| Lavoura de milho prejudicada por chuvas em Santa Maria, no RS | Emater-RS |
| 'Agricultor não tem espaço para errar' na safra de 2025, avalia Mosaic |
| | Produtores rurais não entram em recesso de fim de ano. Ao contrário, já que este é o momento de planejar a segunda safra de milho, cujo plantio se dá geralmente em janeiro e representa cerca de 75% da produção nacional. De acordo com a Scot Consultoria, os preços do milho enfrentam pressão de baixa, com os consumidores ainda retraídos. No ano que vem, as incertezas sobre a oferta no ciclo 2024/25 reforçam tendência de alta, mesmo com a expectativa de maior produção. A previsão é que a área plantada cresça 7% em relação à safrinha anterior. Administrar muito bem a relação de troca entre insumos e grãos, portanto, é essencial. Na avaliação de Eduardo Monteiro, country manager da Mosaic, a relação atual está mais favorável do que no mesmo período do ano passado. Ele diz que a saca, que valia R$ 42, atualmente passa dos R$ 70. Nessa conta está o dólar acima de acima de R$ 6. Se, por um lado, é favorável para quem vende, por outro, é um problema para quem importa - no caso, os fertilizantes fosfatados. Enquanto analisa variáveis como clima, safras concorrentes, fluxo logístico e comércio internacional, o produtor tem esperado para comprar o insumo, e a comercialização de itens para o cultivo de milho está atrasada. Diante disso, Eduardo Monteiro alerta que "o agricultor, esse ano [2025], não tem espaço para errar". Se a decisão de compra dos fertilizantes mantiver o atraso, há chances de a entrega do produto ser feita após a janela ideal de plantio. Mesmo assim, quando olha para o próximo ano-safra, Monteiro se mostra confiante. Ele estima crescimento de 2% nos volumes comercializados de fertilizantes, sobretudo devido à safra de soja. "Supersafra requer reposição de mais adubo no solo", esclarece. Não por acaso, para a soja de 2025/26, a venda do insumo está adiantada. Junto a Alexandre Alves, diretor da Mosaic Biosciences e Antonio Meirelles, diretor de Relações Governamentais, Eduardo Monteiro diz que 2025 será um ano importante para avançar com os produtos bionutricionais - como biofertilizantes e condicionadores de solo. Nesse sentido, o trio elogia o avanço do Marco Regulatório para Bioinsumos. O country manager conta que se reuniu recentemente com Pedro Lupion, presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, e Tereza Cristina, senadora e ex-ministra da Agricultura para tratar dessa regulação. "Estamos requerendo que haja uma separação clara entre produtos para biocontrole e bionutrição. Também é preciso definir com clareza os papéis e responsabilidades dos órgãos regulatórios. É preciso dar velocidade nos novos regulamentos, o produtor rural precisa disso", resume Monteiro. Os executivos esclarecem ainda que o pleito está ligado às estratégias do Plano Nacional de Fertilizantes, que ambiciona reduzir a importação dos insumos. Além disso, eles avaliam que o enredo da COP30 pode dar celeridade às discussões no Congresso. |
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A startup que quer reduzir o desperdício de alimentos no varejo via IA |
| Listada no estudo da Google for Startups como negócio promissor no uso de dados e Inteligência Artificial, a empresa brasileira Aravita tem chamado a atenção no universo do agronegócio e do varejo. A startup, fundada em 2022, recomenda às lojas de supermercados quais as compras ideais de frutas, verduras e legumes, com o propósito de evitar o desperdício de alimentos frescos. Ao mesmo tempo, os cofundadores Aline Azevedo e Marco Perlman explicam ao UOL que o planejamento da empresa também busca melhores resultados financeiros para os supermercadistas. UOL - O Brasil é um dos maiores produtores agropecuários do mundo, mas também figura no Mapa da Fome. Como esse paradoxo direciona o negócio de vocês? Aline Azevedo e Marco Perlman - O negócio surgiu com