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Além de ser um dos sambas de enredo mais conhecidos e cantados de todos os tempos, o Bum Bum Paticumbum Prugurundum, de 1982, virou uma espécie de manifesto contra a primazia do visual em detrimento do samba autêntico. Recado dado com todas as letras nos versos finais:
“Super escolas de samba S/A
Super alegorias
Escondendo gente bamba
Que covardia”
Aluísio Machado, um dos autores da obra, ao lado de Beto Sem Braço, em depoimento ao Centro Cultural Cartola, contou que o verso causou polêmica com o parceiro de tantos carnavais. “Nós ficamos muito à vontade, não ficamos presos à sinopse. Mas o enredo falava das três fases do samba, “Praça XI, Candelária e Marquês de Sapucaí”. Desculpe eu falar assim porque ele (Beto Sem Braço) já morreu, mas ele brigou pra não botar isso, porque ia ferir, ia machucar o Joãosinho Trinta e o Anísio (Abraão David, patrono da Beija-Flor) não iria gostar. Não estava na sinopse”.
Na entrevista, transcrita no periódico “Samba em Revista” de abril de 2013, Aluísio revela ainda que o samba foi composto em dez dias. E os versos encaixaram perfeitamente com a alegoria que trouxe em primeiro plano uma imagem do carnavalesco em meio a esculturas de mulatas seminuas. Uma clara referência ao crescente processo de espetacularização dos desfiles das escolas de samba.
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