militantes sabiam  ao ingressarem nas organizações  dos atos criminosos praticados : assaltos, assassinatos, sequestros, "justiçamentos", atentados a bombas, sabotagens e outros crimes. Como os leitores podem observar, as pessoas  dessas organizações não eram presas por crime de opinião. Algumas, mesmo não participando dos atos propriamente ditos, eram presas por crime de apoio logístico, planejamento e  organização das ações armadas.
A primeira organização que encantou a adolescente Dilma Rousseff foi a Política Operária - POLOP. 
         Dilma Rousseff

A POLOP teve origem no Partido Socialista Brasileiro, e foi fundada em 1961. Seus militantes já agiam  muito antes da Contra-Revolução de 1964. Em 12 de março de 1963, apoiou e orientou a subversão dos sargentos em Brasília . Nessa rebelião, 600 militares , entre cabos, sargentos e suboficiais da Marinha e Aeronáutica, foram apoiados pelo dirigente da POLOP Juarez Guimarães de Brito, que se deslocou do Rio de Janeiro para Brasília. A cidade foi ocupada pelos rebeldes. Dominada a rebelião duas pessoas estavam mortas;o soldado Divino Dias dos Santos e o motorista civil Francisco Moraes. 
 Ainda nessa época, a POLOP concitou o PCB, através de uma "Carta Aberta", a romper com o reformismo e com o governo de João Goulart. 
 Logo após, a Política Operária passou por uma fase de muita polêmica quanto às linhas de ação a serem  seguidas para decidir o melhor método para implantação do comunismo no Brasil. Uma ala defendia  a formação de uma Assembléia Nacional Constituinte e outra dava prioridade à luta armada .
Dilma e a luta armada
 Peter Rousév era um advogado russo,  filiado ao Partido Comunista Búlgaro, que, no Brasil, mudou seu nome para Pedro Rousseff  e fixou-se em Belo Horizonte, onde ganhou  dinheiro com obras na Siderúrgica Mannesmann. Em Minas casou e teve três filhos : Dilma  e  dois irmãos que  tinham uma vida de família de classe média alta, eram atendidos por  três empregadas e moravam em uma casa espaçosa.  Dilma estudou no  Sion , colégio de classe média alta.
Em 1965, com 17 anos, matriculou-se na Escola Estadual Central, um centro de agitação do movimento estudantil secundarista, e começou sua doutrinação.  Dois anos depois militava na  POLOP, influenciada, entre outros movimentos, pelo livro que incendiou o mundo - Revolução da Revolução - de Régis Debray,  que difundia a teoria do foquismo" - a guerrilha de pequenos grupos - os focos -, para  expropriar e terminar com a   burguesia.
Em abril de 1968, os militantes  da POLOP de Minas Gerais e da Guanabara, e do Movimento Nacional Revolucionário - MNR - de Brizola se reuniram e  entabularam negociações para a criação de uma nova organização político militar. Ao mesmo tempo, o pessoal da POLOP/GB  realizou uma Conferência, na qual foi aprovado o documento "Concepção da Luta Revolucionária", onde ficou praticamente aprovada a linha política da futura Organização Político Militar - OPMO documento definiu a revolução brasileira como sendo de caráter socialista e o caminho a seguir o da luta armada, através do  foco guerrilheiro, visto como "a única forma que poderá assumir, agora, a luta armada revolucionária do povo brasileiro".
Dilma, aos 20 anos, inclinou-se para a luta armada  e juntou-se ao grupo que optou pela violência.
O processo para a tomada do poder iniciar-se-ia com a criação de um pequeno núcleo rural : o foco -, que, através do desencadeamento da luta armada no campo, cresceria e se multiplicaria com a conscientização das massas, até a constituição de um Exército Popular de Libertação. As cidades eram vistas como fontes para o apoio logístico e a guerrilha urbana nelas desencadeadas serviria para manter ocupadas as forças legais. Os atos de terrorismo e sabotagem deveriam obedecer a um rígido critério político, estabelecido pelo comando da OPM.

  Criação do Comando de Libertação Nacional - COLINA

Em julho de 1968, esses dissidentes da POLOP realizaram um Congresso Nacional num sítio em Contagem, Minas Gerais no qual foi criado o Comando de Libertação Nacional – COLINA -, com o seu Comando Nacional – CN - integrado por Ângelo Pezzuti da Silva e Carlos Alberto Soares de Freitas, em Minas Gerais, e Juarez Guimaraes de Brito e Maria do Carmo Brito, na Guanabara.
Diretamente ligado ao Comando Nacional - CN -, foi criado:
 Setor Estratégico, subdividido em:
 a- Comando Urbano que era constituido pelo Setor Operário e Estudantil. Esse setor era o responsável pelo trabalho de massa nas fábricas, empresas, sindicatos, faculdades, etc. Esse trabalho era executado pelas células, por meio das atividades de recrutamento e de agitação e propaganda. O setor editava o jornal "O Piquete".
b- Comando militar era composto pelos Setores de Levantamento de Áreas; Inteligência; Expropriação; Terrorismo e Sabotagem; e Logistico.
  A partir de setembro de 1968 o Setor de Levantamento de Áreas deu início a uma série de viagens pelo interior do país, a fim de selecionar as  regiões mais favoráveis à instalação de guerrilhas. Após estudar mais de sete estados, o COLINA se decidiu, em junho do ano seguinte, por uma região de mais de 100 mil km2 , englobando diversos municípios do Maranhão e de Goiás  - Imperatriz, Porto Franco, Barra do Corda e Tocantinópolis. 

Dilma Rousseff e Comando de Libertação  Naciona l - COLINA

Os dissidentes  que optaram pela luta armada reuniram-se em torno da nova organização. Entre esses dissidentes estava Dilma. Continuando sua capacitação política, um dos seus doutrinadores foi Apolo Heringer Lisboa, dirigente do Colina. Ele lhe ministrara aulas de marxismo, quando Dilma ainda era secundarista.
No meio subversivo conheceu  o jornalista mineiro Cláudio Galeno de Magalhães Linhares, que também optara pela luta armada. Galeno serviu  ao Exército por  três anos e,
     Cláudio Galeno de M. Linhares
também militou na POLOP. Atuou ativamente na sublevação dos marinheiros. Esteve preso  por cinco meses na Ilha das Cobras, durante a  Contra-Revolução. Depois disso, obteve Habeas Corpus, foi solto  e voltou a Belo Horizonte, onde foi trabalhar  no jornal Ultima Hora, tendo como chefe Guido Rocha, um dos principais líderes da POLOP, que Galeno conhecera quando ambos estiveram presos.

  

Dilma e Galeno um ano depois se casaram. Firmava-se a Dilma guerrilheira, correndo da polícia, fazendo passeata para apoiar os operários em greve em Contagem e enfrentando a polícia. A dupla prometia. Galeno, em entrevista à revista Piaui, declarou que aprendera a fabricar bombas na fármácia de seu pai.

 Ela tinha tarefas específicas no COLINA: a confecção do Jornal O Piquete, a preparação das aulas de marxismo,  absorvidas na doutrinação do dirigente do COLINA, Apolo Hering. Tinha também aulas sobre armamentos, tiro ao alvo e explosivos. Grande parte dessas aulas era ministrada nos arredores de Belo Horizonte pelo ex-sargento  da Aeronáutica João Lucas Alves.

Além de dar instruções de técnicas de guerrilha à Dilma, Galeno, em entrevista à Revista Piauí, demonstra mais que uma  relação de militância  com João Lucas Alves . Demonstra que era  seu apoio logístico, quando declara:

"O João Lucas ficava hospedado em nossa casa".


Para quem não sabe, João Lucas Alves foi um dos executores do major do exército alemão Edward Ernest Tito Otto Maximilian von Westernhagen, em 01/07/68, que fazia curso de Estado Maior, na Praia Vermelha, RJ, e que foi morto por engano, ao ser confundido com um militar boliviano, que também fazia o mesmo curso e que era acusado de ter morto Che Guevara. O crime ficou sem autoria declarada até bem poucos anos.  Foi preciso Jacob Gorender, também militante da luta armada – PCBR - , em seu livro Combate nas Trevas, publicar um segredo guardado a sete chaves: a organização responsável por este assassinato foi o COLINA , e o nome de dois dos quatro autores do crime .

 Dilma e Galeno viviam  perigosamente rodeados de gente que, como eles, não pretendia, como motivação principal, derrubar o governo militar, mas instalar um regime marxista-leninista, como pregavam os estatutos da organização na qual militavam ativamente. Seu apartamento era  visitado pela cúpula do COLINA. Derrubar o regime militar era o pretexto para atrair militantes para a causa principal -  instalar uma ditadura  nos moldes de Cuba -, que para ser melhor aceita era rotulada de regime socialista. Para isso, faziam treinamentos práticos e de capacitação política. 

Embora o COLINA tivesse conseguido recrutar adeptos em Porto Alegre, Goiania e Brasília nunca deixou de ser uma organização política militar tipicamente mineira, com um núcleo na Guanabara – RJ -, onde havia recrutado um grupo de ex-militares que já tinha atacado duas sentinelas: a primeira , em 17 de março de 1968, no Museu do Exército, na Praça da República , a qual foi baleada por Antonio Pereira Mattos e teve o seu FAL roubado; e a segunda em 23 de maio do mesmo ano, na Base Aérea do Galeão, quando foi roubado a sua  pistola.45.

De acordo com Jacob Gorender ,  autor do livro " Combate nas trevas" o COLINA já aderira à luta armada em 1968 e pregava  a prática do terrorismo.

Dentre as ações do COLINA , em 1968, podem ser destacadas:

- em 28 de agosto, assalto ao Banco Comércio e Indústria de Minas Gerais, agência Pedro II , em Belo Horizonte;

- em 4 de outubro, assalto ao Banco do Brasil, na cidade industrial de Contagem, em MG;

- em 18 de outubro, dois atentados a bomba em Belo Horizonte, nas residências do Delegado Regional do Trabalho e do Interventor dos Sindicatos dos Bancários e dos Metalúrgicos;

- em 25 de outubro, no Rio de Janeiro, Fausto Machado Freire e Murilo Pinto da Silva assassinaram Wenceslau Ramalho Leite, com quatro tiros de pistola Luger 9mm, quando lhe roubavam o carro; e

- em 29 de outubro, assalto ao Banco Ultramarino, agência de Copacabana, no Rio de Janeiro. 

A Organização de Dilma tinha algumas armas, algum dinheiro e algumas dezenas de militantes dispostos a tudo .