um incômodo enorme com o desperdício de alimentos. Cerca de um terço da comida do mundo acaba sendo não sendo consumida, na ordem de 30% a 50% dos hortifrutis também não chegam a ser consumidos, o que se torna um problema socioambiental. Em uma cadeia com processos falhos e cheia de ineficiências, a Aravita se propõe a usar os dados para dar uma previsibilidade ao varejo. Focamos em previsão de demanda, como alocar os alimentos e entender o estoque, para reduzir o desperdício e ao mesmo tempo não faltar produto. UOL - Quais tipos de dados vocês utilizam para que o modelo de inteligência artificial ajude na tomada de decisão do supermercado e evite o desperdício de alimentos? Azevedo e Perlman - Reunimos uma grande variedade de dados. Dados de clima, para entender a safra e sazonalidade, índices econômicos, para avaliar poder de compra do consumidor, e os dados do supermercado, que está mais estruturado porque tem os dados do caixa. Isso nos permite entender o comportamento de compra de cada loja, entender a gestão do estoque. A gente não está se propondo a operar e ser o agente de comercialização, mas ser a ferramenta para dar a previsibilidade ao varejo de comprar do distribuidor o que faz mais sentido e gerenciar melhor o estoque. UOL - A empresa recebeu R$ 12 milhões em uma rodada de investimentos em 2023. Quais os planos? Onde vocês querem chegar? Azevedo e Perlman - Um dos fundos que investiu na gente investe em teses só para varejo. Então, o propósito [de redução de desperdícios] chama atenção, mas no final das contas a gente também foca em resultados financeiros. Precisamos focar nesse ponto dos alimentos frescos, a gente quer entender qual é a demanda dos supermercados e conseguir subir na cadeia, falar com distribuidores. Uma vez que estivermos com os distribuidores, quem sabe trabalhar com os produtores. Em uma visão de muito longo prazo, indicar o que eles deveriam plantar, de acordo com o consumo. UOL - Existe alguma interlocução de vocês com a IFPA Brasil (Associação Internacional de Produtores de Alimentos Frescos) e a Abras (Associação Brasileira de Supermercados)? Azevedo e Perlman - Acabamos de renovar nossa filiação à IFPA e temos muito diálogo com eles para entender como podemos trabalhar junto ao setor de frutas. Também falamos com frequência com a Embrapa e temos pensado como trabalhar, principalmente, para soluções no pós-colheita. Em relação à Abras, estamos nos aproximando aos poucos e estamos dispostos a entender como os dados e a inteligência artificial podem contribuir com o varejo.
| Representação robótica da Maria, a inteligência artificial generativa do STF (Supremo Tribunal Federal) | Divulgação/STF |
| Decifra voto de ministro e custa R$ 5 por ação: conheça Maria, a IA do STF |
| | Helton Simões Gomes |
| Em cerimônia na segunda (16), o presidente do STF (Supremo Tribunal de Justiça), o ministro Luiz Barroso, fez questão de anunciar em pessoa a chegada de Maria, ainda que ela não seja nenhuma autoridade institucional ou uma sumidade jurídica que valha a pompa e circunstância. Afinal, Maria é um programa de computador que catapulta a mais alta corte do Brasil para a era da inteligência artificial generativa, a tecnologia que assombrou o mundo por produzir conteúdo tão bem quanto um ser humano. Maria é um complexo arranjo tecnológico, pois, ao mesmo tempo, é "prima do ChatGPT" e depende de uma incomum união das rivais Google e Microsoft. E já mostrou trabalho: ela já tirou da fila os 5 mil recursos que aguardavam relatório no STF. A eficiência não sai de graça, porém. Cada vez que é acionada custa R$ 5. |
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| | Maria não é nome no RG, mas sigla para (Módulo de Apoio para Redação com Inteligência Artificial). Por enquanto: - Ela desempenha três funções no STF. Uma é obrigatória e automática: elaborar relatórios para todos os recursos (extraordinários e extraordinários de agravo). E...
