Nascimento: 23 de abril de 1928, Santa Mônica, Califórnia
Falecimento: 10 de fevereiro de 2014, Woodside, Califórnia
Filhos: Lori Black, Charles Alden Black Jr., Linda Susan Agar
Filiação: George Francis Temple, Gertrude Temple
Cônjuge: Charles Alden Black (de 1950 a 2005), John Agar (de 1945 a 1950)
Oficial Website: http://www.shirleytemple.com/.
“Durante esta Depressão, quando o espírito do povo está mais triste do que em qualquer outro momento, é uma coisa magnífica que por apenas 15 centavos, um americano pode ir ao cinema e olhar para o rosto sorridente de uma criança e esquecer de seus problemas.” – Franklin Delano Roosevelt.
Shirley Jane Temple faleceu em 10 de fevereiro deste ano, aos 85 anos de idade, em sua casa em Woodside, na Califórnia, de causas naturais. Ela começou a carreira aos três anos de idade, e logo ganhou fama com os filmes “Olhos Encantadores” (1934), “Alegria de Viver” (1934), “A Pequena Órfã” (1935), “Heidi” (1937) e “A Princesinha” (1939). Shirley Temple representava para o público norte-americano a inocência e a esperança durante os anos da Grande Depressão, e os filmes onde aquela menina de cachinhos dourados dançava e cantava funcionavam como um alívio e um alento só comparáveis com as comédias otimistas de Frank Capra. Shirley Temple herdou de Mary Pickford a alcunha de “America’s Sweetheart” (queridinha da América) e foi elogiada pelo presidente dos Estados Unidos entre 1933 e 1945 Franklin D. Roosevelt por conta de seu otimismo e sorriso contagiantes: “Desde que nosso país tenha Shirley Temple, nós vamos ficar bem”.
Em 1935, Shirley Temple foi a primeira atriz a ganhar o “baby Oscar” – uma estatueta com metade do tamanho de um Oscar normal – prêmio dado a crianças que se destacaram na atuação. Naquela época, crianças não competiam com adultos nas várias categorias da premiação. O site oficial de Shirley Temple lista que ela estrelou 14 curtas-metragens e 43 longas-metragens, quase todos antes dos 12 anos de idade, em uma carreira que foi de 1931 a 1961. Seu último grande filme, porém, foi “A Kiss for Corliss”, de 1949. Durante grande parte da década de 30, a atriz foi campeã absoluta de bilheteria, batendo todas as grandes produções com estrelas do quilate de Clark Gable, Bing Crosby, Robert Taylor, Gary Cooper, Katharine Hepburn e Joan Crawford. Não foi à toa que a MGM queria Shirley Temple para viver Dorothy em “O Mágico de Oz”. A Fox, que tinha contrato com a atriz, porém, negou seu empréstimo e foi assim que Judy Garland ganhou o papel.
Shirley Temple chegou a estrelar bons filmes como adolescente e jovem adulta, entre eles “Solteirão Cobiçado”, de 1947, com Myrna Loy e Cary Grant, e “Sangue de Heróis” (Fort Apache, de 1948), com John Wayne, Henry Fonda e John Agar, que foi seu primeiro marido. Mas por uma dessas misteriosas razões que a própria razão desconhece, sua carreira adulta não deslanchou. A estrela de Shirley Temple parecia ter perdido o brilho dos seus primeiros anos.
Cachê de US$ 10
Shirley Temple nasceu em 23 de abril de 1928, em Santa Monica, Califórnia Era filha de George Francis Temple, que trabalhava num banco, e de Gertrude Amelia Krieger, que era apaixonada por dança e incentivou a filha desde o princípio, inclusive baseando o visual da menina no estilo de Mary Pickford, a grande estrela da época. A pequena Shirley começou a ter aulas num estúdio de dança aos três anos, em Los Angeles. Lá, em 1931, foi descoberta por Charles Lamont, diretor de elenco da Educational Pictures, que fazia uma série de curtas-metragens chamada “Baby Burlesks” – eram paródias de filmes com adultos, mas estreladas exclusivamente por crianças. Em sua estreia, no ano seguinte, Shirley recebeu um cachê de US$ 10. Antes de obter esse trabalho, Shirley foi audicionada para atuar na série “Our Gang” (também conhecida como “Hal Roach’s The Little Rascals”), mas falhou no primeiro teste. Tempos depois, já contratada pela Educational, fez uma segunda audição para o show, mas o responsável pelo elenco de “Our Gang”, Robert F. McGowan, se recusou a aceitar o salário pedido pela mãe da atriz, e ela acabou não sendo contratada.
