12 maio, 2014

Lima Barreto, Mulato, Pobre, Mas Livre


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"Lima Barreto. Mulato pobre, mas Livre" Unidos da Tijuca 1982
Vamos recordar Lima Barreto
Mulato pobre, jornalista e escritor
Figura destacada do romance social
Que hoje laureamos neste carnaval
O mestiço que nasceu nesta cidade
Traz tanta saudade em nossos corações
Seus pensamentos, seus livros
Suas idéias liberais
Impressionante brado de amor pelos humildes
Lutou contra a pobreza e a discriminação
Admirável criador, ô ô ô ô
De personagens imortais
Mesmo sendo excelente escritor
Inocente, Barreto não sabia
Que o talento banhado pela cor
Não pisava o chão da Academia
Vencido pela dor de uma tragédia
Que cobria de tristeza a sua vida
Entregou-se à bebida
Aumentando o seu sofrer

Sem amor, sem carinho
Esquecido morreu na solidão (bis)

Lima Barreto
Este seu povo quer falar só de você (bis)
A sua vida, sua obra é o nosso enredo
E agora canta em louvor e gratidão
 (EU: Por isso que se chama Escola. Aprendi muito mais assistindo Carnavais do que na Escola mesmo. Lima Barreto, Conheci nesse Enredo)


Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu no Rio de Janeiro, 1 de novembro de 1922, melhor conhecido como Lima Barreto, foi um jornalista e um dos mais importantes escritores libertários brasileiros.
Era filho de João Henriques de Lima Barreto era negro nascido de escravos e de Amália Augusta era filha de escravos agregada da família Pereira Carvalho. O seu pai foi tipógrafo. Aprendeu a profissão no Imperial Instituto Artístico, que imprimia o periódico "A Semana Ilustrada". A sua mãe foi educada com esmero, sendo professora da 1ª à 4ª séries. Ela faleceu quando ele tinha apenas 6 anos e João Henriques trabalhou muito para sustentar os quatro filhos do casal. João Henriques era monarquista, ligado ao visconde de Ouro Preto, padrinho do futuro escritor. Talvez as lembranças saudosistas do fim do período imperial no Brasil, bem como as remotas lembranças da Abolição da Escravatura na infância tenham vindo a exercer influência sobre a visão crítica de Lima Barreto sobre o regime republicano. Faleceu aos 41 anos. Foi sepultado no Cemitério de São João Batista no Rio de Janeiro.

Afonso Henriques de Lima Barreto foi o crítico mais agudo da época da República Velha no Brasil, rompendo com o nacionalismo ufanista e pondo a nu a roupagem da República, que manteve os privilégios de famílias aristocráticas e dos militares.
Em sua obra, de temática social, privilegiou os pobres, os boêmios e os arruinados. Foi severamente criticado pelos seus contemporâneos parnasianos por seu estilo despojado, fluente e coloquial, que acabou influenciando os escritores modernistas. É um escritor de transição: fiel ao modelo do romance realista e naturalista do final do século XIX, resgatando as tradições cômicas, carnavalescas e picarescas da cultura popular, ao mesmo tempo em que manteve "uma visão neo-romântica e elegíaca da natureza, da cidade e do ser humano".1
Também queria que a sua literatura fosse militante. Escrever tinha finalidade de criticar o mundo circundante para despertar alternativas renovadoras dos costumes e de práticas que, na sociedade, privilegiavam pessoas e grupos. Para ele, o escritor tinha uma função social.

Obras

Homenagens

O escritor foi homenageado, no Carnaval carioca de 1982, pela Escola de Samba GRES Unidos da Tijuca, com o samba-enredo "Lima Barreto, mulato pobre mas livre".

Notas

  1. Lima Barreto e a cultura nacional por Berthold Zilly. Tradução: Simone de Mello. Abril, 2006.

Bibliografia

  • BARRETO, Lima, Prosa seleta. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2001.
  • BARBOSA, Francisco de Assis. A vida de Lima Barreto. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 2002.
  • DIAS, André. Lima Barreto e Dostoiévski: Vozes Dissonantes". Niterói: EDUFF, 2012. 230 p.
  • MENDONÇA, Bernardo. Lima Barreto por Lima Barreto: um roteiro. In: BARRETO, Lima. Um longo sonho do futuro. Rio de Janeiro: Graphia, 1993.
  • PRADO, Antonio Arnoni. Lima Barreto: o crítico e a crise. Rio de Janeiro: Cátedra, 1976.
  • HIDALGO, Luciana. Literatura da urgência: Lima Barreto no domínio da loucura. São Paulo: Annablume, 2008.
  • CAMPATO JR, João Adalberto. Lima Barreto: Retórica e Literatura Militante nas Recordações do Escrivão Isaías Caminha. Curitiba: CRV, 2013.



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