- ... As outras duas são opcionais, pois dependem da ação do servidor ou do juiz: analisar as reclamações que chegam ao tribunal e decifrar os votos dos ministros para escrever as ementas (síntese das decisões). Só que...
- ... Nem todo voto será lido pela Maria antes de ser divulgado ao público. Ficarão de fora os processos que correm em segredo de Justiça, porque...
- ...Os desenvolvedores acharam melhor Maria não lidar com informações sigilosas, pois a exposição de conteúdo sensível poderia esbarrar na LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados). Aliás...
- ... Maria já está no futuro: ela foi desenhada para estar em linha com o Marco da Inteligência Artificial, que nem é lei ainda -aprovado no Senado, carece de análise da Câmara. Quer dizer que...
- ... Para ser classificada como ferramenta de IA de baixo risco, ela não avança sinais vermelhos e perigosos, como calcular penas ou fazer inferências em processos criminais. Faz bem: os sistemas de risco excessivo --tipo armas autônomas-- são proibidos, e os de alto risco --como veículos autônomos e os de avaliação de alunos-- sofrem um escrutínio maior. Na prática...
- ... Maria não tem cara nem é um chatbot, como outras IAs. É um botão no sistema processual do STF. Assim, ninguém precisa abrir outro sistema. Tudo o que ela faz é integrado às outras atividades de servidores e ministros. De todo modo, nada é publicado sem o Ok de um ser humano.
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| | Não vale só para a IA generativa, mas para qualquer tecnologia. A gente até pode terceirizar a tarefa para uma tecnologia, mas a responsabilidade é das pessoas | | Natacha Moraes de Oliveira | Secretária de tecnologia da informação do STF |
| | Ministro Luiz Barroso, presidente do STF, durante o lançamento da Maria, inteligência artificial generativa do tribunal - Gustavo Moreno/STF () Quando o ministro Barroso anunciou há um ano que usaria IA generativa para fazer resumos de textos jurídicos, a ideia foi criticada. Teve gente que dizia bastar baixar algum sistema da internet e pronto. A coisa não se mostrou tão trivial assim. Para uma IA generativa fazer um resumo, ela pega fatos que julgou mais relevantes, mas normalmente exclui alguns, inclusive fatos objetivos, como citação de uma lei ou uma regulamentação" Natacha Moraes Oliveira A solução não foi trivial. Por baixo do capô da IA do STF, há uma colcha de retalhos de sistemas. Para os relatórios dos recursos, ela recorre ao GPT-4o, modelo de linguagem da OpenAI, e que roda na Azure, nuvem da Microsoft. Para ementas e reclamações, usa o Gemini, do Google. Eles são acionados de forma bem diferente da que nós usuários nos habituamos. Para interagir com a Maria, não dá para escrever um prompt, como no caso do ChatGPT. Ela usa o que acadêmicos chamam de "cadeia de prompt", que são comandos enfileirados para executar cada fluxo de uma tarefa, diz André Franco, gerente de tecnologia da EloGroup, a empresa que venceu o chamamento do STF. No caso da Maria, são oito dessas cadeias, cada uma composta por seis a oito longos prompts. É isso que faz a Maria saber de cabeça: - quais documentos judiciais deve ler -uma só ação possui vários ofícios e outras tantas decisões;
- as análises a serem feitas sobre cada texto;
- as informações que precisam ser extraídas deles e;
- como organizar tudo em encadeamento lógico que faça sentido aos olhos de seres humanos.