Mais tarde, Shirley descreveu esses trabalhos iniciais como “uma exploração cínica de nossa inocência infantil que ocasionalmente era racista ou sexista” – muito por conta do fato de as crianças se vestirem como adultos e terem diálogos de adultos. Os “Burlesks” eram uma série de um único rolo, a qual seguiu-se a série “Frolics of Youth”, onde Shirley vivia Mary Lou Rogers, uma menina às voltas com sua família suburbana. Shirley começou a aparecer em pequenos papéis em produções da Universal, Paramount e Warner, mas com a falência da Educational em 1933, a atriz assinou seu primeiro contrato com um grande estúdio, a Fox Film Corporation, depois de um teste para atuar em “Alegria de Viver” (“Stand Up and Cheer!”), com um salário de 150 dólares por duas semanas.
Ao sucesso desse filme veio outros grandes sucessos, “Change of Heart”, em que ela atuou não creditada ao lado de James Dunn e Janet Gaynor, “Dada em Penhor” (“Little Miss Marker”), seu primeiro papel de destaque, e “A Queridinha da Família” (Baby Take a Bow). O contrato de Shirley foi estendido para sete anos. Sua mãe Gertrude, também foi contratada como sua cabelereira e assistente pessoal por US$ 25 por semana. O filme seguinte de Shirley, “Agora e Sempre” (Now and Forever), estrelado por Gary Cooper e Carole Lombard, também foi outro estrondoso sucesso de bilheteria, transformando a atriz no rosto mais conhecido do país e o símbolo do entretenimento familia
Aos seis anos de idade ela recebia US$ 1,25 mil por semana. Em valores corrigidos, o salário equivaleria a US$ 21 mil por semana. A esses valores era acrescido um bônus de 15 mil dólares por filme. Os rendimentos da família se duplicavam com merchandising e produtos licenciados, como as bonecas Shirley Temple e uma linha de roupas e acessórios para meninas. Shirley relembrou anos mais tarde que nessa época deixou de acreditar em Papai Noel quando sua mãe a levou a uma loja para o conhecer, e o funcionário vestido de Papai Noel lhe pediu um autógrafo. “Olhos Encantadores “ (Bright Eyes) foi lançado em dezembro de 1934 e foi o primeiro a ser produzido especialmente para aproveitar os talentos da menina, que teve seu nome colocado pela primeira vez acima do título do filme. O número musical em que ela canta “On the Good Ship Lollipop”, vendeu mais de 500 mil cópias, e a atuação de Shirley provou que ela poderia interpretar não só personagens multidimensionais como também estabeleceu a fórmula para os futuros filmes da atriz.
Em 1935, aos seis anos de idade, Shirley foi uma das apresentadoras da cerimônia de entrega do Oscar, tornando-se a mais jovem apresentadora do Oscar de todos os tempos ao entregar o prêmio de melhor atriz para Claudette Colbert, por “Aconteceu Naquela Noite”. Em 1937, Shirley entregou a Walt Disney um prêmio especial da Academia por “Branca de Neve e os Sete Anões”: uma estatueta normal seguida por outras sete pequenas estatuetas.
Quando a Fox Film se tornou a 20th Century Fox, o chefe do novo estúdio, Darryl F. Zanuck, focou suas atenções sobre Shirley Temple. Afinal, ela era nada mais nada menos do que a maior estrela do estúdio. Uma equipe de dezenove roteiristas foi criada especialmente para desenvolver histórias que se adequassem à imagem que o público fazia dela e à terrível crise social e econômica que se abateu sobre a América nos anos da Depressão. Esses filmes eram vistos como geradores de esperança e otimismo, que levaram o presidente dos Estados Unidos, Franklin D. Roosevelt, a declarar que “é uma coisa esplêndida que por quinze centavos um americano possa ir ao cinema e olhar o rosto sorridente de uma criança e esquecer todos os seus problemas”.
