Guerra,
por sua própria natureza, é uma força destrutiva. Milhões de vidas já
foram perdidas em conflitos ao longo do tempo. Quando falamos em danos
materiais, a magnificência de um edifício antigo, aquele cuja história
foi forjada ao longo dos séculos, pode desaparecer com o apertar de um
botão ou o puxar de um gatilho. Listamos abaixo alguns exemplos de
lugares histórico e culturalmente importantes perdidos para os estragos
da guerra.
10. Mesquita Ferhat Pasha (Bósnia)
Durante
a Guerra da Bósnia dos anos 1990, Banja Luka, a segunda maior cidade da
Bósnia, foi palco de combates pesados. Uma das estruturas mais notáveis
da cidade era a Mesquita Pasha Ferhat, um exemplo excepcional da
arquitetura islâmica e otomana do século XVI.
Na
madrugada de 7 de maio de 1993, as forças sérvias da Republika Srpska
instalaram na Mesquita Ferhat e nas estruturas adjacentes grandes
quantidades de explosivos. A mesquita foi destruída e os detritos foram
levados embora e utilizados para aterro. Depois da guerra, o ex-líder
sérvio Radoslav Brdjanin foi condenado a 32 anos de prisão por sua
participação na demolição do complexo, juntamente com crimes de guerra
mais graves.
Em
anos mais recentes, um extenso trabalho de reconstrução foi realizado
sobre as fundações que resistiram à explosão. Tanto a Mesquita Ferhat
Pasha quanto seu minarete independente estão agora no início da sua
restauração.
9. Christchurch Greyfriars (Inglaterra)
Sir
Christopher Wren construiu a igreja Christchurch Greyfriars, em
Londres, para substituir uma igreja medieval perdida durante o Grande
Incêndio de 1666. Seu projeto era simples. O exterior da igreja foi
decorado com frontões neoclássicos tradicionais, enquanto o interior
tinha pisos de mármore deslumbrantes. Colunas coríntias lindamente
decoradas separavam a nave dos corredores. As grandes janelas em arco,
cheias de vidro transparente, permitiam que a igreja fosse bem
iluminada, dando ao interior um brilho quente e acolhedor.
Durante
a Segunda Guerra Mundial, Londres tornou-se um dos principais alvos do
bombardeio alemão. Grandes áreas da cidade foram dizimadas e a natureza
indiscriminada dos ataques destruiu muitos lugares sem valor estratégico
como alvos – incluindo a Christchurch Greyfriars. Em 29 de dezembro de
1940, uma bomba incendiária atingiu o topo da igreja, rasgando o
edifício e inflamando seu interior. O inferno resultante fez com que o
teto abobadado entrasse em colapso, destruindo o prédio e seu conteúdo.
O
único item que se salvou foi uma tampa de madeira esculpida para a pia
batismal. Ela agora pode ser vista na vizinha Igreja Paroquial Santo
Sepulcro.
8. Apamea (Síria)
Apamea,
a antiga “Cidade Tesouro”, fica às margens do Rio Orontes, na Síria.
Ela já foi a casa dos reis do Império Selêucida e mais tarde abrigou os
romanos, chegando a ter uma população de 500 mil habitantes. Mais de um
milênio depois, ergueu-se novamente, agora como uma base durante as
Cruzadas. Suas magníficas ruas pavimentadas, belos mosaicos e colunas
brancas brilhantes esculpidas com intrincados desenhos eram um
espetáculo. Sua longa história fez dela um dos mais importantes sítios
arqueológicos do Oriente Médio.
Durante
o atual conflito na Síria, Apamea foi danificada de tal forma que
muitos historiadores acreditam que nunca poderá ser restaurada. Não só a
cidade foi devastada por bombardeios, também houve aqueles que se
aproveitaram do caos para saquear o local, roubando seus tesouros. O
lugar encontra-se agora devastado, suas colunas foram quebradas e seus
mosaicos, destroçados.
7. O Antigo Palácio de Verão (China)
O
Antigo Palácio de Verão, também conhecido como Yuan Ming Yuan, era um
complexo de jardins e edifícios em Pequim construídos no século XVIII. O
palácio serviu como base de operações para os imperadores da dinastia
Qing. Seus fundamentos estavam cheios de exemplos de bela arquitetura,
que incluíam magníficos templos, pavilhões, pontes ornamentadas com
desenhos chineses. Os jardins circundantes eram igualmente
impressionantes, com exuberantes gramados verdes e flores exóticas que
cresciam ao redor de lagos serenos e rios.