Próximos capítulos : Dilma, a VPR e  a VAR-Palmares

Fontes:
Projeto Orvil
Revista Piauí
A Verdade Sufocada - A história que a esquerda não quer que o Brasil conheça.- Carlos Alberto Brilhante Ustra


14/04 - VAR-Palmares planejou execução de militares



       Aeronática relata intenções da VAR-Palmares




Documentos do grupo guerrilheiro, no qual militou a presidente Dilma, indicam planos para ‘justiçamento’ de oficiais do Exército
 ESTADÃO.COM.BR -13/04/2011
BRASÍLIA - Documento da Aeronáutica que foi tornado público nesta quarta-feira, 13, pelo Arquivo Nacional, após ter sido mantido em segredo durante três décadas, revela que a organização guerrilheira VAR-Palmares, que contou em suas fileiras com a hoje presidente Dilma Rousseff, determinou o "justiçamento", isto é, o assassinato de oficiais do Exército e de agentes de outras forças considerados reacionários nos anos da ditadura militar.
.
Com cinco páginas, o relatório A Campanha de Propaganda Militar, redigido por líderes do grupo, avalia que a eliminação de agentes da repressão seria uma
     Armas do grupo guerrilheiro VAR-Palmares
forma de sair do isolamento. O texto foi apreendido em um esconderijo da organização, o chamado aparelho, e encaminhado em caráter confidencial ao então Ministério da AeronáuticaO arquivo inédito, revelado pelo Estado no ano passado e aberto à consulta pública na teraça-feira, 12, faz parte do acervo do Centro de Segurança e Informação da Aeronáutica (CISA). No Arquivo Nacional, em Brasília, novo endereço do acervo que estava em poder do serviço de inteligência da Aeronáutica, há um conjunto de documentos que tratam da VAR-Palmares. Mostram, entre outras coisas, a participação de militares da ativa e a queda de líderes do grupo em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo.
Os nomes dos integrantes do grupo receberam uma tarja preta, o que impede estabelecer relações diretas entre eles e as ações relatadas. É possível saber, por exemplo, que militantes de Belo Horizonte receberam em certa ocasião dez revólveres calibre 38 e munição, mas não os nomes desses militantes.
Na primeira página, o relatório de cinco páginas destaca que o grupo não tem "nenhuma possibilidade" de enfrentar os soldados nas cidades. Sobre o justiçamento de militares observa: "Deve ser feito em função de escolha cuidadosa (trecho incompreensível) elementos mais reacionários do Exército."
Extermínio. Na época da redação do texto, entre 1969 e  1970, a  ditadura tinha recrudescido o combate aos adversários do regime. Falava-se em setores das forças de completo extermínio dos subversivos. Em dezembro de 1968, o regime havia instituído o AI-5, que suprimia direitos civis e coincidia com o início de uma política de Estado para eliminar grupos de esquerda.
A VAR-Palmares surgiu em 1969 com a fusão do grupo Colina (Comando de Libertação Nacional), em que Dilma militava, com a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), do capitão Carlos Lamarca. Dilma, à época com 22 anos, foi presa em janeiro de 1970 em São Paulo. Ela só foi libertada em 1972, após passar por uma série de sessões de tortura. Sempre que fala sobre seu envolvimento com a resistência ao regime militar, Dilma costuma ressaltar que sua visão atual da vida não tem "similaridade" com o que pensava durante o tempo de guerrilha.
O documento tornado público classifica as ordens como contraofensiva. Seria uma resposta aos "crimes" do regime militar contra a esquerda: "O justiçamento punitivo visa especialmente paralisar o inimigo, eliminando sistematicamente os cdf da repressão, os fascistas ideologicamente motivados que pressionam os outros."
O texto também dá orientações sobre como definir e vigiar possíveis alvos. A ideia era uma fazer uma lista dos oficiais "reacionários" e de pessoas ligadas à CIA, a agência central de inteligência dos Estados Unidos.
A VAR-Palmares tinha definido como alvos prioritários o delegado Sérgio Paranhos Fleury, do DOPS, e seu subordinado Raul Careca, acusados de comandarem a máquina da tortura nos porões de São Paulo: "Careca, Fleury são assassinos diretos de companheiros também. Trata-se de represália clara. Já outros investigados serão eliminados sob condição, conforme vimos acima."



19/09 - Ex-marido de Dilma conta como roubaram 2 milhões e seiscentos mil dólares



   Capa da Revista Piauí - 04/2009


Carlos Araújo conta a ZH como ele e Dilma assaltaram o cofre de Ademar de Barros 
Por Polípio Braga
Além das cinco páginas com a história de Dilma Roussef, contada a partir da visão do seu ex-marido, Carlos Araújo, o jornal Zero Hora deste domingo conta também a história de José Serra, contada por sua mulher, Mônica Allende, que o conheceu no exílio, no Chile. ZH presta um relevante serviço aos eleitores, já que permite cotejar os dois perfis. A opção pelo melhor será inevitável.
A ex-ministra Dilma Roussef participou, sim, do assalto ao cofre do ex-governador Ademar de Barros, uma ação armada comandada em 1969 pelo seu futuro marido, o ex-deputado Carlos Araújo, em 1969, numa imponente mansão do bairro Santa Tereza, no Rio
Ademar de Barros, ex-governador de São Paulo, foi o fundador da atual Rede Bandeirantes de Rádio e TV. O primeiro dos Saad foi seu genro. Dilma Roussef não gosta de falar sobre o episódio. Sua biografia no site de campanha e nos programas de rádio e TV, omite totalmente o passado terrorista da candidata do PT.
. Quem contou os detalhes do assalto foi o próprio ex-deputado Carlos Araúhjo, que na época liderava com Dilma Roussef a organização terrorista VAR Palmares, já na época aliada estratégica da VPR, grupo liderado pelo ex-capitão Carlos Lamarca. Está tudo no jornal Zero Hora deste domingo. São 5 páginas recheadas de detalhes colhidos pelos repórteres Luiz Antonio Araújo e Mariana Bertolucci, ao longo de oito horas de gravações. O ex-deputado do PDT, 72 anos, vive na mesma casa de sempre, na Assunção, Porto Alegre, mas sua atual mulher, a terceira, Nize Pacheco, mora na sua própria casa. Dilma foi a segunda mulher de Araújo. Ele tem um filho com cada mulher.
. Na reportagem, Carlos Araújo conta que roubaram o cofre com tudo dentro, usando um sistema de roldanas. Depois ele foi aberto com a ajuda de maçaricos. Dentro dele estavam US$ 2,16 milhões. Onde foi parar o dinheiro ? Conta Carlos Araújo:
- Demos US$ 1 milhão ao embaixador da Argélia, para ajudar exilados brasileiros em Argel. O restante foi usado na luta armada.
. O assalto acabou provocando um racha entre Araújo-Dilma com o grupo de Carlos Lamarca.
Nota do editor - Logo abaixo, outras notas sobre a campanha de Dilma Roussef, com ênfase para os assaltos ao dinheiro público praticados nas suas barbas, na Casa Civil de Lula.
Observação do site : www.averdadesufocada.com
Segundo reportagem da revista Piauí de abril de 2009: "Nem Dilma nem Araujo participaram da ação, mas ambos estiveram envolvidos na sua preparação."  Eles , não estavam no local no momento do roubo, e Franklin Paixão de Araújo afirma que foi ele que levou, de Porto Alegre , o metalúrgico Delci Fensterseifer para abrir o cofre com maçarico..
Ainda segundo a revista Piauí, "Carlos Franklin Paixão de Araújo, deu um depoimento no DOPs de SP onde declarou que ficou em seu poder com 1.2 milhão de dólares, dividido "em três malas de 400mil dólares cada uma" e que o dinheiro ficou cerca de uma semana, "em um apartamento à rua Saldanha Marinho, onde também morava Dilma Vana Rousseff Linhares ". Araújo não quis comentar o depóimento ao Dops. E nem outros, como um de Espinosa, que fala em 720 mil dólares terem ficado com a organização, ou um outro militante, que chega à soma de 972 mil dólares. " Portanto, participaram no planejamento , finalização da ação e destino do dinheiro.
Sobre o que foi feito da fortuna jamais se chegou a nenhuma conclusão e Araújo declara na mesma  reportagem da Revista Piauí : " É impossivel chegar a uma conclusão sobre isso que não tem mais importância nenhuma".
Continuando a reportagem a revista trancreve o seguinte:" Num dos inquéritos é dito que Dilma Roussef "manipula grandes quantias da VAR-Palmares. É antiga militante de esquemas subversivo-terroristas. Outrossim, através do seu interrogatório verifica-se ser uma das molas mestras e um dos cérebros dos esquemas revolucionários postos em prática pelas esquerdas radicais. (..)"
 O que é crível, pois, Dilma, segundo depoimentos, era encarregada da parte financeira da nova organização, juntamente com seu marido Franklin Paixão de Araújp - "Max" - ,  ambos pertencentes ao comando nacional
O destino desse dinheiro é um mistério. Nenhum dos envolvidos na ação, direta ou indiretamente, comenta, muito


03/12 - Foto inédita mostra Dilma em interrogatório em 1970



 A RÉ DILMA
Dilma na sede da Auditoria Militar no Rio 
de Janeiro, em novembro de 1970. Ao 
fundo, os oficiais que a interrogavam 
sobre sua participação na luta armada 
escondem o rosto com a mão 
(Foto: Reprodução que consta no processo
da Justiça Militar)
ÉPOCA publica na edição desta semana uma imagem da presidente Dilma Rousseff aos 22 anos, na sede da Auditoria Militar do Rio de Janeiro
REDAÇÃO ÉPOCA
A trajetória de Dilma, da guerrilha ao poder
Acervo: o passado de Dilma A vida quer coragem (Editora Primeiro Plano), do jornalista Ricardo Amaral, chega às livrarias na primeira quinzena de dezembro. A foto abaixo, inédita, está no livro que conta a trajetória de Dilma Rousseff da guerrilha ao Planalto. Amaral, que foi assessor da Casa Civil e da campanha presidencial, desencavou a imagem no processo contra Dilma na Justiça Militar. A foto foi tirada em novembro de 1970, quando a hoje presidente da República tinha 22 anos. Após 22 dias de tortura, ela respondia a um interrogatório na sede da Auditoria Militar do Rio de Janeiro.

Observação do site www.averdadesufocada.com
Por que esses processos não foram liberados para conhecimento do público até os dias de hoje?


Texto completo
Por que, durante a campanha de 2010 o processo de Dilma foi trancado a sete chaves em um cofre por ordens do Ministro Chefe do STM ? O que poderia atrapalhar a 

  Dilma atuou na POLOP, no COLINA, na VPR e
 Na VAR-Palmares
campanha da candidata?
 Será que a Comissão da Verdade revelará os crimes e seus autores ou os  omitirá?
Quanto à foto, os que viveram essa época devem saber porque os militares, na hora de fotografias , procuravam não aparecer nas mesmas - dois militares estrangeiros já haviam sido assassinados, vários policiais militares haviam sido mortos,  as ameaças eram comuns, além de listas com nomes de pessoas para serem "justiçadas" serem encontradas com frequência nos "aparelhos" dos terroristas.Foram realmente anos de chumbo...
Ainda sobre a foto, para uma moça que foi barbaramente torturada por 22 dias, Estela, Wanda ou Dilma, até que apresenta uma aparência bem razoável, eu diria até tranquila...
Leia mais a respeito no link: 
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/o-problema-da-jovem-dilma-no-tribunal-e-o-photoshop-na-historia-nao-na-fotografia-ou-quem-mostra-e-quem-cobre-a-cara/                                        

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX 

http://uolpolitica.blog.uol.com.br - Blog do Fernando Rodrigues
Além dessa foto de 1970 ( a foto acima ) há uma outra, de 1972. Foi publicada originalmente pelo jornal “Estado de Minas”, mas depois esquecida. Na imagem estão no banco dos réus da Justiça Militar, da esquerda para a direita, começando pela fileira de cima: Ageu Lisboa, Fernando Pimentel (de óculos, atual ministro da Indústria), Gilberto Vasconcelos, o Giba (pai de Beto Vasconcelos, atual secretário executivo da Casa Civil) e Dilma Rousseff.
Embaixo, na primeira fila, da esquerda para a direita, Marco Antonio Rocha (de óculos escuros e braços cruzados, jornalista da Manchete na época), José Raimundo Alves Pinto e Guido Rocha.
No texto dessa reportagem, o jornal “Estado de Minas” relatava que Dilma e os outros os condenados foram considerados culpados por terem “atentado contra o regime para a tomada do poder pela luta armada, dentro de um plano com outras organizações terroristas, através [sic] do incitamento, propaganda subversiva e posse de armas e outros atos terroristas”.


