30 outubro, 2013

PT e PSDB são parceiros nas eleições em 54 cidades


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Rivais nacionais, PT e PSDB caminham juntos como aliados na disputa de prefeituras em 54 cidades paulistas nas eleições deste ano. Só na região de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) são 11 cidades onde petistas e tucanos dividem o mesmo palanque na campanha eleitoral.
O levantamento foi feito pela Folha nos registros de candidaturas das 645 cidades do Estado de São Paulo. Na maioria dos municípios onde ocorre essa aliança inesperada, os partidos não têm candidaturas próprias ao Executivo, apenas aparecem juntos nas coligações que sustentam outras siglas. Em um grupo menor de cidades, o PSDB tem candidatos próprios que recebem apoio do PT e vice-versa.
A situação que mais chama a atenção, porém, é a dos municípios paulistas de Junqueirópolis e Paraíso. Lá, petistas e tucanos compõem a mesma chapa como candidatos a prefeito e vice. Consultados pela Folha, dirigentes estaduais do PSDB e do PT disseram que, em alguns casos, haverá intervenção das executivas estaduais das siglas em diretórios municipais tucanos e petistas.
CONSTRANGIMENTO 
A maioria das cidades onde ocorre a aliança tucano-petista é de pequeno porte. Nesses locais, políticos afirmam que os acordos eleitorais nem sempre seguem as mesmas lógicas das esferas estadual e nacional. Tucanos e petistas que se aliaram, porém, não deixam de demonstrar certo constrangimento quando questionados sobre o assunto.
Em Santa Rosa de Viterbo, na região de Ribeirão, PT e PSDB se uniram em torno da candidatura de Cassio de Assis Cunha Neto (PDT). O presidente do PSDB na cidade, José Vicente Gentil, dá o tom da estratégia usada no acordo: “Não vamos sair para pedir votos junto com o PT. O PT vai de um lado e nós vamos do outro”, afirma.
Em Altinópolis, também na região de Ribeirão, o prefeito Marco Ernani Hyssa Luiz (PMDB) busca a reeleição tendo apoio de PT e PSDB. O presidente do PT na cidade, Rosana Alves da Silva, evita usar a palavra aliança para explicar a união com os tucanos. Segundo ela, trata-se de um acordo para fortalecer o município. “Mas a relação é boa, a cidade é muito pequena, não tem porque ter animosidade”, disse a petista.
‘UNIFORME USADO’ 
Para o doutor em ciência política pela USP Humberto Dantas, professor do Insper e estudioso das coligações nos municípios, é fato que as cidades pequenas têm uma lógica eleitoral própria. Na maioria das vezes, ela atende a grupos políticos que historicamente controlam os municípios. Pode também ajudar na formação de bases eleitorais que servirão para alimentar candidaturas maiores ou nacionais, como as de deputados estaduais e federais.

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