Supermercados admitem erro com sacolinhas em São Paulo
DE SÃO PAULO
"Às vezes, precisamos dar um passo para trás para avançar dois à frente." A afirmação do presidente da Apas (associação dos supermercados paulistas), João Galassi, reflete dificuldades e pressões que o setor enfrenta para banir as sacolas plásticas dos supermercados.
Para o executivo, assinar o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), acordo para evitar disputas na Justiça com o Ministério Público estadual e com o Procon, não é "motivo de vergonha". "É motivo de orgulho. Agora temos os dois órgãos ao nosso lado."
O acordo dá prazo até 3 de abril para substituir as sacolas descartáveis por embalagens reutilizáveis. Na quarta-feira passada, Galassi fez um balanço de como o setor conduziu o processo no Estado.
Erros e acertos
A substituição poderia ter sido feita por etapas, por região, em vez de em todo o Estado. Dar mais tempo à transição e para o consumidor se adaptar foi o principal aprendizado. Um erro que deixamos passar foi assinar o TAC às 19h para cumprir nas lojas na manhã seguinte. Deveríamos ter dado prazo de uma semana.
Venda da sacolinha
Vender a sacola biodegradável a R$ 0,19 para o consumidor foi um erro, reparado no acordo. Acabar com essa sacolinha resolveu metade das críticas. Era difícil explicar que o objetivo não era vender sacolas. Não tem sentido ter uma sacola retornável, que dura o ano todo, por R$ 2 e comprar a descartável por R$ 0,19. Dez sacolas custam R$ 1,90, e o consumidor faz conta.
O acordo
Não foi motivo de vergonha assinar o TAC porque não discutimos o mérito do acordo (se deveria ou não banir a sacola), apenas a forma de implementá-lo. Não foi uma derrota. Foram acrescentadas importantes regras de transição, como a de não deixar o consumidor na mão e fornecer alternativas gratuitas para o transporte de produtos, como caixas de papelão, sacolas reutilizáveis, biodegradáveis ou até mesmo de plástico.
Impactos
Se houvesse o risco de queda nas vendas, a substituição não teria seguido em frente em cidades como Jundiaí, por mais de um ano.
Próximos passos
A tendência é de outros Estados seguirem nessa direção. Não há como ser contra retirar lixo das ruas, diminuir riscos de enchentes e evitar a morte de animais.
Economia
As redes devem repassar aos preços o que economizarão com o gasto (das descartáveis). Para cada R$ 500 mil vendidos, o supermercado gasta R$ 600. Prova de que os supermercados investem em preço é que a prévia da inflação do setor em janeiro foi de 0,43%, abaixo da medida pelo IPCA, de 0,56% no mês.
Fonte: Jornal Folha de São Paulo
De:
Assunto: Presidente da APAS admite que campanha das sacolinhas foi um erro
Para: sulinha.imprensalivre@gmail.com
http://br.groups.yahoo.com/group/Cidad3_ImprensaLivre/message/13576
DE SÃO PAULO
"Às vezes, precisamos dar um passo para trás para avançar dois à frente." A afirmação do presidente da Apas (associação dos supermercados paulistas), João Galassi, reflete dificuldades e pressões que o setor enfrenta para banir as sacolas plásticas dos supermercados.
Para o executivo, assinar o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), acordo para evitar disputas na Justiça com o Ministério Público estadual e com o Procon, não é "motivo de vergonha". "É motivo de orgulho. Agora temos os dois órgãos ao nosso lado."
O acordo dá prazo até 3 de abril para substituir as sacolas descartáveis por embalagens reutilizáveis. Na quarta-feira passada, Galassi fez um balanço de como o setor conduziu o processo no Estado.
Erros e acertos
A substituição poderia ter sido feita por etapas, por região, em vez de em todo o Estado. Dar mais tempo à transição e para o consumidor se adaptar foi o principal aprendizado. Um erro que deixamos passar foi assinar o TAC às 19h para cumprir nas lojas na manhã seguinte. Deveríamos ter dado prazo de uma semana.
Venda da sacolinha
Vender a sacola biodegradável a R$ 0,19 para o consumidor foi um erro, reparado no acordo. Acabar com essa sacolinha resolveu metade das críticas. Era difícil explicar que o objetivo não era vender sacolas. Não tem sentido ter uma sacola retornável, que dura o ano todo, por R$ 2 e comprar a descartável por R$ 0,19. Dez sacolas custam R$ 1,90, e o consumidor faz conta.
O acordo
Não foi motivo de vergonha assinar o TAC porque não discutimos o mérito do acordo (se deveria ou não banir a sacola), apenas a forma de implementá-lo. Não foi uma derrota. Foram acrescentadas importantes regras de transição, como a de não deixar o consumidor na mão e fornecer alternativas gratuitas para o transporte de produtos, como caixas de papelão, sacolas reutilizáveis, biodegradáveis ou até mesmo de plástico.
Impactos
Se houvesse o risco de queda nas vendas, a substituição não teria seguido em frente em cidades como Jundiaí, por mais de um ano.
Próximos passos
A tendência é de outros Estados seguirem nessa direção. Não há como ser contra retirar lixo das ruas, diminuir riscos de enchentes e evitar a morte de animais.
Economia
As redes devem repassar aos preços o que economizarão com o gasto (das descartáveis). Para cada R$ 500 mil vendidos, o supermercado gasta R$ 600. Prova de que os supermercados investem em preço é que a prévia da inflação do setor em janeiro foi de 0,43%, abaixo da medida pelo IPCA, de 0,56% no mês.
Fonte: Jornal Folha de São Paulo
De:
Assunto: Presidente da APAS admite que campanha das sacolinhas foi um erro
Para: sulinha.imprensalivre@gmail.com
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