 

12/03 - Operação limpeza de arquivo



Minc: Dilma não roubou "cofre do Ademar" em 1969 - O GLOBO

BRASILIA. Ex-colega de Dilma Roussef na luta armada contra a ditadura, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou que a chefe da Casa Civil teria desempenhado papel de pouco destaque na organização clandestina VAR- Palmares, da qual ambos participaram no fim dos anos 60. Presa e torturada pela repressão, Dilma já relatou sua participação no grupo. 



Em entrevista publicada na edição deste mês da  revista "Playboy", Minc disse que a pré-candidata do PT à sucessão do presidente Lula não participou da mais conhecida ação da organização: levar US$ 2,6 milhões de um cofre do ex-governador paulista Adhemar de Barros, em julho de 1969. Minc estava entre os militantes que invadiram a casa de Anna Capriglione, suposta amante do governador, em Santa Tereza.

- Posso falar com tranquilidade que ela não participou dessa ação .Eu garanto - disse o ministro.

Perguntado se Dilma liderava a organização, o ministro disse que os relatos sobre a atuação dela são exagerados.

- Realmente não é verdade. Numa certa época nós fomos do mesmo grupo, mas ela não tinha nenhuma proeminência. Como ela é uma pessoa importantíssima, fala-se qualquer coisa sobre ela, que teve participação em determinadas ações, e realmente isso não aconteceu.
Em pelo menos três ocasióes, Dilma afirmou não ter participado do assalto ao cofre..


Comentário do site   www.averdadesufocada.com  :

Antes da candidatura à Presidência da República a senhora Dilma Roussef se vangloriava dos feitos criminosos praticados por ela, sua organização e seus camaradas de luta armada. Agora, deve ter chegado à conclusão que é melhor para a sua imagem de candidata  ter uma ficha mais  limpa, sem roubos, sem violências.

Para isso, seu camarada de organização, Carlos Minc, ministro do Meio Ambiente, fez as declarações acima. O prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, que também já foi convidado por Lula para compor seu staff de militantes que pegaram em armas, também,  andou limpando a  ficha da ministra em entrevista à revista Veja. 

Como somos os mais interessados na tão falada abertura dos arquivos dos "anos de chumbo", esperávamos que o governo o fizesse sem censura e sem amenizar a verdade, na ânsia de esconder do público o que os terroristas fizeram nesses anos, como tenta Minc na entrevista ao jornal O Globo.

Desmentindo as afirmações de seu camarada de armas, usando as próprias palavras da ministra , que também era conhecida como "Estela", "Luiza", "Patrícia" ou "Wanda", e de companheiros de organização, vamos transcrever algumas  entrevistas concedidas por eles, antes de começar sua campanha para presidência da República .



ISTO É ONLINE,  (2006 )

REVISTA :OS BRASILEIROS DO ANO 2005
A brasileira do ano
Dilma Rousseff

Após crises e torturas, a chefe da Casa Civil chega ao topo da carreira de ex-guerrilheira, economista, executiva e ministra
Luiz Cláudio Cunha

(...)"Aí fiquei subversiva. Percebi que o mundo não era para debutante"
Correndo da polícia, fazendo passeata para apoiar os operários em greve em Contagem, Dilma viu os primeiros companheiros sendo presos pelo regime que apertava o nó.

"O AI-5 foi meu primeiro presente de 21 anos. Saiu na véspera do meu aniversário, 14 de dezembro de 1968", conta. Ela e o marido, visados pela polícia, conseguem escapar do cerco, fogem para o Rio de Janeiro e, como tantos outros jovens, caem na clandestinidade. 

A Polop se transformou em Comando de Libertação Nacional (Colina), que reunia pequenos grupos da esquerda radical, e a estudante Dilma virou professora, ensinando marxismo a militantes do setor operário. Ajudou na infra-estrutura de três assaltos a bancos, assinou artigos no jornal Piquete e chegou à direção do Colina. Nessa condição, planejou o que seria o mais rentável golpe da luta armada em todo mundo: o roubo do cofre de Adhemar de Barros, ex- governador de São Paulo. A proeza coube à Vanguarda Armada Revolucionária  Palmares (VAR-Palmares ), resultado da fusão da Vanguarda Popular Revolucionária ( VPR ) do capitão  Carlos Lamarca com o Colina  de Dilma Rousseff. Onze dias depois da fusão, em julho de 1969, 13 guerrilheiros da VAR- Palmares roubaram o cofre de  200 kg  de uma casa no bairro carioca de Santa Tereza ,
onde vivia a amante de Adhemar.
 "A gente achava que ia ser grande, mas não tinha noção do tamanho", lembra Dilma. Aberto o cofre, sacaram de lá US$ 2,6 milhões - hoje uma mega sena em torno de R$ 25 milhões (...)

(...) Dura na queda, Dilma bateu boca com Lamarca, que sustentava a tese guevarista de levar a luta para o campo. Ela achava que a guerrilha precisava, antes, se organizar melhor nas cidades. Seus companheiros dizem que ela ajudou a preservar a VAR- Palmares mesmo com o racha de Lamarca, que saiu para recriar a VPR (...)

(...) Punida pelo Decreto 477, que bania subversivos da universidade foi obrigada a prestar novo vestibular. Formou-se em economia pela Universidade Federal do RS e foi, mais uma vez, atropelada pelo arbítrio: em 1977 o ministro linha-dura do exército, Sylvio Frota, reagiu a demissão do cargo pelo general do cargo Ernesto  Geisel, divulgando uma lista de 99 comunistas infiltrados no governo - um dos três economistas delatados na Fundação de Economia e Estatística ( FEE ) era Dilma , que acabou demitida. " Completei minha cota - fui presa, cassada, condenada, punida pelo 477 e incluída na lista do Frota " , brinca Dilma, hoje, rindo da própria sorte. Condenada pela Justiça Militar a seis anos de prisão, cumpriu três e, com recurso, acabou punida com dois anos e um mês de cadeia (...)

(...) Dilma Roussef fala das letras trágicas do tango que ela começou a entender na cadeia, dos versos tristes dos blues de Billie Holliday, dos lamentos nostálgicos de London, London chorados pelo Caetano Veloso do exílio londrino. Fala da repressão da crise, da tortura, da ditadura. E, apesar de tudo, sorri. um sorriso aberto, doce, firme, de quem  só pode ver o melhor depois de viver o pior. Dilma Rousseff mais do que sobreviveu. Venceu. " Só pra saber que nunca fui uma menina cândida: eu sei montar e desmontar, de olhos fechados um fuzil automático leve. Tinha que ser rápido, muito rápido. E, se você quer saber, eu sei atirar",  lembra, abrindo um  enorme  sorriso. O Brasil est[á precisando, cada vez mais, do tiro rápido e certeiro da Brasileira de 2005.


Revista Época - edição 443 - 10/11/2006

O maior feito atribuído à ministra na luta armada não passa de lenda urbana. Segundo o flocore dos Anos de Chumbo, Dilma teria participado do assalto à casa de uma amante  do ex-governador de São Paulo Adhemar de Barros. Do cofre da residência foram roubados US$ 2,4 milhões. À amigos , ela diz que ajudou no planejamento, mas não na ação.
Em janeiro de 1970, Dilma caiu numa armadilha da repressão e foi presa quando ia a um encontro em São Paulo.


Revista Veja

O cérebro do roubo do cofre
Alexandre Oltramari e Antonio Milena
Antonio Milena
A ficha nos arquivos militares de Dilma Rousseff, hoje ministra das Minas e Energia: só em 1969, ela organizou três ações de roubo de armamentos em unidades do Exército no Rio de Janeiro.

(...)O outro integrante do primeiro escalão com passagem pela guerrilha contra a ditadura militar é a ministra Dilma Rousseff das Minas e Energia - mulher de fala pausada, mãos gesticuladoras, olhar austero e passado que poucos conhecem. Até agora, tudo que se disse a respeito da ministra dava conta apenas de que combatera nas fileiras da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares, a VAR - Palmares, um dos principais grupos armados da década de 70. Dilma Rousseff, no entanto, teve uma militância armada muito mais ativa e muito mais importante . Ela, ao contrário de José Dirceu, pegou em armas, foi duramente perseguida , presa e torturada e teve papel relevante numa das ações mais espetaculares da guerrilha urbana no Brasil - o célebre roubo do cofre do governador paulista , Adhemar de Barros, que rendeu 2,5 milhões de dólares(...)

(...)A ação durou 28 minutos e foi coordenada por Dilma Rousseff e Carlos Franklin Paixão Araújo, que então comandava a guerrilha urbana da Var-Palmares em todo o país e mais tarde se tornaria pai da única filha de Dilma. O casal planejou, monitorou e coordenou o assalto ao cofre de Adhemar de Barros. Dilma, no entanto, não teve participação física na ação. " Se tivesse tido não teria nenhum problema em admitir",  diz a ministra, com orgulho de seu passado de combatente.
"A Dilma era tão importante que não podia ir para a linha de frente. Ela tinha tanta informação que sua prisão colocaria em risco toda a organização. Era o cérebro da ação" ,diz o ex-sargento e ex-guerrilheiro Darcy Rodrigues, que adotava o codinome "Leo" e em outra ação espetacular ajudou o capitão Carlos Lamarca a roubar uma Kombi carregada de fuzis de dentro de um quartel do Exército, em Osasco, na região metropoçitana de são Paulo. " Quem passava as orientações do comando nacional para a gente era ela". O ex-sargento conta que uma das funções de Dilma era indicar o tipo de armamento que deveria ser usado nas ações e informar onde poderia ser roubado. Só em 1969, ela organizou três ações de roubo de armas em unidades do Exército, no Rio. (...)


(...)A atual ministra era tão temida que o Exército chegou a ordenar a transferência de um guerrilheiro preso em  Belo horizonte, o estudante Ângelo Pezzuti, temendo que Dilma conseguisse montar uma ação armada de invasão da prisão e libertação do companheiro.(...)
 Com reportagem de Luis Henrique Amaral



Qui, 17 de Maio de 2012 06:57

COMISSÃO DA VERDADE: Quando a suposta dialética da história vira discurso esquizofrênico. Ou: A grande falha lógica do discurso de Dilma. Ou: Conteste se for capaz!

Caras e caros, de braços dados com a história e a lógica, acho que escrevi o meu melhor texto sobre a Comissão da Verdade. Avaliem.