A maioria dos filmes de Shirley Temple eram comédias dramáticas que misturavam cenas de canções e danças, sempre com um forte apelo sentimental e situações melodramáticas, produzidas com baixo orçamento mas que se transformavam em verdadeiros blockbusters. Os roteiros sempre giravam em torno de temas parecidos, onde Shirley desempenhava o papel da pequena órfã de mãe ou de pai, que vivia em um asilo e quase sempre servia de cupido para jovens casais ou adultos alienados ou sua presença servia de catarse para que adultos mesquinhos atingissem a redenção graças à sua bondade e otimismo contagiantes. Quando a atriz entrou na adolescência, a fórmula precisou ser ligeiramente alterada. A ingenuidade, a naturalidade e a inocência dos seus anos de criança começavam a se tornar inadequados aos personagens teens que ela precisava interpretar de agora em diante.
Em 1934, Shirley assinou um contrato para quatro filmes por ano. Foi um sucesso atrás do outro: “A Mascote do Regimento “ (The Little Colonel), “A Nossa Garota” (Our Little Girl), “A Pequena Órfã” (Curly Top), onde merece destaque a canção “Animal Crackers in My Soup”, e “ A Pequena Rebelde” (The Littlest Rebel), lançado em 1935. Em 1936, mais quatro filmes que se tornaram o grande ganha-pão da Fox naqueles tempos difíceis: “O Anjo do Farol” (Captain January), “Pobre Menina Rica” (Poor Little Rich Girl), “Princesinha das Ruas” (Dimples) e “Pequena Clandestina” (Stowaway). O chefão do estúdio decidiu investir mais dinheiro nas produções estreladas por Shirley, além de dar-lhe um considerável aumento de salário: 2 500 dólares por semana.
Em 1937, John Ford foi escalado para dirigir “Queridinha do Vovô” (Wee Willie Winkie), considerado por Shirley como o seu filme favorito, e uma lista de grandes astros contratados para atuar ao lado dela: Victor McLaglen, C. Aubrey Smith e Cesar Romero. Apenas mais um filme estrelado por Shirley foi lançado em 1937, “Heidi”. Apesar de financeiramente vantajoso, o contrato dela com a Fox não dava à atriz ou a seus pais qualquer controle criativo nos filmes estrelados por ela.
Em 1938, mais três filmes: “Sonho de Moça” (Rebecca of Sunnybrook Farm), “Little Miss Broadway” e “O Anjo da Felicidade” (Just Around the Corner). Os dois primeiros foram mal recebidos pela crítica e o terceiro se tornou o primeiro filme de Shirley Temple a ir mal nas bilheterias. No ano seguinte, Zanuck precisava de um grande sucesso para sua atriz em crescimento, e comprou os direitos do livro “A Little Princess” para uma adaptação para as telas orçada em 1,5 milhão de dólares – o dobro dos custos de “Just Around the Corner” – e o escolheu para ser o primeiro filme em Technicolor da 20th Century Fox. Lançado em 1939, “A Princesinha” foi um sucesso de bilheteria e, convencido de que Shirley Temple seria também uma atriz adulta de sucesso, recusou uma oferta substancial da MGM, que a queria emprestado para estrelar “O Mágico de Oz”. Shirley foi escalada para atuar em “Susannah of the Mounties”, que apesar de bem sucedido nas bilheterias, seria o último grande sucesso de Shirley Temple, cujo nome começava a cair na lista das estrelas preferidas do público.
Ainda em 1939, Shirley Temple foi objeto de uma pintura de Salvador Dali, “Shirley Temple, The Youngest, Most Sacred Monster of the Cinema in Her Time” e sua figura foi animada para atuar ao lado do Pato Donald no curta “The Autograph Hound”. No ano seguinte, ela estrelou em “O Pássaro Azul” (The Blue Bird) e “Mocidade” (Young People). Logo em seguida, os pais de Shirley Temple resgataram o contrato dela com a Fox e a mandaram para a Westlake, uma escola exclusiva para meninas, em Los Angeles. Shirley tinha 12 anos de idade.
