28 fevereiro, 2012

Supermercados admitem erro com sacolinhas em São Paulo



Supermercados admitem erro com sacolinhas em São Paulo


DE SÃO PAULO

"Às vezes, precisamos dar um passo para trás para avançar dois à frente." A afirmação do presidente da Apas (associação dos supermercados paulistas), João Galassi, reflete dificuldades e pressões que o setor enfrenta para banir as sacolas plásticas dos supermercados.

Para o executivo, assinar o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), acordo para evitar disputas na Justiça com o Ministério Público estadual e com o Procon, não é "motivo de vergonha". "É motivo de orgulho. Agora temos os dois órgãos ao nosso lado."

O acordo dá prazo até 3 de abril para substituir as sacolas descartáveis por embalagens reutilizáveis. Na quarta-feira passada, Galassi fez um balanço de como o setor conduziu o processo no Estado.
Erros e acertos

A substituição poderia ter sido feita por etapas, por região, em vez de em todo o Estado. Dar mais tempo à transição e para o consumidor se adaptar foi o principal aprendizado. Um erro que deixamos passar foi assinar o TAC às 19h para cumprir nas lojas na manhã seguinte. Deveríamos ter dado prazo de uma semana.
Venda da sacolinha

Vender a sacola biodegradável a R$ 0,19 para o consumidor foi um erro, reparado no acordo. Acabar com essa sacolinha resolveu metade das críticas. Era difícil explicar que o objetivo não era vender sacolas. Não tem sentido ter uma sacola retornável, que dura o ano todo, por R$ 2 e comprar a descartável por R$ 0,19. Dez sacolas custam R$ 1,90, e o consumidor faz conta.

O acordo

Não foi motivo de vergonha assinar o TAC porque não discutimos o mérito do acordo (se deveria ou não banir a sacola), apenas a forma de implementá-lo. Não foi uma derrota. Foram acrescentadas importantes regras de transição, como a de não deixar o consumidor na mão e fornecer alternativas gratuitas para o transporte de produtos, como caixas de papelão, sacolas reutilizáveis, biodegradáveis ou até mesmo de plástico.

Impactos
Se houvesse o risco de queda nas vendas, a substituição não teria seguido em frente em cidades como Jundiaí, por mais de um ano.

Próximos passos

A tendência é de outros Estados seguirem nessa direção. Não há como ser contra retirar lixo das ruas, diminuir riscos de enchentes e evitar a morte de animais.



Economia
As redes devem repassar aos preços o que economizarão com o gasto (das descartáveis). Para cada R$ 500 mil vendidos, o supermercado gasta R$ 600. Prova de que os supermercados investem em preço é que a prévia da inflação do setor em janeiro foi de 0,43%, abaixo da medida pelo IPCA, de 0,56% no mês.

Fonte: Jornal Folha de São Paulo

De:

Assunto: Presidente da APAS admite que campanha das sacolinhas foi um erro
Para: sulinha.imprensalivre@gmail.com

http://br.groups.yahoo.com/group/Cidad3_ImprensaLivre/message/13576

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