A presidente Dilma Rousseff realizou hoje a solenidade de instalação da dita “Comissão da Verdade” (ver post anterior). Escrevi nesta manhã um longo texto a respeito. Também a mim não me moveu o revanchismo! Até porque tomei algumas bordoadas na luta pela redemocratização do país e tive de aguentar um “agente do regime” no meu pé quando tinha meros 16 anos… Não fui torturado como Dilma nem me tornei o burguês das lutas alheias, como o companheiro “ApeDELTA”, que nunca sofreu, felizmente, um arranhão, embora receba pensão permanente por ter sido “molestado” pela ditadura. A grana deve andar, aí, em torno de R$ 6 mil por mês. Continuo o apaixonado de sempre pelos fatos — aos  16, a  minha perspectiva era certamente outra, mas já me incomodava a ideia de que o Estado pudesse sufocar os indivíduos com as suas verdades, a despeito dos… fatos! Por isso me fiz, vamos dizer assim, um “rebelde”. Por isso continuo, vamos dizer assim, um “rebelde”.
Eu me dei conta esses dias de que fui crítico, a cada hora numa trincheira, de todos os governos de Geisel pra cá. E, hoje, costumo bater boca, ainda que indiretamente, com sumidades que apoiaram todos os governos — de Geisel pra cá!!! São mais inteligentes do que eu, claro! O “progressismo” já fez verdadeiros milionários no Brasil. Fui de esquerda quando dava prejuízo. Deixei de sê-lo quando passou a dar lucro! Sujeito burro!!!
Sim, o tempo foi me convencendo, e já há muito é uma convicção da qual não abro mão, de que a democracia é mesmo o pior regime de governo possível, com a exceção de todos os outros, como disse aquele do uísque com charuto… Não é o modelo perfeito, mas é o que permite, ao menos, tratar as diferenças sem ter de avançar no pescoço alheio. Na democracia, “pacta sunt servanda“. E fim de papo! Vale o combinado. Os acordos têm de ser cumpridos. Os contratos não podem ser desrespeitados.
É o contrário do que pensa boa parte — se é que não se fala da totalidade — das esquerdas. Costumam apelar à chamada “dialética da história” para sustentar que leis, mesmo democraticamente instituídas, podem e devem ser desrespeitadas se essa for “a vontade da sociedade”. Chamam de “vontade da sociedade” a pauta que elas próprias definem. Dos 16 aos, mais ou menos, 21, também cheguei a acreditar nisso. Quando descobri que era a porta de entrada de todos os males do mundo; quando me dei conta de que essa perspectiva correspondia à morte do humanismo — à medida que ela não comporta qualquer princípio inegociável —, caí fora! Constatei que se tratava de um mal superior àqueles outros que eu combatia (e que continuo a combater) porque, em nome da resistência e de um mundo alternativo, então tudo era possível. Se me era dado combater o que considerava “imoralidade alheia” com a ausência da moral (coisa de “burgueses”), então a diferença entre “nós” e “eles” é que o mal que preconizávamos não tinha limites. A nossa vantagem comparativa estava em surpreendê-los usando seus métodos detestáveis e indo muito além. É claro que passei a repudiar essa visão de mundo de modo absoluto.
Pois bem. Dilma instalou nesta quarta a Comissão da Verdade. Negou a perspectiva revanchista, embora as declarações de pelo menos três membros do grupo — Maria Rosa Cardoso da Cunha, Paulo Sérgio Pinheiro e Maria Rita Kehl — afrontem de forma clara o texto da lei. Dizem com todas as letras — e contra a letra legal, reitero — que o objetivo da comissão é apurar as transgressões aos direitos cometidas apenas por um dos lados. A Comissão da Verdade não reconheceria (e não reconhecerá), assim, as mais de 120 vítimas que as esquerdas também fizeram no país. É mentira, mentira absoluta, que toda a cadeia de comando que resultou nessas mortes tenha sido identificada. Ao contrário até: assassinos notórios, ou seus partidários, passaram a receber, diretamente ou por meio de familiares, indenização do estado. Não adianta me xingar, me ofender, nada disso. Se puderem, neguem a evidência. Se não puderem, tenham ao menos a coragem de defender que alguns são maus assassinos, e outros, bons assassinos.
No discurso de instalação da comissão, afirmou a presidente:“Ao instalar a Comissão Nacional da Verdade, não nos move o revanchismo, o ódio ou o desejo de reescrever a história de forma diferente do que aconteceu, e sim a necessidade imperiosa de conhecê-la em sua plenitude, sem ocultamentos, sem vetos. É a celebração da transparência da verdade de uma nação que vem trilhando um caminho da democracia. O Brasil deve render homenagens a mulheres e homens que lutaram pela revelação da verdade histórica. O direito à verdade é tão sagrado quanto o direito de famílias de prantear pelos seus entes queridos. Reverencio os que lutaram contra a truculência ilegal do estado e também reconheço e valorizo os pactos políticos que nos levaram à redemocratização”.
Parece bom, mas é a esquizofrenia histórica se fingindo de dialética. Se é mesmo uma história “sem ocultamentos”, então a verdade sobre alguns grupos tratados como defensores da democracia tem de ser devidamente caracterizada. Não é possível que organizações como Colina, VPR e VAR-Palmares, que a presidente conhece muito bem, sejam alçadas à condição de heroínas do regime democrático. Atenção! Nada, nada mesmo, justifica que um agente do estado resolvesse fazer “justiça” com as próprias mãos! Condenar esse expediente, no entanto, não muda a convicção daqueles que queriam uma ditadura socialista no Brasil. E, em nome disso, também mataram. Se a inocência não era um limite para os torturadores e agentes dos porões, foi, por acaso, limite para muitos daqueles militantes?
Dilma diz reverenciar os que “lutaram contra a truculência legal”. Certo! Quando Larmarca, volto ao caso, esmagou o crânio de um tenente da Polícia Militar, depois de um “julgamento” feito no meio do mato por seus pares de terror, ele estava lutando “contra a truculência legal”? Quando uma associação de grupos de esquerda decidiu jogar um carro-bomba contra um quartel, fazendo em pedaços um jovem de 18 anos — Mário Kozel Filho —, tratava-se tal ação de “luta contra a truculência legal”? Quando os próprios esquerdistas assassinaram alguns dos seus, suspeitos de colaboracionismo, era “luta contra a truculência legal”?
A linguagem trai
Como é mesmo? As palavras fazem sentido!!! A gramática existe não apenas para expor a ignorância do JEG. Também é um instrumento para aclarar pensamentos. Prestem atenção a este trecho da fala da presidente:“Reverencio os que lutaram contra a truculência ilegal do estado etambém reconheço e valorizo os pactos políticos que nos levaram à redemocratização”.
Sabem os gramáticos — e preciso sempre tomar cuidado porque tenho um dos melhores entre meus leitores, Luiz Antônio Sacconi, dono de vastíssima obra na área — que a conjunção aditiva “e” pode ser empregada como conjunção adversativa, pode valer por um “mas”, a exemplo do que faz Dilma. Sua fala pode ser reescrita assim, sem que mude o sentido do que disse:“Reverencio os que lutaram contra a truculência ilegal do estado, mastambém reconheço e valorizo os pactos políticos que nos levaram à redemocratização”.
Resta evidente em sua peroração a existência de uma contradição entre “os que lutaram contra a truculência” e “os pactos políticos que nos levaram à redemocratização”. Ao optar por esse discurso, ela se revela e se trai  também na esfera da linguagem. Ela se revela ao admitir que entende a Lei da Anistia como algo que caminhou no sentido contrário aos interesses daqueles supostos heróis “que lutaram contra a truculência”. Mas ela também se trai ao assumir que, satisfeita a visão de mundo daquela turma, certamente não se alcançariam os “pactos políticos que nos levaram à redemocratização”. Vale dizer, por dedução lógica inescapável: se a Lei da Anistia era incompatível com aquela turma, aquela turma era incompatível com a Lei da Anistia.
Não posso fazer nada: eu opero com categorias lógicas. Eu me nego a me deixar enrolar pela retórica oca, pela grandiloquência do… ocultamento!
Algum retórico do Planalto emprestou um coquetel de figuras de linguagem à presidente, que afirmou:“A ignorância sobre a história não pacifica. Pelo contrário, mantém latentes mágoas e rancores. A desinformação não ajuda a apaziguar. O Brasil merece a verdade. As novas gerações merecem a verdade. Merecem a verdade factual também aqueles que perderam amigos e parentes. O Brasil não pode se furtar a conhecer a totalidade de sua história. Se tem filhos sem pais, túmulos sem corpos, nunca pode existir uma história sem voz”.
Perfeito! Se é o Brasil pacificado que instala essa “Comissão da Verdade”, então, por definição, toda a verdade tem de ser contada, também a das vítimas dos grupos terroristas — ainda que a “comissão” queira chamá-los “revolucionários” ou “amantes da democracia” (o que é mentira!). À diferença do que dizem os petralhas, aceito, sim, pontos de vista diferentes dos meus. Desde que se apontem as falhas lógicas ou as falsidades deste texto.
Texto publicado originalmente às 17h24 desta quarta-feira
Por Reinaldo Azevedo - veja.com




18/01 - Vasculhando o Orvil - VPR - Capítulo V


18/01 - Pela editoria do site: www.averdadesufocada.com




VPR: as"quedas" do primeiro trimestre  de 1969 e a fusão com o COLINA

Expurgada daqueles que condenavam o militarismo inconsequente, a VPR iniciou o ano de 1969 com dois assaltos em São Paulo:
-ao Banco Itaú-América, na Rua Jumana, onde levaram cerca de 35 milhões de cruzeiros; e
- ao Banco Aliança do Rio de Janeiro, da Rua Vergueiro, onde foram roubados 20 milhões de cruzeiros.
Mas foi o assalto ao 4º Regimento de Infantaria que desestruturou a VPR, em consequência das prisões ocorridas em 23 de janeiro, em Itapecerica da Serra. Os depoimentos, particularmente os de Pedro Lobo de Oliveira e Oswaldo Antonio dos Santos, proporcionaram, alguns dias depois, as prisões de Dulce de Souza Maia, José Ibrahim, Roque Aparecido da Silva e João Leonardo da Silva Rocha.