Um ano depois de sua saída da Fox, a Metro viu a oportunidade de ter a atriz sob seu contrato. Ela foi escalada para atuar com Judy Garland e Mickey Rooney no musical “Calouros na Broadway” (Babes on Broadway), mas a ideia foi rapidamente abandonada para evitar que o nome de Shirley fosse eclipsado pelos dos dois astros. Ela acabou substituída por Virginia Weidler. Encostada na Metro, Shirley estrelou apenas um filme, “Kathleen”, de 1941, interpretando a personagem título, uma adolescente infeliz. Com o fracasso desse filme, seu contrato foi cancelado. Na United Artists, a atriz atuou em “Miss Annie Rooney”, de 1942, outro fracasso de público. Desapontada, Shirley se afastou das telas por dois anos.
Quase uma adolescente, Shirley Temple estrelou Miss Annie Rooney, de 1942, (na foto, ao lado de Dickie Moore), um fracasso de público que a faria se afastar das telas por quase dois anos.
Em 1944, o todo poderoso David O. Selznick assinou um contrato pessoal com Shirley Temple e a escalou para dois filmes sobre guerra que foram bem recebidos pelo público e crítica: “Desde Que Partiste” (Since You Went Away) e “Ver-te-ei Outra Vez” (I’ll Be Seeing You). No entanto, o interesse de Selznick em promover a carreira da atriz Jennifer Jones, fez com que ele se esquecesse de Shirley, que acabou emprestada para outros estúdios. “Ninguém Vive Sem Amor” (Kiss and Tell), “Solteirão Cobiçado” (The Bachelor and the Bobby-Soxer) e “Sangue de Heróis” (Fort Apache) são os únicos filmes dela nesse período que merecem destaque.
Segundo o biógrafo Robert Windeler, os filmes de Shirley Temple nessa época não eram totalmente ruins, nem mal produzidos ou fracassos totais de bilheteria, mas possuíam um ranço de filme B e atuações diferentes daquelas que o público se acostumou a ver. Selznick chegou a aconselhar que Shirley se mudasse para o exterior, ganhasse maturidade como atriz e até mudasse de nome, pois ela vivia sob um estigma que seria perigoso para sua carreira a partir de então. Depois de perder o papel de Peter Pan nos palcos da Broadway, em agosto de 1950, Shirley Temple fez um balanço de sua carreira. Ela anunciou sua aposentadoria oficial em 16 de dezembro de 1950.
Entre janeiro e dezembro de 1958, Shirley Temple foi a apresentadora de uma bem sucedida série de TV da NBC sobre contos de fada chamada “Shirley Temple’s Storybook”. Ela chegou a atuar em três dos episódios de 60 minutos cada, um deles um especial de Natal com a participação de seu filho, chamado “Mother Goose”. Devido a problemas de produção, a série foi reestruturada em 1960 e levada ao ar como “The Shirley Temple Show”, mas não conseguiu disputar a atenção dos patrocinadores com os sucessos da época, como “Maverick”, “Lassie”, “Dennis the Menace” e os especiais de Walt Disney, sendo cancelada em setembro de 1961. Shirley continuou atuando na televisão, fazendo aparições especiais em outros shows, inclusive o piloto de uma série chamada “Go Fight City Hall” que nunca foi lançada.
Depois que deixou a atuação de lado no começo dos anos 60, Shirley Temple decidiu ingressar na carreira política, candidatando-se ao Congresso dos Estados Unidos em 1967, mas não conseguiu se eleger. Mais tarde, foi delegada dos Estados Unidos na ONU, em 1969 e 1970, e depois embaixadora, servindo em Gana (1974-1976) e na antiga Tchecoslováquia (1989).
Mas além de uma carreira meteórica no Cinema e uma bem sucedida carreira como diplomata, Shirley Temple foi uma mulher de coragem. Em 1972, aos 44 anos, ela foi diagnosticada com câncer de mama e precisou fazer uma mastectomia. Por conta disso, ela foi uma das primeiras celebridades a falar abertamente sobre a doença e, mais tarde, relembrando o drama que viveu e superou, Shirley declarou: “A alternativa é pior, se você não faz nada a respeito. Eu acreditei em meu médico e em Deus”, afirmou. Também deu conselhos a outras mulheres: “Não fique em casa e não tenha medo. Vá ao médico e faça um exame”.