Em
1860, no auge da Primeira Guerra do Ópio, uma força expedicionária
francesa e britânica ocupou Pequim e descobriu o palácio. Embora o
imperador tivesse fugido, a maioria do conteúdo do palácio havia sido
deixada para trás. Encontrando pouca resistência, as tropas saquearam as
riquezas do complexo. Um alto comissário britânico para a China, Lord
Elgin, ordenou a destruição do palácio, em retaliação pela tortura de
soldados britânicos e indianos.
Embora
os seus magníficos edifícios estejam agora perdidos para sempre, o
local que costumava abrigar O Antigo Palácio de Verão ainda atrai
milhares de visitantes a cada ano.
6. Antigos santuários e mausoléus (Mali)
Timbuktu,
conhecida como a “Cidade dos 333 Santos” pela sua história religiosa,
está localizada em Mali, na orla do deserto do Saara. Fundada no século
XII por nômades, a cidade logo se tornou um importante centro de
comércio para as caravanas que enfrentavam as traiçoeiras dunas do
Saara.
A
cidade é rica em história e apresenta várias estruturas notáveis e
históricas únicas na região. Mausoléus de pedra antigos que abrigam os
restos mortais de homens santos muçulmanos estão espalhados por toda a
cidade, junto de santuários dedicados à memória dos santos reverenciados
e figuras religiosas, algumas que datam de séculos atrás.
Recentemente,
Timbuktu se tornou alvo de facções extremistas islâmicas empenhadas em
espalhar sua ideologia fanática. Em 2012, membros de um grupo com
ligações à Al-Qaeda começaram a destruir locais antigos famosos. Mais da
metade dos centenários santuários e mausoléus da cidade foram
derrubados e reduzidos a escombros, incluindo o do estudioso muçulmano
reverenciado Sidi Mahmoud. A profanação desses lugares foi recebida com
indignação internacional. Pedidos para o fim da destruição não foram
ouvidos e eles permanecem sob grande risco.
5. A Torre de Porcelana de Nanjing (China)
Com
quase 80 metros de altura, a Torre de Porcelana de Nanjing deve ter
sido uma visão impressionante. Seus oito lados foram lindamente
decorados com imagens do Buda, sustentando 140 lâmpadas, e seus nove
níveis interiores possuíam uma vasta gama de esculturas religiosas e
estátuas. Diz-se que, em um dia ensolarado, a luz refletia nas paredes
da torre e lhe dava um brilho etéreo.
Em
1801, um raio atingiu a torre, causando o colapso de três seções. No
entanto, ainda se passariam quase 50 anos antes dela encontrar seu
destino final.
Em
1850, a guerra civil eclodiu no sul da China e o conflito logo se
espalhou para Nanjing. Preocupado que o inimigo poderia usá-la como um
posto de vigia, as forças rebeldes que ocupavam a área circundante
decidiram demolir a torre. Seus destroços foram deixados onde caíram,
com os tijolos de porcelana que uma vez brilharam tão magnificamente
reduzidos a um deprimente monte de escombros queimados.
Os
restos da torre foram posteriormente reaproveitados para uso na
construção de outros edifícios, embora algumas partes tenham sido salvas
e estejam agora em exposição no Museu de Nanjing. Uma boa novidade é
que, em 2010, um empresário chinês doou um bilhão de yuans para o
governo de Nanjing financiar a reconstrução da torre. Embora a original
tenha se perdido para sempre, espera-se que o novo edifício ostente um
pouco da majestade da antiga Torre de Porcelana.
4. Grande Mesquita de Aleppo (Síria)
A
Grande Mesquita de Aleppo fica na histórica zona de Al-Jalloum da
cidade. A maior de seu tipo na área, a mesquita supostamente abriga os
restos mortais de Zacarias, pai de João Batista. Por causa de sua
importância histórica, o complexo é reconhecido como um Patrimônio
Mundial da UNESCO.
