13 outubro, 2013

Um santuário de ... um terreno reservado às mais variadas estátuas do órgão genital masculino.

No fim de uma rua chamada Wireless, nos fundos de um hotel de luxo de nome Swissôtel Nai Lert Park, no centro de Bangkok (Tailândia), tudo o que qualquer turista esperaria encontrar seria, no mínimo, uma lan house. Uma barraca de Pad Thai, talvez.
Mas aquilo não é nem de longe um ponto turístico convencional nem destino de turistas comuns. É um lugar para viajantes desinteressados no mainstream, para aqueles que costumam caçar as coisas mais bizarras que possam existir em uma metrópole.
É uma igreja de pintos.
Um santuário de rolas.
Um canto de um terreno reservado às mais variadas estátuas do órgão genital masculino.
o-santuário-das-rolas
Pistolas e cassetes talhados em madeira e pedra, que cumprem o papel de santos para mulheres que rezam para engravidar.
Encontrei o endereço do lugar surreal depois de revirar as páginas empoeiradas de um guia Lonely Planet de 1996, empréstimo do irlandês que alugava a casa onde eu morava na Austrália. Ele me deu aquele livro três meses antes de eu embarcar rumo à Tailândia.
Passei muitos minutos, antes de dormir, decifrando aqueles parágrafos em inglês à meia-luz do abajur. E então, meu camarada, quando cheguei em Bangkok, eu já sabia que deveria ir além dos templos gigantescos e da visita ao famigerado Buda de quarenta e tantos metros.
A curiosidade me obrigou a ver aquilo de perto.
A igreja se chama Chao Mae Tuptim e foi criada em algum instante entre 1900 e 1925 por um milionário tailandês chamado Nai Lert, um homem de bochechas largas e penteado esquisito que morreu em dezembro de 1945, aos 73 anos. Hoje, seus netos e bisnetos cuidam dos negócios que ele deixou. Um deles é o Swissôtel.
Antes que você pergunte, não, Nai Lert não era nenhum homossexual colecionador de artigos perversos.
Os pênis, na Tailândia, significam boa sorte e garantia de fertilidade, e acredita-se, inclusive, que quem tocá-los — no caso, tocá-las, as estátuas (não se anime) — pode ser agraciado com eflúvios cósmicos imediatos, seja lá o que isso for.
É por isso que as mulheres tailandesas — e algumas gringas voluptuosas — largam por ali um punhado de
incensos, velas e oferendas aos falos imponentes.

É algo insólito.

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 Chao Mae Tuptim
 Chao Mae Tuptim
Chao Mae Tuptim
Chao Mae Tuptim
Chao Mae Tuptim
Chao Mae Tuptim
Chao Mae Tuptim
Chao Mae Tuptim
De qualquer maneira, o que vim mesmo contar é que Bangkok é uma das cidades mais malucas deste planeta. Não só porque alguns de seus habitantes cultuam pintos enormes, mas por um milhão de outras coisas sobre as quais ainda escreverei.
Obs: a foto que ilustra o texto e as duas primeiras das que seguem abaixo são do autor, Bruno Abbud. O restante, pinçamos na Internet.

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