| María Blasco, diretora do CNIO. / SAMUEL SÁNCHEZ |
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Saudações! Meu nome é Javier Salas e este é o boletim semanal da Materia , a seção de ciências do EL PAÍS. Hoje falamos da situação do Centro Nacional de Pesquisa do Câncer ( CNIO ), porque há uma semana reportamos a difícil situação da organização e também de sua discutida diretora, María Blasco . |
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1. O que acontece com María Blasco? | | A situação do diretor do CNIO só piorou desde que na sexta-feira, 13 de dezembro, meu colega Nuño Domínguez publicou que os pesquisadores do centro ficam “cegos” sem três dos quatro sofisticados microscópios de que necessitam para o seu trabalho. Manuel Valiente , que investiga o cancro cerebral, explicou-o :
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| “Estamos numa situação extrema. É uma ferramenta usada rotineiramente que todos os grupos de pesquisa precisam. É a nossa ferramenta básica para visualizar e compreender, por exemplo, como as células cancerígenas invadem um órgão específico. Sem ele não podemos ver." |
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Nesse mesmo dia, Blasco deu entrevista coletiva virtual defendendo sua gestão , mas não conseguiu encerrar a crise com suas respostas. Muitas dúvidas ficaram no ar. Acima de tudo, não conseguiu convencer os próprios investigadores do centro (alguns até a acusam de abuso de poder ): na segunda-feira, dia 16, informamos que solicitaram por carta ao Governo a destituição do diretor. Nestes termos :
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| “Percebemos uma falta de visão institucional que levou à deterioração de infraestruturas críticas, à incapacidade de obter financiamento competitivo em chamadas nacionais e internacionais e a uma desconexão e desalinhamento entre a equipa de gestão científica [mantida pela Blasco] e o pessoal do CNIO.”
“Relatos recentes dos meios de comunicação social que afectam a reputação do centro acrescentam ainda mais preocupação, sublinhando a urgência de enfrentar a crise actual. Dadas as circunstâncias apresentadas, acreditamos ser fundamental iniciar um processo competitivo de renovação da equipa de gestão científica." |
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Na terça-feira, com a reunião da diretoria do CNIO, dissemos que a crise da instituição estava se agravando . Representantes do governo anularam as contas do centro previstas para 2025 e exigiram que fossem refeitas para refletir a real situação da organização.
Além disso, o conselho de administração do centro também solicitou relatórios à direção científica e à gestão do centro para uma "explicação exaustiva da situação atual do centro, tanto económica como laboral, bem como das razões e decisões que foram tomadas e que justifiquem tal situação.”
Blasco está em uma situação muito difícil. Mas o centro também é. O importante é que o trabalho que deve ser feito no CNIO volte ao caminho da excelência. |
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2. Você conhece gorgonopsias? | |
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| | Reconstrução do gorgonopsium. / HENRY SUTHERLAND SHARPE |
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Uma das notícias mais lidas esta semana foi a descoberta de muitos restos de gorgonopsias em Maiorca, que ajudam a compreender melhor estes peculiares ancestrais dos mamíferos e oferecem novas pistas sobre o seu comportamento.
Para mim, além da sua aparência horrível – “como um cão sem orelhas nem pêlo e com dentes de sabre”, escreveu Jacinto Antón – o que adoro é que esta fera que viveu há 270 milhões de anos pôs ovos. |
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| | Representação do centauro Quíron, com seus anéis. / QUE |
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🧛 O que fazemos nas sombras | | Vou de férias até janeiro, mas deixo vocês em boa companhia. Boas festas e um maravilhoso 2025.
Você pode me escrever com ideias, comentários e sugestões para jsalas@elpais.es ou para minha conta Bluesky: @javisalas |
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| | JAVIER SALAS | Chefe da Seção de Ciência, Tecnologia e Saúde e Bem-Estar. Cofundador da MATERIA, seção de ciência do EL PAÍS, é jornalista desde 2006. Antes, trabalhou na Informativos Telecinco e no jornal Público. Em 2021 recebeu o Prêmio Ortega y Gasset. |
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