Em 30 de janeiro, foram presos Otacilio Pereira da Silva e os irmãos Nelson e Pedro Chaves dos Santos, na Fazenda Ariranha, em Paranaiba, no Mato Grosso, local em que a VPR fazia treinamento de guerrilhas. Após as expulsões de dezembro de 1968 e as prisões de janeiro de 1969, dos seis elementos que compunham o Comando Nacional (CN) da VPR restavam três: Waldir Carlos Sarapu, Onofre Pinto e Diógenes José Carvalho de Oliveira.
.Em 11 de fevereiro, em tiroteio na gráfica Urupês, morria Hamilton Fernando Cunha· ("Escoteiro"), militante da ALN, e era ferido José Ronaldo Tavares de Lira e·Silva, da VPR, numa açao em que também foi baleado um policial.
Em 26 de fevereiro, no mesmo dia em que a VPR assaltava o Banco da América, da Rua do Orfanato, levando 102 milhões de cruzeiros, a policia chegou. a um sitio em Cotia, que servia como "aparelho" da organização, denunciado por  Otacílio Pereira da Silva. Seus ocupantes, o casal de militantes Jovelina de Jesus Pereira e Joaquim Gonçalves dos Santos, reagiram à prisão, sendo Joaquim  morto na ocasião.
Dois dias depois, a prisão e.as declarações de Aristenes Nogueira de Almeida, propiciaram que a polícia prendesse, em 2 de março, na Praça da Árvore, em Vila Mariana, dois membros do Comando Nacional - CN -, Onofre Pinto e Diógenes José Carvalho de Oliveira, além de Roberto Cardoso Ferraz do Amaral, Isaias do Vale Almada- marido da cantora Marília Medaglia -, Armando Augusto Vargas Dias, militante do Rio Grande do Sul, e o advogado Antonio Expedito Carvalho Pereira.
As prisões de cerca de 30 militantes, entre os quais os três "militaristas" do CN, e a descoberta de mais de uma dezena de "aparelhos" foi um preço muito caro para.o relativo sucesso tático que a VPR alcançou com o assalto ao 4º RI.
Desestruturada, a VPR organizou um congresso, em abril de 1969, numa casa em Mongaguá, cidade do litoral paulista. Compareceram a esse congresso: Carlos Lamarca, Antônio Roberto Espinosa, Chizuo Ozava ( Mário Japa), Fernando Carlos Mesquita Sampaio Filho e Cláudio de Souza Ribeiro- estes cinco eleitos para o Comando Nacional - CN -, e mais Waldir carlos Sarapu, Darcy Rodrigues, Eduardo Leite - Bacuri -, José Raimundo da Costa, José Campos Barreto,  Roberto das Chagas e Silva, Ana Matilde Tenório da Mota, Celso Lungaretti, José Claudio Telles Cubas e sua mãe Maria Joana Telles Cubas.
No Congresso o grupo de Celso Lungaretti oficializou a sua incorporaçao a VPR, e, em face das "quedas" de janeiro, fevereiro e março, o Setor Logistico foi reformulado, criando-se três Grupos Táticos Armados (GTA), que seriam, doravante , os responsáveis pela execução das .ações armadas. Ficou decidido não mais haver a fusão com a ALN, cujas relações estavam estremecidas desde o roubo das armas do 4º RI, e intensificar a aproximação com o COLINA, para uma próxima fusão.
A partir desse congresso, a VPR reiniciou suas ações armadas:
- assalto a um banco na Rua Duílio, na Lapa./SP .
- em 9 de maio  realizou o assalto simultâneo aos Bancos Federal, Itaú,Sul -Americano e Mercantil de São Paulo, este na Rua Piratininga, na Mooca,SP , cujo gerente, Norberto Draconetti, foi esfaqueado. Nesta ação o guarda-civil Orlando Pinto da Silva foi morto, com dois tiros - um  na nuca e o outro na testa -, por Carlos Lamarca, que se encontrava escondido atrás de uma banca de ,jornais. Na retirada do grupo, Lamarca disparou uma rajada de metralhadora para o ar, como a marcar seu primeiro assalto a banco e sua primeira  morte.
- em 8 de junho, ainda na capital paulista, a VPR assaltou o Hospital Santa Lúcia, na Alameda Ribeirão Preto, levando grande quantidade de equipamento médico. 
- no dia 13, foi a vez da agência da Avenida Jabaquara do União de Bancos Brasileiros, com·o roubo de 39 milhóes de cruzeiros.
Reconhecido por populares, foi preso no interior de um cinema, em 28 de junho, o ex-soldado do 4º RI, Carlos Roberto Zanirato. Na manhã do dia seguinte, saindo em diIigências para apontar militantes e "apareIhos"da VPR, Zanirato suicidou -se, atirando-se embaixo das rodas de um ônibus, na Avenida Celso Garcia. De qualquer modo, suas primeiras declarações possibilitaram à polícia chegara a dois" aparelhos", onde foram encontrados documentos e armas da organização: um, na Rua Itaqueri, na  Moóca, onde foi preso, em 29 de junho, Gilson Theodoro de Olivelra, e o outro, na Rua Bonsucesso, no·bairro Belém, em 2 de julho, onde residiam José Araújo de Nóbrega e o casal Tereza Ângelo e Gerson Theodoro de Oliveira, irmão de Gilson.
Nessa época, encerrava-se a primeira fase da VPR. Com a fusão com o COLINA, surgia a Vanguarda Armada Revolucionária-Palmares -VAR-P.

O ressurgimento da VPR
Após o II Congresso do Racha  e a reunião com uma comissão da VAR-P, no bar do Hotel das Paineiras, o grupo do "racha " designou uma Comissão Reestruturadora- Nacional, integrada por Carlos Lamarca, Juarez Guimarães de Brito e Cláudio de Souza Ribeiro, a fim de reorganizar a VPR.
Entretanto o mês de outubro de 1969 foi trágico para a VPR. No dia  14, a  prisão de Reinaldo José de Melo, que havia participado da "grande ação"  ( roubo do cofre do Adhemar), possibilitou a identificação de diversos militantes da VAR- Palmares e dos que haviam aderido ao "racha". No dia 16, foi preso Carlos Minc Baumfeld, que também participara do roubo do cofre, e que denunciou o "aparelho" da VPR, na Rua Toroqui, nº 59, em Vila Kosmos, na Guanabara, onde residia oom Sônia Eliane Lafoz e Eremias Delizoikov, que, resistindo a tiros à voz de prisão, morreu no local. Alguns dias depois, a VPR distribuiu um panfleto clamando por  vingança aos seus mortos, particularmente ao Eremias, e ameaçando os militares do Exército: "...podem esperar, nós vamos enchê-los de chumbo quente".
No inicio de novembro de 1969, foi realizado um Congresso Nacional,na Barra da Tijuca, no Rio, onde entre outros, estiveram presente: Juarez e Maria do Carmo Brito, Cláudio de Souza Ribeiro, Darcy Rodrigues, Herbert Eustáquio de Carvalho, Liszt Benjamin Vieira, Inês Etienne Romeu, Diógenes José Carvalho de Oliveira, Ladislas Dowbor, Sônia Eliane Lafoz,Iara Iavelberg, amante de Lamarca e Osvaldo Soares. Nessa ocasião o "grupo do racha" adotou, oficialmente, o antigo nome de VPR e elegeu um novo Comando Nacional- CN, integrado por Carlos Lamarca, Maria do Carmo Brito e Ladislas Dowbor. Juarez Guimarães de Brito não quis integrar o CN , preferindo ficar em sua assessoria, juntamente com Herbert Eustáquio de Carvalho.
A estrutura foi reformulada, criando-se dois comandos subordinados ao CN: o Comando Rural ou de Campo e o Comando Urbano, que possuía, em cada regional, um Setor de Inteligência e uma Unidade de Combate.
Desde agosto de  1969, a  regional de São Paulo da antiga VPR possuia um sítio em Jacupiranga, próximo ao km 254 da BR 116,onde fazia treinamentos de tiro e marchas tipo guerrilha. Lamarca, nomeado comandante-em-chefe da VPR, não havia participado do congresso, pois se encontrava dirigindo esses treinamentos. Entranto, a proximidade dessa área a uma rodovia e a regiões urbana fez com que a VPR  a desmobilizasse e ativasse a área de Registro, no Vale da Ribeira. Além desta,a VPR iniciou a preparação de mais duas áreas de treinamento, visando à implantação de uma futura coluna móvel guerrilheira: em Goiás, para onde: foi enviado o militante Manoel Dias do Nascimento; e na rcgião norte do Rio Grande do Sul, entre Três Passos e Tenente Portela, dirigida por Roberto Antônio de Fortini, que chegou a criar, em dezembro de 1969, uma empresa de "fachada", a "Sociedade Pesqueira Alto Uruguai Ltda". 
Em dezembro, a Unidade de Combate da VPR na Guanabara realizou dois assaItos para roubo de armas: 
- a um quartel do Exército, em Triagem, quando foram obtidas duas metralhadoras; e 
- a um quartel da Aeronáutica, na Avenida Brasil, quando três fuzis foram levados. Nos últimos dias do ano, em "frente" com a ALN, o MRT e a REDE, a VPR assaltou os bancos Itaú-América e Mercantil, na Avenida Brigadeiro Luiz Antonio, em São Paulo.
O ano de 1969 encerrou-se com um mau presságio para a VPR. A prisão, em 29 de dezembro, em Nanuque, Minas Gerais, do ex-Cabo do Exército José Mariane Ferreira Alves, que havia participado do roubo de armas do 4º RI, levou a polícia a descobrir as ligações de Lamarca com dois oficiais da ativa do Exército, o Capitão Altair Luchesi Campos e o Tenente Rui Amorim de Lima. Apesar do Cabo Mariane ter optado em ficar na VAR-P, sua militância anterior na VPR possibilitou o desvendamento da infiltração desta organização no Exército.



15 de outubro de 2010
Entre 1967 e  1970, a  estudante Dilma Rousseff combateu a ditadura militar. O que os processos da justiça militar revelam sobre a jovem que se tornou líder de uma das organizações que pegaram em armas contra o governo

Por Leandro Loyola, Eumano Silva e Leonel Rocha (*)

Em outubro de 1968, o Serviço Nacional de Informações (SNI) produziu um documento de 140 páginas sobre o estado da “guerra revolucionária no país”. Quatro anos após o golpe que instalou a ditadura militar no Brasil, grupos de esquerda promoviam ações armadas contra o regime. O relatório lista assaltos a bancos, atentados e mortes. Em Minas Gerais, o SNI se preocupava com um grupo dissidente da organização chamada Polop (Política Operária). O texto afirma que reuniões do grupo ocorriam em um apartamento na Rua João Pinheiro, 82, em Belo Horizonte, onde vivia Cláudio Galeno Linhares. Entre os militantes aparece Dilma Vana Rousseff Linhares, descrita como “esposa de Cláudio Galeno de Magalhães Linhares (‘Lobato’). É estudante da Faculdade de Ciências Econômicas e seus antecedentes estão sendo levantados”. Dilma e a máquina repressiva da ditadura começavam a se conhecer.

Durante os cinco anos em que essa máquina funcionou com maior intensidade, de  1967 a   1972, a militante Dilma Vana Rousseff (ou Estela, ou Wanda, ou Luiza, ou Marina, ou Maria Lúcia) viveu mais experiências do que a maioria das pessoas terá em toda a vida. Ela se casou duas vezes, militou em duas organizações clandestinas que defendiam e praticavam a luta armada, mudou de casa frequentemente para fugir da perseguição da polícia e do Exército, esteve em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, adotou cinco nomes falsos, usou documentos falsos, manteve encontros secretos dignos de filmes de espionagem, transportou armas e dinheiro obtido em assaltos, aprendeu a atirar, deu aulas de marxismo, participou de discussões ideológicas trancada por dias a fio em “aparelhos”, foi presa, torturada, processada e encarou 28 meses de cadeia.
Hoje candidata do PT à Presidência da República, Dilma fala pouco sobre esse período. ÉPOCA pediu, em várias ocasiões nos últimos meses, uma entrevista a Dilma para esclarecer as dúvidas que ainda existem sobre o assunto (leia algumas delas no quadro da última página). Todos os pedidos foram negados. Na última sexta-feira, a assessoria de imprensa da campanha de Dilma enviou uma nota à revista em que diz que “a candidata do PT nunca participou de ação armada”. “Dilma não participou, não foi interrogada sobre o assunto e sequer denunciada por participação em qualquer ação armada, não sendo nem julgada e nem condenada por isso. Dilma foi presa, torturada e condenada a dois anos e um mês de prisão pela Lei de Segurança Nacio-nal, por ‘subversão’, numa época em que fazer oposição aos governos militares era ser ‘subversivo’”, diz a nota.
Dilma foi denunciada por chefiar greves e assessorar assaltos a banco

