Bom dia!
A semana para os investidores só começa mesmo na quarta-feira, quando o Fed e o Banco Central brasileiro anunciam suas decisões de política monetária. E mesmo a chamada Superquarta pode ser menos emocionante do que o costumeiro.
Do lado americano, o Fed deve manter a taxa de juros no atual patamar de 4,25% e 4,5%, reafirmando que não há pressa para voltar a mexer na política monetária. As apostas do mercado financeiro, coletadas pela ferramenta Fed Watch da CME, mostram que, tudo mais constante, o próximo corte de juros deve ocorrer apenas em junho.
O que importa mesmo, então, é o chamado gráfico de pontos do Fed, que mostra as projeções dos membros do BC americano para inflação e emprego, além dos juros que eles consideram adequados no longo prazo.
No Brasil, a inflação persistente, agora não mais causada pelo setor de serviços, mas sim pela alta nos preços dos alimentos, deve servir de base para um novo aumento da Selic. As apostas indicam elevação de 1 ponto percentual, com a taxa subindo para 14,25% ao ano – o mesmo nível registrado durante a crise do governo Dilma.
Enquanto isso, a semana começa sem direção clara nas bolsas globais. Nos EUA, os futuros americanos recuam após o secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmar que as correções do mercado financeiro são normais e saudáveis. Correção é o termo usado para descrever quando ações ou índices caem mais de 10% após o pico recente.
Enquanto isso, as ações europeias avançam em uma semana que deve ser crucial para a economia alemã. O parlamento deve votar o pacote multibilionário que destina recursos para infraestrutura e defesa, financiado pela flexibilização do sistema de teto da dívida. A votação é importante porque ocorre antes da troca dos deputados para a nova configuração do legislativo alemão.
Já a bolsa brasileira deve seguir a tendência americana nesta segunda, com viés de baixa. O EWZ, fundo que representa as ações locais em Nova York, recua 0,46% no pré-mercado. Por aqui, o mercado financeiro acompanha as atualizações do Focus e a divulgação do IBC-BR, que mede a atividade econômica brasileira e pode mostrar desaceleração ante elevada taxa de juros. Bons negócios.