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| | A gente fez um mergulho no fluxo processual para entender como esse processo chega ao STF, por quais instâncias e órgãos do judiciário tramitava e quais documentos são gerados nesse curso. Só a partir daí fez uso da inteligência artificial generativa | | André Franco | gerente de tecnologia da EloGroup |
| Não é bem assim, mas tá quase lá |
| É esse arranjo complexo que faz a IA do STF alucinar pouco, ou seja, não escrever bobagens sem sentido. Mas esse DNA não sai de graça. A cada vez que é acionada, Maria custa cerca de R$ 5, conta Oliveira. Já foi mais custoso. Durante os testes, era R$ 8 a cada ação. O plano, diz Oliveira, é reduzir a cifra ainda mais. Como os documentos ficam no sistema do STF e não em um chatbot, os modelos de IA não precisam ser acionados a toda hora para uma nova edição ou checagem de detalhes. Isso diminui o gasto, o que certamente deve ter frustrado as empresas envolvidas. Durante os testes, a Microsoft, parceira da EloGroup, cobriu os custos. Agora, eles serão absorvidos pelo contrato de prestação de serviços do STF com o Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados). A questão do gasto não é trivial. Como é um tribunal que serve como referência para os demais, o STF acaba ditando a tecnologia a ser adotada pelos demais. E já há outras cortes batendo na porta do STF. E, ainda que as abordagens não sigam adiante, Maria deve ganhar novas atribuições em 2025. Ela passará a levantar a jurisprudência para algumas ações e talvez passe a analisar outras classes processuais, como a de habeas corpus.
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| | O que é feito no Supremo vira referência para outros tribunais. É o mais importante tribunal do país, mas não tem um volume [de ações] muito significativo, de tal maneira que o consumo de tokens não seria um problema. Mas, quando a gente faz algo que outro tribunal possa utilizar, tem que se preocupar com isso. E era parte do nosso projeto desenvolver soluções economicamente viáveis | | Natacha Moraes de Oliveira | secretária de tecnologia da informação do STF |
| | | Mariana Pekin/UOL |
| Dexter: 'O rap sempre trocou uma ideia comigo, era o pai que eu não tinha' |
| Dexter cresceu ouvindo muita música, mas só se encontrou no rap nos anos 1990, ao som de Racionais, principalmente depois de ouvir a música "Pânico na Zona Sul", que retratava a realidade que ele vivia em Diadema. "Acendeu uma luz no quarto escuro da ignorância em que eu vivia", conta. Já o primeiro show do Racionais que presenciou, ele considera ter sido um "chamado" para que de fato trilhasse o caminho da música. "A magia dos caras cantando e dominando a massa nas ideias; uma eloquência, uma coisa bonita que eu nunca tinha visto", lembra. "Foram coisas profundas (...) Falei: 'Quero ser isso aí. Se isso aí é rap, eu vou ser rapper'." Dexter O rapper foi o convidado de No Tom, programa do TOCA com Zé Luiz e Bebé Salvego. |
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| | Vinicius Junior posa com o troféu de melhor jogador do mundo no The Best 2024 | Mohamed Farag - FIFA/FIFA via Getty Images |
| | Era tão distante, que parecia impossível chegar até aqui. Era uma criança que só jogava bola descalço nas ruas de São Gonçalo, perto da pobreza, do crime, e poder chegar aqui é algo muito importante para mim. Estou fazendo por muitas crianças que acham que tudo é impossível, mas que podem chegar até aqui" Vini Jr. Vini Jr. foi eleito o melhor jogador do mundo no prêmio The Best, da Fifa, e fez um discurso lembrando da infância simples até chegar a ser exemplo para tantas pessoas no mundo. |
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| | NÓS NA SEMANA | | | Reality | Yori, dupla vencedora do Toca Revela, é atração do CarnaUOL 2025 | |
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| | Reprodução/Redes Sociais | Opinião | Presa por injúria racial na porta de Lula é exemplo de privilégio militar | |
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| | Arquivo/Webster Santana | Entrevista | Sempre ouço 'minha intenção nunca foi ofender', diz promotora Lívia Sant'Anna Vaz | |
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