Homenagem Póstuma a José Serra numa livre adaptação do Poema "José" de Carlos Drummond de Andrade
E agora, Zé Serra?
A eleição acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, Zé Serra?
e agora, você?
você que é sem escrúpulos,
que zomba dos outros,
você que faz biquinho,
que arma, detesta?
e agora, Zé Serra?
Está sem Noblat,
está sem Merval,
está sem Reinaldo,
já não pode gritar,
já não pode mamar,
demitir já não pode,
a pose murchou,
a Globo não veio,
a Folha não veio,
a Veja não veio,
não veio o Estadão
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, Zé Serra?
E agora, Zé Serra?
Seu medo de pobre,
medo de nordestino,
seu medo de negro,
sua privatoteca,
sua lavra de ouro,
seu teto vidro,
sua incoerência,
seu ódio e agora?
Com a chave na mão
quer abrir a urna,
não existe urna;
quer morrer no Tietê,
mas o Tietê secou;
quer ir para Suíça,
Suíça não há mais.
Zé Serra, e agora?
Se você gritasse,
se você mandasse,
se você tocasse
o toque de recolher,
se você soubesse,
se você entendesse,
se você aprendesse…
Mas você não aprende,
você é arrogante, José!
Sozinho em São Paulo
qual bicho-do-mato,
sem bolinha de papel,
sem Jornal Nacional
para se encostar,
sem tucano preto
que fuja a galope,
você se foi, Zé Serra!
Zé Serra, para onde?
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De: "Mensagens de blog de todos - Portal Luis Nassif" oscar.alarcon@gmail.com
Saúde, Sorte e Suce$$o: Sempre.
Sulinha _ SVO