11 outubro, 2013

120 toneladas de vigas desaparecem de obra pública no Rio


Prefeito Eduardo Paes. Imagem: Cantareira
Ao todo, 120 toneladas de vigas feitas de um material avaliado em milhões de reais desapareceram, durante a demolição de um dos principais viadutos do Rio de Janeiro. O sumiço foi denunciado na manhã de quarta-feira (9), pelo Bom Dia Brasil. Mas a prefeitura só levou o caso à polícia na noite de quarta. O tesouro estava escondido. Em uma obra da década de 1970 que vai desaparecer até 2016.

Os mais de cinco quilômetros do elevado da perimetral, na Zona Portuária do Rio, darão lugar a um calçadão arborizado. E a túneis subterrâneos. A demolição já tinha começado. Faltava decidir o que fazer com as 26 mil toneladas de aço do elevado.
E não é qualquer aço. As mil vigas que dão sustentação ao viaduto foram feitas a partir de uma mistura especial, mais resistente à corrosão, que pode durar até 400 anos. E que por isso tem alto valor de mercado. Uma fortuna, avaliada em aproximadamente R$ 14 milhões, pelo Conselho Regional de Engenharia do Rio de Janeiro. Mas a primeira leva que saiu de lá, simplesmente desapareceu. Seis vigas foram deixadas em um terreno no Caju, subúrbio do Rio. Cada uma tem 40 metros de comprimento, o equivalente à altura de um prédio de três andares. Peso total das seis vigas: 120 toneladas. Difícil de carregar e impossível passar despercebido.
“Peça daquela não pode sumir. Foi alguém que levou. Pra algum lugar porque são muito grandes as peças”, disse Fernando Dias, funcionário do depósito. O prefeito Eduardo Paes admitiu que não tem a menor ideia do que aconteceu.
“É inacreditável. Agora nós vamos responsabilizar a concessionária do Porto, que é que faz as obras ali, que tem obrigação de tirar, e tem a obrigação de guardar pra prefeitura”, afirmou Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro.
Segundo a prefeitura, outras 12 vigas retiradas do elevado foram reutilizadas nas obras de revitalização do Porto. De acordo com o engenheiro Jaques Sherique, o aço da perimetral é suficiente para fabricar 50 mil carros populares. Dava até construir mais de duas Torres Eiffel. “Houve um investimento de ciência, de tecnologia e de valor agregado muito alto nesse material, pra com 10% dessa vida útil, a gente transformar em sucata”, disse Jaques Sherique, engenheiro do CREA-RJ.
A concessionária Porto Novo, responsável pela demolição do Elevado da Perimetral, declarou que vai tomar as medidas cabíveis para apurar o que aconteceu.
G1
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