A trajetória de Dilma na luta contra a ditadura pode ser conhecida pela leitura de mais de 5 mil páginas de três processos penais conduzidos pelo Superior Tribunal Militar nas décadas de 1960 e 1970. Eles estão no acervo do projeto Brasil: Nunca Mais, à disposição na sala Marco Aurélio Garcia (homenagem ao assessor internacional da Presidência) no arquivo Edgard Leuenroth, que funciona em um prédio no campus da Universidade de Campinas, em São Paulo, e em outros arquivos oficiais. A leitura de relatórios, depoimentos e recursos burocráticos permite conhecer um período da vida de uma pessoa que mergulhou no ritmo alucinante de um tempo intenso. O contexto internacional dos anos 1960, de um mundo dividido entre direita e esquerda, em blocos de países capitalistas e comunistas, propiciava opções radicais. O golpe militar de 1964 instaurou no Brasil um regime ditatorial que sufocou as liberdades no país e reprimiu oposições. Milhares de pessoas foram presas por se opor ao regime, centenas foram assassinadas após sessões de tortura promovidas por uma horda de agentes públicos mantidos ocultos ou fugiram para o exílio para escapar da repressão.
Dilma Rousseff foi um desses jovens marxistas que, influenciados pelo sucesso da revolução em Cuba liderada por Fidel Castro nos anos 50, se engajaram em organizações de luta armada com a convicção de que derrubariam a ditadura e instaurariam um regime socialista no Brasil. Dilma está entre os sobreviventes da guerra travada entre o regime militar e essas organizações. Filha de um búlgaro e uma brasileira, estudante do tradicional colégio Sion, de Belo Horizonte, a vida de classe média alta de Dilma mudou a partir do casamento com o jornalista Cláudio Galeno Magalhães Linhares, em 1967. “(Dilma) Ingressou nas atividades subversivas em 1967, levada por Galeno Magalhães Linhares, então seu noivo”, afirma um relatório de 1970 da 1a Auditoria Militar. As primeiras menções a Dilma em documentos oficiais a citam como integrante de uma dissidência da Polop. Esse grupo adotou o nome de Organização. Com novas adesões de militantes que abandonaram o Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR), a Organização se transformou em Colina (Comando de Libertação Nacional). Em seu documento básico, o Colina aderiu às ideias de Régis Debray, autor francês que, inspirado na experiência cubana de Fidel Castro, defendia a propagação de revoluções socialistas a partir de focos guerrilheiros. A doutrina de Debray ficou conhecida como “foquismo”.
Ex-contemporâneos de prisão citam o apartamento de Dilma da Rua João Pinheiro, em Belo Horizonte, como um dos principais pontos de reuniões da organização. Em depoimento prestado no dia 4 de março de 1969, o militante do Colina Ângelo Pezzutti afirma que “encontrou-se (com outro militante) algumas vezes no apartamento 1.001, Condomínio Solar, residência de Galeno e Dilma”. Dilma é citada como responsável por ministrar aulas de marxismo, comandar uma “célula” na universidade para atrair novos militantes para a causa. “Em princípios de 1968, o declarante, por recomendação de Carlos Alberto, coordenou uma célula política, na qual tomaram parte Dilma, estudante de economia, cujo nome de guerra é Estela, Erwin e Oscar (nomes de outros dois militantes)”, diz o depoimento de outro militante, Jorge Raimundo Nahas. “O objetivo principal dessa célula era trabalhar o meio estudantil.” Um dos universitários recrutados foi Fernando Damata Pimentel, de 17 anos. Ex-prefeito de Belo Horizonte, Pimentel é candidato ao Senado pelo PT e é um dos coordenadores da campanha de Dilma.
De acordo com os depoimentos, nas reuniões – muitas realizadas no apartamento de Dilma – o grupo decidia suas ações. Em seu depoimento, Nahas afirmou que parte do Colina, com o decorrer do tempo, passou a acreditar que a organização deveria ter um caráter mais militar. Foram criados setores de “ex-propriação, levantamento de áreas, sabotagem e inteligência e informações”. “Dilma e Oscar permaneceram no setor estudantil”, diz Nahas. Essa decisão marca um ponto de inflexão na curta história do Colina. O grupo passou a fazer ações armadas. O historiador Jacob Gorender, que esteve preso com Dilma no presídio Tiradentes, em São Paulo, é autor de Combate nas trevas, o mais completo relato da luta armada contra a ditadura militar. Ele afirma que o Colina foi uma das poucas organizações a fazer a “pregação explícita do terrorismo”.


Confira documentos de Dilma Rousseff


De acordo com Gorender, em 1968, o Colina já aderira à luta armada. Segundo ele, no dia 1o de julho de 1968, o Colina matou por engano o oficial militar alemão Otto Maximilian von Westernhagen, que fazia um curso no Rio de Janeiro. A intenção do Colina era eliminar o militar boliviano Gary Prado, que estava no mesmo curso. Prado fora o responsável pela prisão de Che Guevara, o célebre líder da revolução cubana. O Colina ajudou a promover greves, assaltou bancos, roubou carros e matou policiais em confrontos em Minas e no Rio (leia o quadro na página ao lado). Na denúncia encaminhada à Justiça Militar em 1970, o juiz auditor José Paulo Paiva afirma que, no Colina, Dilma “chefiou greves e assessorou assaltos a bancos”. Não há registro de que Dilma tenha participado diretamente das ações armadas do Colina – algo que ela sempre negou.
A série de roubos a banco, no final de 1968, pôs a polícia no encalço dos militantes. Um deles, Pezzutti, foi preso – ou, no jargão da militância, “caiu” – no dia 14 de janeiro de 1969. Torturado, Pezzutti deu informações que levaram a polícia a três “aparelhos”, como eram chamados os locais onde viviam e se reuniam os militantes, do Colina. Na noite de 29 de janeiro de  1969, a  polícia atacou três casas em Belo Horizonte: na Rua Itacarambu, na Rua Itaí e na Rua 34. Na Itacarambu houve confronto. Quando os policiais entraram na casa, Murilo Pinto da Silva, então com 22 anos, e outro militante reagiram com rajadas de metralhadora. Os tiros mataram o inspetor Cecildes Moreira de Faria e um guarda civil chamado José Antunes Ferreira e feriram outro policial. Na Rua Itaí, a polícia achou documentos. Na Rua 34, encontrou armas e bombas. Na Rua Itacarambu foram apreendidos pistolas, revólveres, um fuzil e metralhadoras Thompson e INA, explosivos e uniformes da polícia. Banido do país em 1971, Pezzutti passou pelo exílio no Chile e depois morreu em um acidente de moto na França, em 1975.
A partir das prisões, a situação do Colina ficou difícil. Dilma e Cláudio Galeno abandonaram o apartamento da Rua João Pinheiro. A Justiça Militar abriu um Inquérito Policial Militar (IPM), conduzido pelo então coronel Otávio Aguiar de Medeiros – uma década depois, promovido a general, Medeiros seria o poderoso chefe do SNI no governo João Figueiredo. No dia 11 de março de 1969, à frente do IPM que investigava o Colina, Medeiros assinou o despacho número três. O texto, de cinco linhas, ordena uma operação de busca e apreensão no apartamento de Dilma e Galeno. Eles só encontraram cadernos, documentos pessoais e livros como Revolução brasileira, de Caio Prado Júnior, e Revolução e o Estado, de Fidel Castro.
Dilma e Galeno já estavam na clandestinidade. Em depoimento prestado à Justiça Militar em 21 de outubro de 1970, Dilma afirma que o casal fugiu de Belo Horizonte com “Cr$ 6.500 (cruzeiros) mais ou menos e se mantinham com esse dinheiro”. Segundo o depoimento, eles passaram um mês no “Hotel Familiar Baia”, no Rio de Janeiro, depois foram para um apartamento na Rua Santa Clara, em Copacabana. O casal também passou alguns dias na casa de uma tia de Dilma, sob o pretexto de que estava de férias, segundo Dilma conta em depoimento. Com o dinheiro da organização, militantes como Dilma alugavam casas, dormiam no chão para não ter de comprar móveis, se sustentavam e compravam carros e armas.

Com dinheiro fornecido pela VAR Palmares, Dilma comprou um Fusca 66

Em meados de 1969, os militantes do Colina começaram a discutir uma fusão com a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). Liderada pelo ex-capitão do Exército Carlos Lamarca, a VPR era uma das organizações mais importantes da luta armada. Lamarca abandonara o Exército ao fugir do quartel de Quitaúna, em Osasco, com um caminhão com armas e munições. Em abril de 1969, Colina e VPR realizaram um Congresso em Mongaguá, no Litoral Sul de São Paulo. Pela VPR estavam Carlos Lamarca, Antonio Espinosa, Cláudio de Souza Ribeiro, Fernando Mesquita Sampaio e Chizuo Ozawa, cujo codinome era Mário Japa. Pelo Colina estavam Dilma, seu segundo marido, Carlos Franklin de Araújo, Carlos Alberto de Freitas (codinome Breno), Maria do Carmo Brito e Herbert Eustáquio de Carvalho (ou Daniel). No meio das discussões, segundo Espinosa, Dilma e Carlos Alberto de Freitas lembraram que tinham de consultar “as bases” da Colina. As conversas foram interrompidas e retomadas em julho, no mesmo local. Ao final, as duas organizações se fundiram para formar a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR Palmares). “Dilma e Breno temiam que a VPR fosse excessivamente militarista”, afirma Antonio Espinosa. Ele veio da VPR e se tornou um dos comandantes da VAR Palmares. “Ao mesmo tempo, Lamarca e Cláudio temiam que o pessoal do Colina fosse muito assembleísta, estudantil.” A desconfiança era recíproca, mas não era discutida abertamente.
De acordo com os ex-militantes Espinosa e Darcy Rodrigues, a VAR Palmares teve cerca de 700 integrantes ativos em todo o Brasil. Cerca de 200 eram armados. No total, incluídos simpatizantes e apoiadores, a VAR Palmares reunia cerca de 2 mil pessoas espalhadas pelo país. A VAR Palmares durou apenas três meses, mas marcou época com a mais rumorosa ação do período. Em depoimento em abril de 1970, o militante Edmur Péricles de Camargo afirma que, um ano antes, soube da localização de um cofre com dinheiro do ex-governador de São Paulo Adhemar de Barros após uma conversa com um de seus contatos, Gustavo Buarque Schiller, sobrinho de Ana Capriglione, amante de Adhemar. Morto em março de 1969, Adhemar de Barros tinha a fama de ser um dos políticos mais corruptos do país. Em 18 de julho de 1969, 13 militantes da VAR Palmares, liderados por Darcy Rodrigues, invadiram a casa de Ana Capriglione e retiraram o cofre. Os US$ 2,5 milhões em dinheiro vivo, “expropriados” do “cofre do Adhemar”, garantiram tranquilidade financeira à VAR Palmares, que não precisou mais fazer assaltos para se sustentar. Na terminologia da esquerda dos anos 60, expropriação significava “roubo justificado”, como forma de “justiça social”. Metade do dinheiro de Adhemar ficou com o marido de Dilma, Carlos Franklin de Araújo. Não há registros de que Dilma tenha participado diretamente do assalto. Ela sempre disse que alusões a seu envolvimento na ação são “fantasiosas” – a nota que sua assessoria enviou a ÉPOCA repete isso.
Na VAR Palmares, a importância de Dilma cresceu. Em várias partes do processo, ela é elogiada por sua “capacidade intelectual”. “Ela tinha uma formação acima da maioria dos militantes”, afirma Espinosa. Uma das provas da importância de Dilma é sua presença constante nos depoimentos de colegas presos. Dilma é tão citada que, em dado momento do processo, o juiz afirma que “não há (necessi-dade) de especificar sua ação, pois tudo o que foi feito no setor teve a sua atuação direta”.


