01 agosto, 2014

JORNALISTA JULIANO BARRETO LANÇA SEU “MUSSUM FORÉVIS, SAMBA, MÉ E TRAPALHÕES” by esquizofia


São em 24 capítulos que o jornalista Juliano Barreto conta e história criativa e inquieta de Antônio Carlos Bernardes Filho, o Mussum, apelido concedido pelo ator Grande Otelo, no livro Mussum Forévis, Samba, Mé e Trapalhões. Uma história rica de comicidade como poucas no Brasil. Ainda mais, por trata-se de um personagem negro que teve como mãe que fora empregada doméstica analfabeta. Um personagem com todas as possibilidades para ser mais um negro excluído da sociedade que discrimina, mas nega.
São 28 filmes e 15 discos que expressam uma parte dessa história. Na parte musical parcerias com Adoniram Barbosa, Zeca Pagodinho, Baden Powell, Wando e Elis Regina. Uma obra biográfica contada em 432 páginas. O lançamento ocorre hoje, dia 21, na Livraria Travessa, Rio de Janeiro.
No “Prologuis” do livro o jornalista Luciano Barreto conta como começou seu interesse pela obra de Mussum e alguns aspectos de sua existência.
“Na frente da pilha de bolachões, equilibrada entre a barriga saliente e a barba branca dele, estava um LP do Mussum. Geralmente ignorado pela clientela, o vededor virou o foco de todas as atenções. Passando entre as mesas para oferecer suas raridades musicais, ele sem querer, provocava gargalhadas, ouvia bordões dos trapalhões e inspirava brindes empolgados de todos.
Quantos sabiam que aquele long play reunia músicas de partideiros históricos como João Nogueira, Dicró, Almir Guineto, Jorge Aragão, Arlindo Cruz e Beto Sem Braço?
Se muitos já adoram o personagem por conta de alguns poucos quadros publicados na internet, qual seria o tamanho da surpresa ao descobrir toda a malandragem e as piadas acumuladas em 35 anos de carreira? Como uma figura tão lembrada podia, ao mesmo tempo, ter sua vida e obra tão desconhecida?
Registrei histórias e bebedeiras inacreditáveis. Ouvi relatos de suas ex-mulheres, conheci detalhes de disputas profissionais com colegas e funcionários, mas mesmo assim, ninguém conseguiu encontrar palavras amargas para descrever o cabo da Aeronáutica, o músico, o ator, o marido, o pai, o trapalhão ou o diretor da ala das baianas. Foi preciso, pelo contrário, desbastar o excesso de elogios para Carlinhos do Reco-Reco, Carlinhos da Mangueira, Cabo Fumaça, Muçum, Mussum, Caco, Diabo, Malhado, Mussa, Kid Mumu.
Em seus 53 anos, Mussum viveu muito. Ganhou e perdeu muitas lutas, mas como um bom malandro, não vacilou”, observou o autor.


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