Em 1945, aos 17 anos, Shirley Temple se casou com o ex-soldado e ator John Agar, com quem atuou em “Sangue de Heróis” e “Uma Mulher Contra o Mundo”. Shirley pediu o divórcio em 1950 em razão do alcoolismo do marido, com o qual teve uma filha, Linda.
O site oficial de Shirley informa que a atriz se casou em 1945, aos 17 anos, com John Agar, um ex-soldado que se tornou ator. Ambos atuaram juntos em “Fort Apache”, de 1948, e “Uma Mulher Contra o Mundo” (Adventure in Baltimore), de 1949. Eles ficaram casados até 1949, quando Shirley pediu o divórcio em razão do alcoolismo do marido. O casal teve uma filha, chamada Linda Susan Agar. Em 1950, Shirley se casou com o executivo Charles Black, antigo oficial da marinha. Tiveram dois filhos, Charlie Jr. e Lori, permanecendo casada até a morte dele, em agosto de 2005. Uma vez questionada sobre o seu maior motivo de orgulho, Shirley costumava dizer: “Meus três filhos, minha neta e meus dois bisnetos”. No questionário de seu site, há uma pergunta sobre qual carreira ela gostaria de ter seguido se não fosse atriz mirim. “Eu queria estar no FBI. Também queria ser vendedora de tortas”, comentou. Depois, lembrou-se de um episódio em que chegou a exercer a atividade. “Essa vontade era tão forte, que o estúdio providenciou um pequeno carrinho e o encheu de tortas. Eu circulava pelo set e as vendia para a equipe. Eu tinha cerca de oito anos de idade. Sempre vendia todas, e não tinha de pagar por elas. Era um grande negócio!”
Muitos rumores cercaram a carreira de Shirley Temple. Um deles dizia que a sua certidão de nascimento foi forjada para que ela aparentasse ter um ano a menos. Outro rumor surgiu na Europa, dizendo que Shirley era na verdade uma anã de 30 anos de idade. O boato foi tanto que o Vaticano enviou o Padre Silvio Massante para investigar se ela era de fato uma criança. Por ela nunca ter aparecido sem os dentes durante seus primeiros anos na Fox, o público foi levado a crer que ela tinha todos os dentes de um adulto. O que acontecia é que para esconder a perda dos dentes, a atriz usava placas dentárias em público. Outra crença era de que Shirley era obrigada a limar os dentes para que parecessem com os de uma criança pequena.
Os cachinhos dourados da pequena atriz também despertavam a imaginação e chamavam a atenção do público. Marca registrada da atriz, o penteado que ela usava tinha exatamente 52 cachos. A mãe de Shirley, Gertrude, era quem prendia os seus cabelos e os dava forma, e os amarrava pouco antes de ela ir dormir. Também aplicava produtos para que ficassem mais loiros. Shirley quando ia nadar não podia mergulhar os cabelos na piscina, podia apenas umedecê-los, usando toucas de banho uma sobre a outra. Os cabelos de Shirley Temple exigiam uma atenção redobrada com a atriz nas ruas por conta da perseguição de “caçadores de souvenirs”, que queriam um cacho de seus cabelos como recordação, ou para evitar que ela fosse vítima de fãs que tentavam arrancar seus cabelos para testar a teoria de que não seriam uma peruca.
Em 8 de fevereiro de 1960, Shirley ganhou uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood. Em 1992, foi homenageada pelo National Board of Review. E, em 1998, pelo prestigioso Kennedy Center Honors. Foi ainda considerada uma das grandes estrelas do cinema em todos os tempos pela revista “Premiere” e pela “Entertainment Weekly”. Já em 2006, ganhou um prêmio especial pelo conjunto da obra do Sindicato de Atores dos Estados Unidos (SAG). Ela também aparece na lista de “50 grandes lendas do cinema” feita pelo American Film Institute.