22 novembro, 2019

Elis Regina - "Mestre Sala dos Mares" (Elis Ao Vivo/1995)

22/11 Dia do Almirante Negro em homenagem ao Líder da Revolta João Cândido
1910 – Revolta da chibata que exigia o fim dos castigos corporais, melhores salários e alimentação para os Marinheiros.

 A Marinha Brasileira não assume essa história e as Escolas não a Ensinam. Durante o regime militar (1964/80), os Compositores Aldir Blanc e João Bosco Escreveram “O Mestre Sala dos Mares”, em homenagem ao esse Líder e sua Revolta.
Mas, a censura da época, não aceitou o Verso “Salve o Almirante negro que tem por monumento as Pedras pisadas no caís”, exigindo que trocassem “Almirante” por “Navegante”; porque na Marinha não existe Almirantes negros.


Mas, o que as Escolas não Ensinam, em 2003, a Escola de Samba Camisa Verde e Branco, de Sampa, trouxe para a Avenida a história desse Herói e de sua Revolta. Seu Samba-de-Enredo:
Enredo: A Revolta da Chibata: Luta, coragem e Bravura! João Cândido, um sonho de liberdade.


Compositores: Didi e Carlão
"Orgulhosamente a Verde e Branco vai passar
Abram alas que a minha história eu vou contar
Sou o Almirante Negro, um bravo Feiticeiro,
O Grande Dragão do Mar
Não é ilusão o que vocês viram 
A Marinha tinha preconceitos e injustiças
E nos Pampas minha infância foi trocada
Por batalhas imortais, me revoltando
No Navio Minas Gerais
Na batida do tambor ô ô ô
O lamento se escondia la laia 
E na chibata do senhor 
O movimento de revolta se expandia
Assim, o tal Catete enganava,
O mundo inteiro com a anistia aclamada
Na Ilha das Cobras a vingança foi voraz
Ignoraram a bandeira da paz
E o sofrimento rumo à Amazônia
Selava destinos, fim da vida ou escravidão
Glória ao nosso povo brasileiro
Meu sonho hoje é verdadeiro
Sou Mestre-sala, João Cândido, o guerreiro
Vou navegar - eu vou eu vou
Vem nesse mar de amor amor 
Sou Barra Funda sou samba no pé
Gira baiana seu gingado tem axé"
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Mestre Sala dos Mares (João Bosco e Aldir Blanc)
Elis Ao Vivo 1995 Gravadora Velas/Galeão

Há muito tempo nas águas Da Guanabara O dragão no mar reapareceu Na figura de um bravo Feiticeiro A quem a história Não esqueceu Conhecido como Navegante negro
Rubras cascatas jorravam
Tinha a dignidade de um Mestre-sala E ao acenar pelo mar Na alegria das regatas Foi saudado no porto Pelas mocinhas francesas Jovens polacas e por Batalhões de mulatas Das costas
Às baleias
Dos santos entre cantos E chibatas Inundando o coração, Do pessoal do porão Que a exemplo do feiticeiro Gritava então Glória aos piratas, às Mulatas, às sereias Glória à farofa, à cachaça,
As pedras pisadas do cais
Glórias a todas as lutas Inglórias Que através da Nossa história Não esquecemos jamais Salve o navegante negro
Que tem por monumento



Viva Clara Claridade!!!