Bom dia! Parece surreal, mas a semana termina com a torcida de que a inflação brasileira tenha terminado 2024 acima da meta – e em ascensão. O IBGE divulga logo mais o IPCA fechado do ano passado, e as estimativas de economistas indicam que a inflação oficial deve ter ficado em 4,8%, acima dos 4,5% do teto da meta. Na prática, a inflação em alta turbina as apostas de novos aumentos na taxa de juros, o que pode funcionar como um atrativo para investidores estrangeiros. Isso reduziria a pressão sobre o câmbio que, de qualquer maneira, já está novamente perto dos R$ 6. Por outro lado, é preciso combinar com os americanos. Nesta sexta, os EUA divulgam o payroll, o indicador oficial de desemprego. Por lá, a expectativa é de que dados mais fracos possam abrir espaço para novas quedas de juros, enquanto investidores avaliam o risco de medidas de expansão de gastos na nova gestão Trump. O receio é de um repique na inflação, recém acomodada perto da meta de 2%. Ignorando as consequências para a dívida pública, um cenário ideal para trazer alívio ao câmbio envolve um aumento da Selic no Brasil, com uma queda dos juros americanos. Nesta sexta, os futuros americanos amanhecem em baixa, justamente à espera dos dados de emprego. As ações brasileiras se descolam do pessimismo, e o EWZ (o fundo que representa a bolsa brasileira em Nova York) salta quase 1%. Bons negócios. |