09 novembro, 2013

A vez do audiovisual em São Paulo



A prefeitura de São Paulo lançou a SPCine, Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo, cujo objetivo é financiar ações e implementar políticas públicas para o desenvolvimento econômico, social, cultural, artístico, tecnológico e científico do cinema e audiovisual da capital paulista. A iniciativa é uma parceria entre os governos municipal, estadual e federal e contará com recursos das três esferas.
Durante cerimônia na região central da cidade, o prefeito Fernando Haddad apresentou o projeto de lei que normatiza a criação da SPCine. O projeto seguirá para a Câmara Municipal e, assim que for aprovado, criará uma estrutura com gestão compartilhada entre os governos federal, estadual e municipal, com participação de empresas do setor audiovisual.
"O estado e o município já aderiram ao Sistema Nacional de Cultura, que permite o repasse de recursos diretos para o fomento à cultura, a ampliação dos pontos de cultura no estado e município e a construção de 70 CEUs  (centros de artes e esportes unificados) voltados para a arte e o esporte", declarou Marta.
De acordo com dados da Secretaria Municipal de Cultura, existem mais de 500 produtoras sediadas em São Paulo, mas muitas escolhem filmar fora da cidade devido à burocracia para as gravações. Ainda segundo informações da Secretaria de Cultura, em 2011, 32 filmes paulistas foram lançados no mercado, enquanto o Rio de Janeiro teve 43.
Os investimentos para o próximo ano vão alcançar R$ 25 milhões pela prefeitura e R$ 25 milhões pelo governo do estado, mas a União ainda não definiu qual será seu aporte, o que deve ser resolvido depois de o projeto de lei ser aprovado pelos vereadores.

Visão do artista sobre mudanças urbanas é tema de exposição no Rio

As transformações urbanas e sociais ocorridas na cidade nos últimos anos, além da recente "efervescência política" na cidade, não escapam ao olhar dos que se dedicam às artes visuais. Foi com base nessa premissa – como o artista plástico enxerga sua cidade diante de tantas mudanças – que a Escola de Belas Artes (EBA) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) escolheu o tema da 4ª Bienal, aberta amanhã  no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, no centro do Rio.
A mostra Territórios reúne um panorama da produção dos alunos da graduação e da pós-graduação da quase bicentenária escola, criada há 197 anos por dom João VI, com a vinda da missão artística francesa ao Brasil. As obras expostas refletem mudanças trazidas para as comunidades pelas unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), pela revitalização da zona portuária, pelas obras de infraestrutura para a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos de 2016 e as manifestações políticas que tomaram conta das ruas em meados deste ano.
As obras, em sintonia com as tendências atuais da arte contemporânea, englobam, em torno do tema Territórios, performances, instalações, pinturas, esculturas e vídeos. “É a segunda vez que a bienal tem caráter temático. Em 2011, os trabalhos discutiam a questão da tradição e da contradição. Agora, a comissão curadora decidiu abordar a relação entre a arte e a cidade”, explica o coordenador da mostra e diretor adjunto de Cultura da EBA, Antonio Guedes.
São, ao todo, 34 obras de 26 artistas, alguns deles atuando em coletivos. “A bienal não é uma atividade acadêmica da escola, mas sim uma vitrine, uma passagem dos alunos de graduação e pós-graduação para a sociedade”, destaca Guedes. Segundo ele, o evento reafirma a posição da EBA como geradora de pensamento e práticas artísticas.
A 4ª Bienal da EBA tem entrada franca e pode ser visitada desta segunda-feira até 23 de novembro, de segunda a sexta-feira, das 11h às 18h, e aos sábados, das 11h às 17h. O Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica fica na Rua Luís de Camões, 68, próximo à Praça Tiradentes, no centro do Rio.  

Primeira Bienal Internacional de Teatro da USP
A primeira Bienal Internacional de Teatro da Universidade de São Paulo vai até 15 de dezembro e pretende mostrar como o tema Realidades Incendiárias nas recentes mobilizações mundiais se traduz nos palcos. Na lista de peças vindas do exterior estão produções do Líbano, da Argentina, Cisjordânia, Eslovênia e Tunísia. De acordo com a curadoria da mostra, os espetáculos se destacam pela ousadia em desafiar padrões estéticos vigentes.
"O tema escolhido [Realidades Incendiárias] tem o sentido tanto de entender o palco como uma realidade transformadora, quanto [de entender] como ela é retratada por esse palco. Foi aí que chegamos a esses países, onde os conflitos são, infelizmente, ainda presentes", explica Celso Frateschi, diretor do Teatro da USP (Tusp). Ele reforça que o olhar para seleção dos espetáculos foi, sobretudo, artístico. "A curadoria não teve nenhuma preocupação em atender a algum tipo de demanda comercial existente."
A programação nacional terá também os espetáculos BadenBaden, do Coletivo Banal de Florianópolis (SC); Arqueologias do Presente: a Batalha da Maria Antônia, da diretora Cristiane Zuan Esteves (SP), e Outro Lado, dirigido por Assis Benevenuto, Ítalo Laureano, Marcos Coletta e Rejane Faria, de Minas Gerais. A mostra conta ainda com atividades gratuitas de conferências, workshops e minicursos que podem ser conferidas no endereço www.usp.br/bienaldeteatro.

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