Após
terremotos e numerosos conflitos duradouros, a mesquita eventualmente
encontrou o seu fim em abril de 2013. O prédio havia sido ocupado pelas
forças rebeldes durante vários meses e tornou-se o foco de tiroteios
brutais. Após uma intensa batalha entre os rebeldes sírios e as forças
do governo, artilharia pesada reduziu grande parte do local a escombros,
incluindo o minarete do século XI que se elevava sobre a mesquita.
Os
historiadores descreviam a mesquita como um “santuário vivo” e estão
horrorizados com a destruição de um lugar tão historicamente
significativo. Embora exista a possibilidade de reconstrução, como com
Apamea, a complicada situação política em curso na Síria impede que
qualquer restauração comece agora.
3. Yongmyong Temple (Coreia do Norte)
O
templo budista Yongmyong de Pyongyang foi construído mais de 1.500 anos
atrás e foi nomeado por um antigo rei, Dongmyeong de Goguryeo. Segundo a
lenda, uma camareira da rainha foi atingida por um raio e pouco depois
deu à luz a Dongmyeong. O rei, com medo deste evento sobrenatural, jogou
a criança em um chiqueiro. A criança sobreviveu e o rei, tendo isso
como um ato de intervenção divina, mudou de ideia e ordenou à rainha que
criasse o menino.
Famoso
por suas belas paisagens e jardins repletos de cerejeiras, o templo era
uma atração turística popular na sua época. Ele sofreu várias
alterações ao longo de sua existência, incluindo um extenso trabalho de
restauração realizado em 1920.
Os
EUA destruíram o Templo Yongmyong em um bombardeio indiscriminado
durante a Guerra da Coreia. Uma área do templo, o pavilhão Pubyok, foi
reconstruída logo após a guerra e agora está registrada como um tesouro
nacional da Coreia do Norte.
2. Biblioteca e Arquivo Nacional (Iraque)
Alojada
dentro Biblioteca Nacional de Bagdá ficava uma imensa coleção de 12
milhões de livros, manuscritos e tábuas de pedra esculpida detalhando a
longa história da nação.
Em
2003, a Biblioteca e Arquivo foi atacada por partidários de Saddam
Hussein, que tinham a intenção de destruir registros do regime do
Partido Baath. Eles armaram bombas de gasolina e outros dispositivos
incendiários em todo o edifício. O fogo consumiu grande parte da coleção
da biblioteca e, em seguida, os saqueadores fizeram o que bem
entenderam com o que restava.
A
destruição desses documentos não é apenas uma grande perda histórica,
mas uma enorme perda para o patrimônio cultural do Iraque. E, apesar de
um esforço para compilar e restaurar os documentos restantes estar
atualmente em curso, aqueles perdidos durante o incêndio permanecem
insubstituíveis.
1. Royal Opera House (Malta)
Projetada
pelo renomado arquiteto britânico Edward Barry e concluída em 1866 após
quatro anos de construção, a Royal Opera House ficava, imponente, na
esquina da Strada Reale, na histórica cidade de Valletta. Agora cheia de
restaurantes e boutiques, a Strada Reale não mostra muitas evidências
de que já foi a casa de um dos mais magníficos exemplos da arquitetura
neoclássica de Malta. Agora, apenas algumas colunas e um terraço
permanecem como prova da existência do teatro.
A
Royal Opera House teve uma história bastante turbulenta. Em 25 de maio
de 1873, um incêndio começou no interior do edifício e destruiu grande
parte de sua decoração extravagante. O trabalho de reconstrução foi
realizado quase que imediatamente e o teatro reabriu as suas portas,
quatro anos depois, com a ópera “Aida”, de Giuseppe Verdi. Porém, no
século seguinte, a Royal Opera House se tornou uma vítima inocente da
Luftwaffe alemã. Um ataque aéreo em 7 de abril de 1942 deixou o
magnífico edifício em ruínas.
- De:
- nao-responder@hiperciencia
- Para:
- sulinhacidad3@zipmail.com.br
10 locais historicos e culturais destruidos pela guerra
Sabedoria, Saúde e Suce$$o: Sempre.
http://br.groups.yahoo.com/group/Cidad3_ImprensaLivre/
http://br.groups.yahoo.com/group/Cidad3_ImprensaLivre/