Chamados de ‘shiriki’, os quiosques são uma boa opção para recarregar celulares num país onde apenas 34% da população tem acesso à eletricidade
Como carregar a bateria do celular em lugares sem energia elétrica? Em Ruanda, os quiosques da empresa African Renewable Energy Distributor (ARED) atendem a um número crescente de clientes que usam os celulares em suas atividades cotidianas.
Chamados pela população local de “shiriki”, os quiosques têm painéis solares com capacidade de 100 watts de geração de energia e conseguem carregar até 30 celulares ao mesmo tempo. Os quiosques também funcionam como locais de acesso à rede Wi-Fi.
Os usuários pagam 5 centavos do franco ruandês para carregar a bateria do celular e 3 centavos por 10 minutos de uso da rede Wi-Fi. Os usuários também podem pagar suas contas dos planos das operadoras de telefonia móvel e da assinatura da StarTimes, uma emissora de TV da região. Tudo online.
A maioria dos habitantes de Ruanda tem celular. Em 2017, segundo um relatório do Banco Mundial, a proporção era de 72 celulares para cada 100 pessoas. Mas em um país onde apenas 34% da população tem acesso à eletricidade seu uso é bastante restrito.
Em visita a Ruanda, seu país natal, Henri Nyakarundi, um empresário que estudou no Burundi e mais tarde se mudou para os Estados Unidos, viu como era importante a comunicação pelo celular no dia a dia dos habitantes não só de Ruanda, como também de todo o continente africano. Surgiu então a ideia de montar quiosques movidos à energia solar para carregar baterias de celulares e oferecer serviços de internet. A ideia foi posta em prática em 2013 e, desde então, os quiosques já atenderam 200 mil clientes.
Em um sistema de franquia, a ARED cede a utilização de sua marca e produtos a terceiros, mediante o cumprimento de determinadas condições e do pagamento de uma comissão de, em média, 1% do faturamento. Os anúncios para atrair clientes também são uma fonte de renda para a ARED. Atualmente, a empresa terceiriza a administração de 68 quiosques em Ruanda, um aumento expressivo em relação aos 23 em 2017.
Há dois anos, com o apoio financeiro da empresa americana Gray Matters Capital, Nyakarundi criou o mesmo sistema de franquia em Uganda, onde tem dez quiosques. Com o apoio também do projeto Afforable Access Initiative Grant Fund da Microsoft e de uma arrecadação de quase US$ 275 mil em um site de crowdfunding alemão em 2018, a ERAD expandiu sua atuação na África.
“Os quiosques, que são fáceis de transportar e de instalar, criaram empregos, até mesmo para pessoas com deficiência física, que se sentiam marginalizadas no mercado de trabalho. Além disso, eles dão acesso a programas educacionais do governo por meio de um aplicativo offline, sem custo”, disse Nyakarundi.
O sucesso do empreendimento incentivou Nyakarundi a reunir especialistas em tecnologia da informação para criar uma rede digital local, outra fonte de impacto social com a transmissão de conhecimento por meio dos inúmeros conteúdos disponíveis online
Os usuários pagam 5 centavos do franco ruandês para carregar a bateria do celular (Foto: Ared Group LTD/Facebook)
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