Entenderam?!? quem Vive de Palavras é dicionário...
O novo governo do Maláui, país do sudeste africano, planeja vender seu avião presidencial e utilizar o dinheiro arrecadado – o valor da compra está calculado em 15 milhões de dólares – para um programa de alimentação de mais de 1 milhão de pessoas necessitadas. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (05/09) pelo Tesouro Nacional. As informações são da agência Reuters.
Cerca de 40% do orçamento nacional do país é oriundo de doadores ocidentais, que teriam demonstrado insatisfação quando, em 2009, o falecido presidente Bingu wan Mutharika adquiriu um avião Dassault Falcon 900EX, com 14 lugares, em 2009.
A atual chefe de Estado, Joyce Banda, que substituiu Mutharika depois que este morreu de ataque cardíaco, em abril de 2012, fez da venda do avião uma prioridade do seu governo, na esperança de reparar a má impressão causada na época.
"Os 15 milhões de dólares que recebermos pela venda do avião presidencial serão usados para adquirir milho localmente, a fim de alimentar as massas sofredoras, e parte irá para a produção de legumes", disse Nations Msowoya, porta-voz do Tesouro do Maláui.
Segundo ele, o valor representa mais de metade da verba destinada para a compra de milho até o final de março para 1,46 milhão de pessoas cadastradas pelo Comitê de Avaliação da Vulnerabilidade no Malaui, um órgão afiliado à ONU.
O Reino Unido, principal doador para o Maláui, criticou a compra do avião em 2009 e por causa disso reduziu em 3 milhões de libras (4,7 milhões de dólares) a ajuda ao país africano.
Banda, candidata a um novo mandato no ano que vem, tem sido elogiada no Ocidente pelas medidas de austeridade e pelos gestos destinados a estimular a economia. A presidente já reduziu seu próprio salário em 30% e prometeu vender 35 veículos Mercedes-Benz da frota presidencial.
Por outro lado, a desvalorização da kwacha (moeda local) gerou inflação e elevou o preço dos alimentos nas zonas rurais, afetando a popularidade de Banda.
A venda do avião presidencial para a empresa Bohnox Entreprise, das Ilhas Virgens, foi anunciada em maio. O jato de luxo custava 300 mil por ano ao Malaui em manutenção e seguro, segundo uma fonte oficial.
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