Dilma se destacava sobretudo na parte financeira da VAR Palmares. Em seu depoimento prestado ao Departamento de Ordem Política e Social (Dops), em 26 de fevereiro de 1970, Dilma afirma que recebeu NCr$ 25.000 (cruzeiros novos) para “custeio das despesas iniciais da regional (da VAR) em São Paulo”. Em depoimento, a militante Sônia Lacerda Macedo diz que entregara Cr$ 8.000 (cruzeiros) a Dilma num encontro na Avenida Ipiranga, no centro de São Paulo. Num relatório, o procurador Eudo Guedes Pereira afirma que Dilma teria recebido, no total, “Cr$ 49.000 da VAR Palmares” de seu marido, Carlos Franklin de Araújo, conhecido como Max. “Ela era do comando nacional. Era responsável por distribuir o dinheiro”, diz Espinosa. Com NCr$ 7.000 e um documento falso em nome de Maria Lúcia Santos, Dilma comprou um Fusca 1966 “bege”, segundo ela. Os valores citados nos depoimentos são confusos, devido à situação econômica do período. A inflação, em alta no final da década de 1960, fez com que o governo cortasse três zeros no cruzeiro em fevereiro de  1967. A  moeda passou a se chamar cruzeiro novo. Em maio de  1970, a  moeda voltou a se chamar cruzeiro. Os valores citados nos depoimentos são de operações feitas pelas organizações entre 1967 e 1970. Assim, todas são em cruzeiros novos. Como muitos depoimentos foram tomados depois de maio de 1970, os militares fizeram a conversão dos valores.
“A VAR Palmares dispunha de um setor de falsificações de documentos, pois até documentos falsos recebeu”, disse Dilma em depoimento ao Dops. Como ela não sabia dirigir, quem conduzia o carro eram colegas como Antonio de Pádua Perosa. Perosa foi preso com Dilma num bar no centro de São Paulo. Em seu depoimento, ele afirmou que “chegou a receber dinheiro roubado de Dilma”. Dilma afirma em depoimento que deu NCr$ 4.000 para Perosa “manter o setor de Imprensa”. O militante José Olavo Leite Ribeiro afirmou que viu Dilma entregar Cr$  800 a  um casal de militantes para pagar aluguel de um aparelho. Dilma disse ainda que entregou NCr$  1.000 a  Leite Ribeiro para “manutenção do setor de Inteligência” da VAR Palmares.

A VAR Palmares durou apenas três meses. Rachou por divergências de orientação

A aventura da VAR Palmares acabou rápido. Em setembro de  1969, a  organização fez um congresso em Teresópolis, região serrana do Rio de Janeiro. Foi montada uma estrutura de segurança para o congresso, realizado no mesmo período em que a polícia procurava os sequestradores do embaixador dos Estados Unidos, Charles Elbrick. Segundo Espinosa, 36 delegados da organização, “procuradíssimos” pela polícia, se reuniram. Além deles, haveria 14 pessoas encarregadas da guarda na casa e cinco na cozinha. Na estrada de acesso, havia mais militantes em pontos com metralhadoras e radiocomunicadores. “A maioria nem sabia onde estava”, afirma Espinosa. Era praxe das organizações levar os militantes com óculos escuros vedados para manter em segredo a localização de aparelhos.
O esquema em Teresópolis foi mantido durante os 26 dias do congresso. “As discussões começavam às 8 horas da manhã e iam até a noite”, diz Espinosa. “Depois, os grupos de trabalho elaboravam textos.” As discordâncias entre os “foquistas”, que defendiam a luta armada, e os “massistas”, que defendiam a mobilização das massas, (grupo a que Dilma pertencia) levaram ao “racha”. Um grupo ligado a Lamarca preferiu sair e reativar a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). A maioria ficou na nova organização, agora chamada apenas VAR (Vanguarda Armada Revolucionária). Na saída de Teresópolis, os remanescentes da VAR, cerca de 40 pessoas, foram para um apartamento no Leblon – “enorme, coisa da alta burguesia”, segundo Espinosa. Nesse apartamento, foi eleita a nova direção da VAR. “Éramos eu, Breno, a Dilma, o Max e o Loyola”, afirma Espinosa.
Espinosa “caiu” em novembro. Por pouco tempo, sua posição de liderança foi exercida por Dilma. Ela acabou presa dois meses depois, quando outro militante da VAR, José Olavo Leite Ribeiro, foi levado pelos militares para cumprir seus “pontos”. Um deles era com Dilma e Antonio de Pádua Perosa. Dilma foi presa com documentos falsos, Cr$ 200 na carteira e o Fusca. Ribeiro afirmou, em entrevista a Luiz Maklouf Carvalho, autor do livro Mulheres que foram à luta armada (Editora Globo), que Dilma estava armada. Seria natural que alguém em sua posição de liderança portasse uma arma – e Dilma sabia atirar. “Carregávamos cápsulas de cianeto para tomar em caso de prisão”, diz Espinosa. O auto de apreensão elaborado pelo delegado do Dops Fábio Lessa de Souza Camargo, em 26 de fevereiro de 1970, não menciona nenhuma arma entre o material apreendido com Dilma. Nenhum dos outros documentos do processo faz menção ao fato.
No depoimento prestado à Justiça Militar, Dilma afirma que foi torturada por 22 dias (leia mais na reportagem da página 44). Um depoimento mais extenso, de 19 páginas, foi prestado por Dilma em 26 de fevereiro de 1970, no Departamento de Ordem Política e Social (Dops). Acuada pela tortura, Dilma deu informações que levaram à captura de quatro colegas: João Ruaro, Maria Joana Teles Cubas, Carlos Savério Ferrante e José Vicente Correa, conhecido como Miguel. Eles foram pegos quando os militares levaram Dilma a locais marcados para encontros (“pontos”). Dilma também foi levada pelos militares a aparelhos da VAR. “Dilma bateu à porta da residência do denunciado conhecido como Miguel”, diz o militar Waldevir Martins Ferreira em depoimento prestado em 9 de março de 1971. Quando Ferreira se identificou, Miguel tentou fechar a porta e atirou. Ferreira foi ferido no braço. Miguel e outro militante foram presos. Nos depoimentos posteriores prestados à Justiça Militar, após meses na prisão, Dilma negou a maior parte do que dissera no Dops após as sessões de tortura. Afirma que foi torturada por 22 dias e cita nominalmente o capitão Maurício Lopes Lima, da Operação Bandeirante, como um de seus algozes.
Perseguida, presa e condenada pelos militares há 40 anos, Dilma hoje goza de tratamento especial da Justiça Militar. Recentemente, seu ex-colega Antonio Espinosa foi ao Superior Tribunal Militar (STM), em Brasília. Devido a uma polêmica causada por uma entrevista, ele requereu acesso a seu processo por sua militância na VAR Palmares. Ele e Dilma fazem parte do mesmo processo. Por isso, a peça com milhares de páginas faz centenas de menções a Dilma. Espinosa pediu cópias de cerca de 400 páginas. “Elas vieram com o nome da Dilma coberto por tinta preta”, afirma Espinosa. De acordo com a lei, apenas os próprios réus, ou pessoas com uma procuração assinada por eles, podem ter acesso aos processos no STM. Mas apenas o nome de Dilma, entre os nomes de dezenas de outros militantes, foi ocultado das páginas copiadas a pedido de Espinosa. Recentemente, o processo de Dilma foi separado dos demais dentro do STM. Ele está guardado em um armário específico. Os funcionários têm ordens expressas para não fornecê-lo a ninguém.

É uma ironia. Aos olhos dos militares que governavam o Brasil na época, os militantes que optaram pela luta armada nas décadas de 1960 e 1970 podiam ser confundidos com bandidos comuns. Eles assaltaram bancos, lojas e quartéis para obter armas. Também executaram militares e civis. Derrotada na luta armada contra a ditadura, Dilma hoje lidera as pesquisas para as eleições presidenciais e pode ser considerada vencedora numa história difícil de avaliar. No final dos anos  60, a  democracia ainda estava longe de ser um valor apreciado na América Latina. A revolução cubana exercia grande apelo entre a juventude – e a opção pela luta ar-mada soava legítima para alguns. “Lutei para ajudar o Brasil a mudar, e mudei com ele”, costuma dizer Dilma. Militantes que pegaram em armas hoje são políticos que exercem o jogo democrático em diversos partidos diferentes. Ex-militante da Ação Libertadora Nacional (ALN), outra organização de luta armada, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) é candidato ao Senado por São Paulo. Fernando Gabeira (PV), um dos sequestradores do embaixador dos Estados Unidos Charles Elbrick é candidato a governador do Rio. A vida de Dilma, deles e de muitos outros é uma prova de que o Brasil, depois de muito sofrimento, melhorou



Revista Piauí: A vida pregressa de Dilma (*)



17 de junho de 2009

Terrorismo e Traição
Dilma é filha de Peter Rousév, um búlgaro de olhos azuis que, no Brasil, mudou seu nome para Pedro Rousseff. Era advogado, mas ganhou dinheiro com obras na Siderúrgica Mannesmann.
Foi casada com Cláudio Galeno Linhares, hoje com 67 anos. Na época, Galeno pertencia ao Grupo Colina e defendia a luta armada. "Aprendi a fazer bomba na farmácia do meu pai", disse ele .
Vários depoimentos nesta reportagem comentam sobre a tortura praticada pelo regime militar, porém o trecho abaixo nos faz pensar:
    - "Serviu o Exército por três anos e, em l962, entrou na Polop. O golpe militar o pegou no Rio de Janeiro, enfiado até o pescoço na sublevação dos marinheiros. Foi um dos presos mantido no porta-aviões Minas Gerais e, depois, por cinco meses no presídio da ilha das Cobras.
No fim do ano obteve um habea corpus, foi solto e voltou a Belo Horizonte. Trabalhou como repórter na sucursal do jornal Última Hora. Seu chefe era Guido Rocha, um dos principais líderes da Polop, que conhecera na cadeia.
Rocha era contra a luta armada." (pág. 24). Pelo jeito o regime militar, ao menos naquele período, era bastante frouxo, em se tratando de um governo ditatorial, do contrário um preso político jamais se tornaria repórter de um jornal lido nas maiores capitais do país.
"Dilma não participava dos assaltos porque ela era conhecida pela sua atuação pública." (comentário de Maria José, casada com um dos militantes chamado Jorge Nahas).
As tarefas dela no Colina estavam ligadas à feitura do jornalzinho O Piquete, à preparação de aulas sobre marxismo e contatos com sindicatos. Teve também aulas sobre armamentos, tiro ao alvo, explosivos e enfrentamentos com a polícia."
(pag. 25).
Sobre o advogado Gilberto Vasconcelos (que a ministra chama de Giba e a conheceu num desses cursos de revolução, como ele mesmo disse):
    - "Sua tarefa, no começo de l969, era a preparação de um assalto a uma agência do Banco do Brasil. Até janeiro daquele ano, o Colina contabilizava, em Minas, quatro assaltos a bancos, uma meia dúzia de carros roubados e dois atentados a bomba, sem vítimas (por sorte, éclaro), a residências de autoridades locais." (pág. 25).
NOTA: o filho de Gilberto Vasconcelos, Giba para os íntimos, é hoje subchefe para assuntos jurídicos da Casa Civil. (pág. 25). Após o assalto ao Banco da Lavoura de Sabará, o cerco começou a apertar. Dilma e Galeno começaram a tomar mais cuidado e passaram a dormir cada noite em um lugar diferente. Uma de suas providências foi dar fim aos documentos que os pudessem ligar ao Colina que, mais tarde, se uniu a um outro grupo, o Vanguarda Popular de Palmares-VPR.
O novo grupo, VPR - Primeiro artigo de seu estatuto: A Vanguarda Armada Revolucionária-Palmares é um organização político-militar de caráter partidário, marxista-leninista, que e propões a cumprir todas as tarefas da guerra revolucionária da construção do Partido da Classe Operária, com o objetivo de tomar o poder e construir o socialismo. (pág.25).
Assalto à casa da amante de Ademar de Barros, que foi considerado um plano de grande ação: "... veio a ser, em 18 de julho de l969, a mais espetacular e a mais rendosa de toda a luta armada: o roubo de 2,5 milhões de dólares... Nem Dilma nem Araújo participaram da ação, mas ambos estiveram envolvidos na sua preparação." (pág. 27). Segundo a reportagem a fortuna que roubaram não evitou que o grupo VAR-Palmares se dividisse, pois os "basistas" e "militaristas" não se entenderam.
Terá sido por suas convicções que não se alinhavam ou será que foi justamente tal fortuna que desmontou o grupo?
O dinheiro roubado: "Começou a disputa pelo botim: o dinheiro do cofre e as armas." Depoimento de Carlos Araújo ao Dops: "Nele, disse que fiou em seu poder 1,2 milhão de dólares dividido em três malas de 400 mil dólares cada uma", e que o dinheiro ficou cerca de uma semana "em um apartamento situado à rua Saldanha Marinho, onde também morava Dilma Vana Roussef Linhares".
Araújo não quis comentar o depoimento ao DOPS. E nem outros, como um de Espinosa, que fala em 720 mil dólares terem ficado com a organização, ou um de outro militante, que chega à soma de 972 míl dólares. "É impossível chegar a uma conclusão sobre isso, que não tem mais importância nenhuma", disse Araújo. (pág. 27).
Pode não ter importância para eles, que não tinham nem têm compromisso algum com coisa nenhuma. Mas tem para nós, que estamos diante de uma candidata à Presidência da República que já foi mentora de assaltos e atentados a bomba.
Outros trechos que merecem destaque:
Num dos inquéritos é dito que Dilma Rousseff manipulava grandes quantias da VAR-Palmares. É antiga militante de esquemas subversivo-terroristras.
Outrossim, através de seu interrogatório,verifica-se ser uma das molas mestras e um dos cérebros dos esquemas revolicionários postos em prática pelas esquerdas radicais.
Apelidos que davam a Dilma Rousseff, que estão em relatórios: Joana D'Arc da Subversão, papisa da subversão, criminosa política e figura feminina de expressão tristemente notável. (pág. 27) ***

