A análise feita por pesquisadores da Noruega, Dinamarca e Estados Unidos mostra que ficar sentado ou deitado por mais de 12 horas por dia está associado a um risco de morte 38% maior em comparação a um total diário de 8 horas. Mas isso não vale para aqueles que acumulam ao menos 22 minutos diários de atividade física moderada a intensa.
Andar de bicicleta, correr, caminhar rápido e até subir escadas por um curto período de tempo todos os dias pode, então, diminuir a mortalidade de indivíduos que têm estilo de Vida sedentário.
"Não é nada exaustivo. É algo como conseguir conversar caminhando, mas ficar um pouco ofegante no final de uma frase", diz Ricardo Barroso, diretor da SBEM-SP (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo), que não participou da pesquisa.
A atividade física tem efeito tanto na Longevidade quanto na Qualidade de Vida, diz o médico endocrinologista. Isso porque influencia em fatores metabólicos, como controle da glicose e da pressão; além de ter impacto no Humor, reduzindo ansiedade e estresse; e no sono, promovendo uma melhor qualidade, afirma.
"O ser humano sempre fez exercícios ao longo da nossa Evolução. Era uma obrigação para que a gente conquistasse o nosso alimento. Alguns trabalhos estimam que o ser humano caminhasse às vezes 15 a 18 quilômetros por dia em busca de alimentos, com raras exceções. Então, nós nos moldamos em cima dessa necessidade [do exercício]. Então, é como se o corpo dependesse dele para funcionar melhor em todos os sentidos.", afirma Senra.
Em países Desenvolvidos, os adultos passam em média de 9 a 10 horas por dia sentados, principalmente durante o horário de trabalho, segundo os pesquisadores. E o sedentarismo está ligado a um maior risco de morte.
No estudo, eles reuniram dados individuais de participantes de quatro grupos de pessoas para descobrir se a atividade física pode modificar a associação entre o tempo sedentário e a morte, e vice-versa, e qual quantidade de atividade física e tempo sentado pode influenciar o risco.
Quase 12.000 pessoas com pelo menos 50 anos foram incluídas na análise. Elas tiveram um mínimo de 4 dias de 10 horas diárias de registros de rastreadores de atividade, foram monitoradas por pelo menos 2 anos e forneceram detalhes de fatores potencialmente influentes: Sexo, nível Educacional, peso, altura, histórico de tabagismo, consumo de álcool e se tinham doença cardiovascular atual e/ou anterior, câncer e/ou diabetes.
Além do tempo médio, a pesquisa estabeleceu que quanto maior o sedentarismo, mais esses 22 minutos vão reduzir a mortalidade. E quanto maior o tempo de exercício diário, chegando até 50 minutos, melhor.
Mas a mensagem principal, segundo os especialistas, é: "qualquer coisa é melhor do que nada". "A gente não pode menosprezar nenhum tipo de movimentação ao longo do dia, principalmente na sociedade que hoje nós vivemos, onde o trabalho sentado é quase uma regra", diz Senra.
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