Frente ao temor de uma guerra total no Oriente Médio, o presidente americano, Joe Biden, afirmou que não apoia ataques às instalações nucleares do Irã como resposta ao lançamento de quase 200 mísseis contra Israel na terça-feira. Biden disse que vai “discutir com os israelenses o que vão fazer”, acrescentando que todos os aliados do G7 concordam que qualquer resposta deve ser proporcional. E deixou claro que mais sanções serão impostas ao Irã. Já o presidente iraniano, Massoud Pezeshkian, disse que seu país “não procura a guerra”, mas que Israel está forçando-o a reagir. Ele reiterou que o Irã “dará uma resposta mais forte”, se Israel retaliar. No Conselho de Segurança da ONU, que realizou uma reunião de emergência, o secretário-geral António Guterres, considerado persona non grata por Israel ontem por pedir o fim da escalada de violência, mas não mencionar o Irã, afirmou que as coisas “passaram de ruins para muito, muito piores”. (BBC) Pela primeira vez desde 2006, o bairro de Bashoura, no coração de Beirute, foi atacado por Israel na noite de ontem, madrugada de hoje no horário local. Além disso, três explosões abalaram os subúrbios ao sul da capital. Segundo o Ministério da Saúde libanês, ao menos seis pessoas morreram e sete ficaram feridas. Os demais ataques israelenses de ontem mataram outras 46 pessoas. E oito soldados israelenses morreram ontem durante operações terrestres no território libanês, que deixaram um oficial e quatro soldados “gravemente feridos”. O Exército do Líbano disse que as tropas do Estado hebreu romperam a fronteira à força, avançando cerca de 400 metros, mas se retiraram. O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, enviou condolências às famílias e destacou que o país continua preso “no meio de uma dura guerra contra o eixo do mal do Irã”, que busca “destruir Israel”. (CNN) David E. Sanger: “A tão temida guerra mais ampla no Oriente Médio está aqui. As principais questões agora são até que ponto o conflito poderá se intensificar e se as próprias forças dos EUA se envolverão mais diretamente. Os últimos dias podem ter sido um ponto de virada. Desde que Israel matou o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, na sexta-feira, o governo Biden mudou, deixando de alertar sobre uma guerra mais ampla para tentar administrá-la. As autoridades defendem o direito de Israel de contra-atacar o Irã, mas desaconselham ataques diretos a suas instalações nucleares para não deixar o conflito fora de controle”. (New York Times) James Shotter: “Uma alternativa, que diplomatas dizem que as capitais ocidentais têm tentado persuadir Israel a escolher, seria atingir os lançadores de mísseis iranianos. Argumentam que isso seria visto como uma resposta simétrica e menos provável de desencadear um novo ciclo de retaliação. Israel também poderia visar figuras importantes do Irã em vez de infraestruturas. Mas a linha-dura quer que Israel vá mais longe e aproveite a oportunidade criada pela fraqueza do Hezbollah para atacar o programa nuclear da república islâmica, vista como sua mais grave ameaça estratégica”. (Financial Times)
Para provar que Donald Trump pode ser julgado por tentar anular a vitória eleitoral de Joe Biden em 2020, depois de a Suprema Corte ter decidido que presidentes estão imunes a processos por atos oficiais, o procurador especial americano Jack Smith apresentou novas evidências para apoiar sua alegação de que o republicano agiu de forma privada. Um documento de 165 páginas detalha mensagens privadas de Trump com seu vice-presidente, Mike Pence, e outras pessoas. Mostra ainda quantas pessoas disseram a Trump que não havia provas de que a eleição foi roubada. O texto descreve o que Trump fazia em 6 de janeiro de 2020, quando seus apoiadores invadiram o Capitólio. O objetivo do documento é convencer a juíza distrital Tanya Chutkan de que as ações de Trump foram não oficiais e podem permanecer como parte da acusação. (Washington Post)
Os estrategistas das campanhas de Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) à prefeitura de São Paulo estão às voltas com um problema: o fim da propaganda eleitoral 72 horas antes da votação. O temor é que, nesses três dias de hiato, ganhe peso o domínio inconteste de Pablo Marçal (PRTB) nas redes sociais, o que pode impulsionar o ex-coach na reta final. Mesmo os anúncios pagos na internet estão proibidos nesse período, dando vantagem a quem tem um alcance maior e um impulsionamento orgânico por parte dos seguidores. (Globo) Imaginado inicialmente como principal cabo eleitoral de Nunes, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) frustrou o prefeito. Em sua live na noite de quarta-feira, apesar de citar o emedebista como “nosso candidato”, ele não pediu votos e preferiu deixar claro que a prioridade é derrotar “o candidato do Lula”, numa referência a Boulos. Uma boa parcela do eleitorado e até de aliados do ex-presidente aderiu a Marçal. (UOL e Globo) Meio em vídeo. Aperte os cintos. Vai ser com emoção. A dias da eleição municipal, quem pega as pesquisas de qualidade não consegue bancar quem chega ao segundo turno em São Paulo e em Belo Horizonte nem mesmo se haverá ou não segundo turno no Rio. Por que as pesquisas estão tão diferentes? Entenda no Ponto de Partida, com Pedro Doria. (Meio)
A Lupa, plataforma de combate à desinformação referência no país, parceira deste Meio nesta eleição e que produz a Ebulição, testará hoje os limites da checagem. A equipe vai verificar, ao vivo e de forma simultânea, o grau de veracidade do que dirão 13 candidatos nos debates finais na corrida às prefeituras de Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. É a primeira vez que o fact-checking brasileiro leva à audiência a checagem de três eventos simultâneos. As conclusões sobre o que é verdadeiro e falso serão publicadas no site da Lupa, no Instagram e no BlueSky. Os encontros, promovidos pela TV Globo, começam às 22h.
Em depoimento à Polícia Federal (PF), a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, confirmou ontem que foi importunada sexualmente por Silvio Almeida, ex-ministro dos Direitos Humanos. Durante uma hora, ela relatou a uma delegada que as “abordagens inadequadas”, como definiu, começaram no fim de 2022, quando ambos entraram no grupo de transição de governo após a vitória de Lula nas eleições presidenciais. As abordagens, segundo ela, foram se intensificando até chegarem à importunação física, conta Mônica Bergamo. Ele nega as acusações. (Folha)
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