Depois do racha, Dilma foi enviada a São Paulo. Ela tinha um problema prático a resolver: esconder em melhores condições de segurança um monte de armas que estavam em risco em apartamentos pouco seguros.
Dilma mudara-se para uma pensão precária, de banheiro coletivo, na avenida Celso Garcia, Zona Leste. Dividia um quarto com Maria Celeste Martins, hoje sua assessora.
Na entrevista de 2003 , Dilma contou o que elas duas fizeram:
    - Eu e a Celeste entramos com um balde; eu me lembro bem do balde porque tinha munição. As armas, nós enrolamos em um cobertor. Levamos tudo para a pensão e colocamos embaixo da cama. Era tanta coisa que a cama ficava alta. Tinha metralhadora, tinha bomba plástica. Contando isso hoje, parece que nem foi comigo. (PARECE, SIM, CARA PÁLIDA!!!)
 Na página 28 está a narração do episódio em que Dilma traiu seu amigo de milícia:
Dilma tinha encontros regulares com Natael Custódio Barbosa, que participara das greves operárias de l968 em Osasco. "Dilma era uma companheira muito séria e dedicada, que acreditava no que estava fazendo." disse-me Barbosa na sua casa, em Londrina, onde é caminhoneiro e vive com a mulher e três filhos. (pág. 28).

No final de janeiro de l970, Barbosa foi ao encontro que haviam marcado, às cinco da tarde, na movimentada rua 12 de Outubro, na Lapa. Ele vinha numa calçada, do lado oposto e em sentido contrário ao que ela deveria vir. Quando a viu, de braços cruzados, atravessou a rua, passou por ela sem dizer nada, andou uns vinte passos e, sem desconfiar de nada, voltou. "Voltei, encostei do lado dela e perguntei se estava tudo bem", contou Barbosa, emocionadíssimo." Ela fez cara de desespero e eles caíram imediatamente em cima de mim já me batendo, dando coronhadas e me levando para o camburão, e depois pra o Oban."
E prosseguiu: "Nunca mais a vi. Ela me entregou porque foi muito torturada, e eu entendo isso. Acho que me escolheu porque eu era da base operária, não conhecia liderança nenhuma da organização e não tinha como aumentar o prejuízo. (pág. 28).

Em maio do ano passado, ao se defender por ter preparado um dossiê que vasculhava os gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a Ministra Dilma Rousseff disse: "Me orgulho de ter mentido porque salvei companheiros da mesma tortura e da morte." Pois o caso de Natael Barbosa desmente sua oratória junto aos políticos que a aplaudiram na ocasião. Interessante:
    - José Olavo Leite Ribeiro atuava na liderança do VAR-Palmares. Esteve preso. Hoje é professor universitário e mora nos Jardins em São Paulo, um bairro de elite.
    - Natael Barbosa, traído por Dilma Rousseff, fazia parte apenas da base operária do VAR-Palmares. Também esteve preso, e hoje é caminhoneiro.
E aquela fortuna ? Em que bolso foi "investida" ?
*** A Revista Piauí, com esta entrevista, está nas bancas à disposição de quem quiser ter acesso à reportagem na íntegra.



31/12/2009

às 4:11

CRISE MILITAR: SEU NOME É DILMA ROUSSEFF


Ainda que eu tivesse cometido algumas injustiças com Lula, coisa de que discordo, de uma certamente eu o teria poupado: jamais o considerei um idiota. Nunca! Até aponto a sua notável inteligência política, coisa que não deve ser confundida, obviamente, com cultura. O governo vive, a despeito das negativas, uma crise militar. Que é muito mais grave do que se nota à primeira vista. Ela foi originalmente pensada nas mentes travessas de Tarso Genro, ministro da Justiça, e Paulo Vanucchi, titular da Secretaria Nacional de Direitos Humanos. Mas tomou consistência e corpo nos cérebros não menos temerários da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), candidata do PT à Presidência, e de Franklin Martins, ministro da Comunicação Social, hoje e cada vez mais o Rasputin deste rascunho de czarina que pretende suceder Lula.

O imbróglio não deixa de ser um ensaio geral do que pode ser um governo Dilma. Se vocês acham que a ópera, com o tenor Lula, tem lá seus flertes com o desastre, vocês ainda não sabem do que é capaz a soprano. A crise atual mistura temperamento macunaímico, sordidez e trapaça. Dilma, Franklin e Vanucchi, a turma da pesada que, no passado, optou pelo terrorismo e hoje ocupa posições no alto e no altíssimo escalões da República resolveu dar um beiço nos três comandantes militares. O tiro, tudo indica, saiu pela culatra. E sobrou uma lição  aos soldados. Vamos devagar.

Tratemos um pouco do que vocês certamente já sabem e um tanto do que talvez não saibam. Na semana passada, a Secretaria Nacional de Direitos Humanos publicou um decreto, devidamente assinado pelo presidente Lula. Entre outras providências, instituía uma tal Comissão Nacional da Verdade para investigar crimes contra os direitos humanos cometidos durante o regime militar.

Pois bem.  A questão havia sido negociada com os comandos militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. E olhem que estes senhores tinham ido bastante longe – e fica a lição: com essa gente, ceder um braço corresponde a ceder os dois, mais as duas pernas e também a cabeça. Os militares aceitaram a criação da tal comissão desde que o texto não restringisse a apuração de violações ao governo militar: também as organizações terroristas de esquerda teriam sua atuação devidamente deslindada.

É preciso dizer com clareza, não? Dilma Rousseff pertenceu a uma organização terrorista, homicida mesmo: a Vanguarda Popular Revolucionária. Franklin Martins também praticou terrorismo. O seu MR-8 seqüestrava e matava. Vanucchi foi da Ação Libertadora Nacional, o que significa dizer que era um servo do Manual da Guerrilha, de Carlos Marighella, um verdadeiro manual de… terrorismo, que pregava até ataques a hospitais e dizia por que os bravos militantes deviam matar os soldados.

Pois bem… Quiseram os fatos que estes três se juntassem, com o conhecimento de Tarso Genro, para redigir – alguém redigiu a estrovenga; falo de aliança política -,  aquele decreto. E o combinado com os militares não foi cumprido: além de especificar que a Comissão da Verdade investigaria apenas um lado da batalha,  há propostas singelas como estas:

- determina que as leis aprovadas entre 1964 e 1985 sejam simplesmente revogadas caso se considere que elas atentam contra a tal “verdade”;

- determina que os logradouros públicos e monumentos que tenham sido batizados com nome de pessoas ligada ao “regime” sejam rebatizados.

Vocês entenderam direito: Lula assinou um decreto que não só dá um pé no traseiro do alto comando como, ainda, anuncia, na prática, a EXTINÇÃO DA LEI DA ANISTIA – para um dos lados, é óbvio. É isto: eles tentaram rever a tal lei. Viram que isso não é possível. Decidiram, então, dar uma de Daniel Ortega, que mandou suprimir trechos da Constituição de que ele  não gosta.

LULA SABIA

Já disse: não tomo Lula por idiota – porque só um idiota não saberia. Mas admito: muita coisa tem as digitais do presidente sem que ele tenha a menor idéia do que vai lá. Isso é possível, sim. É por isso que existe uma CASA CIVIL. Não há – NOTEM BEM: NÃO HÁ – decreto presidencial que não tenha a chancela desse ministério. É uma de suas funções – a rigor, é uma de suas principais tarefas.

Logo, funcionalmente, a responsável pelo texto é Dilma Rousseff. Que já se manifestou a favor da revisão da Lei da Anistia, ainda que dê outro nome ao que quer fazer.  A questão é saber se Lula se comportou como um cretino ou como um irresponsável: se assinou algo dessa gravidade na inocência, sem ter sido advertido pela Casa Civil, então foi feito de bobo e tem de demitir Dilma. Se, como imagino, sabia muito bem o que ia lá e decidiu testar a elasticidade ou complacência dos militares, agiu como um irresponsável.

Demissão

Trapaceados, os três comandantes militares decidiram pedir demissão. Os generais de quatro estrelas se reuniram para tratar de um assunto não ligado à profissão pela primeira vez em muitos anos.  A tal Comissão da Verdade terá de redigir um projeto de lei para ser enviado ao Congresso dando forma e caráter à tal investigação. Lula tem quatro opções:

1 – deixa o texto como está e negocia com os militares um projeto de lei que contemple a investigação dos dois lados;

2 – muda o decreto e o devolve ao que havia sido negociado;
3 – simplesmente recua do texto na íntegra;
4 – a quarta opção é dizer o famoso “ninguém manda nimim” e deixar tudo como está. Pois é… Só que o “tudo como está” pode significar uma crise sem precedentes, grave mesmo, com possíveis atos de indisciplina.

“A Lei da Anistia é um conquista do povo brasileiro, é seu patrimônio. E de milhares de pessoas que lutaram pela democracia. Por isso, mudá-la, na forma como querem fazer alguns, ou extingui-la é um atentado contra a própria democracia. É constrangedor assistirmos a cenas como essa”, afirma o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), presidente da Frente Parlamentar de Defesa Nacional.

Terão os comandantes militares se esquecido do modo como operam as esquerdas, de sua vocação para o ato sorrateiro, para as ações solertes? Só isso pode explicar aquela primeira concordância com a tal Comissão da Verdade. Do conjunto da obra, resta, pois, essa lição. E também há uma outra: em matéria eleitoral e nessa política que precisa de voto, Dilma é uma teleguiada de Lula: sem ele, ela não existe. Mas  Dilma é quem é. E também quem foi. Com um simples decreto, que passou por sua mesa de ministra da Casa Civil, criou-se o mais grave incidente militar do governo Lula. O projeto é tê-la agora na Presidência. Vimos como agem com quem tem armas. Dá para imaginar do que são capazes com quem não tem.

Encerro

O nome da comissão – “da Verdade” – só pode ser coisa de algum piadista infiltrado no grupo. Como não pensar imediatamente em 1984, de George Orwell. Essa gente tem um perfil totalitário de manual; são stalinistas do calcanhar rachado. Querem até rever o batismo de logradouros públicos, num daqueles atos típicos de reescritura da história.

Eis um país com Dilma Rousseff no topo. E com Franklin Martins no topo do topo.

Por Reinaldo Azevedo

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