10 maio, 2014

O photoshop antes da era digital: a manipulação fotográfica como ferramenta de propaganda



"Todos vêem o que você parece ser. Mas poucos sabem o que você realmente é."

É com essa frase dita por Nicolau Maquiavel que trago o seguinte questionamento: quantas vezes você confiou em uma informação simplesmente por ela estar em um livro bem organizado ou num noticiário conceituado? Será que nós damos credibilidade demais a determinados veículos que sabemos que podem tentar nos enganar? 


Se hoje a farsa do século pode ser aquilo que vemos na televisão, no século passado era aquilo que estava fotografado. Aparentemente o que estava numa foto era uma prova fiel da pura realidade. Afinal, não existia "photoshop". Ou será que existia?

Em janeiro de 2013, em um momento de incerteza sobre a saúde do presidente venezuelano Hugo Chávez, seus inimigos políticos buscaram sustentar a ideia de que ele estava à beira da morte ou até mesmo morto. O auge da articulação foi quando o jornal mais importante da Espanha divulgou uma foto em que supostamente Chávez aparecia completamente entubado. 

Entre réguas, recortes e até mesmo tinturas, as manipulações fotográficas serviam como verdadeiras ferramentas de propaganda. Entre casos de puro retoque e até mesmo para vilanizar o inimigo, existem exemplos bastante interessantes da prática do "photoshop" antes da era dos computadores. A ilustração ao lado está presente em um "guia de retoques fotográficos" dos anos 1940, mas não se iluda, há registros de montagens que datam do século XIX. 

O manuseio de negativos era algo extremamente delicado e o mínimo descuido poderia arruinar o trabalho. Com certa experiência era possível fazer montagens e adicionar ou remover elementos. O resultado pode ser visto nas imagens abaixo, perceba que a qualidade é até satisfatória.


A icônica imagem da bandeira soviética tremulando no topo do parlamento alemão precisou passar por um tratamento antes de ser usada como propaganda do heroísmo das Forças Aliadas. Um dos soldados da imagem aparece um relógio em cada pulso, evidência clara de uma prática pouco heroica: durante a guerra era muito comum os soldados saquearem os pertences inimigos.

Stalin ficou conhecido por gostar da prática de remover desafetos de fotografias, aqui podemos ver o comissário soviético Nikolai Yezhov removido da imagem, 1930.

Joseph Goebbels, ministro da propaganda de Hitler foi removido da foto original, 1937.



A icônica imagem presidente americano Abraham Lincoln é uma montagem da sua cabeça no corpo elegante de John Caldwell Calhoun, 7º vice-presidente dos Estados Unidos, 1860.



A União Soviética promoveu uma série de montagens com fins de demonizar a figura dos soldados nazistas. É importante lembrar que os horrores do holocausto só foram revelados no fim da Segunda Guerra Mundial.

O político canadense William Lyon Mackenzie King teve que remover a figura do Rei George IV para usar a fotografia em sua campanha eleitoral, 1939.



A declaração de Fidel Castro foi retocada para remover Carlos Franqui, que cortou relações com o regime castrista e se exilou na Itália, 1968.

Outra imagem de propaganda das Forças Aliadas com o objetivo de formar uma imagem macabra sobre os soldados da Alemanha Nazista.


História Ilustrada
De: noreply@blogger.com

https://br.groups.yahoo.com/neo/groups/Cidad3_ImprensaLivre/conversations/messages/67722

Sabedoria, Saúde e $uce$$o: Sempre.
http://br.groups.yahoo.com/group/Cidad3_ImprensaLivre/