01 outubro, 2013

O making of de um ditador. As fotos que Hitler queria destruídas.

Essas fotos foram tiradas em 1925 e mostram o Hitler ensaiando para ser… o Hitler.
E não era para você estar vendo.
Foram tiradas logo depois que ele cumpriu 9 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.
Durante esse tempo de sobra para reflexão, concluiu que não conseguiria tomar o poder a força e que precisaria de uma nova estratégia. Decidiu pela persuasão. E criou a persona do Hitler que conhecemos.
Foram 14 anos de ensaio até o começo da Segunda Guerra Mundial. Vou repetir: 14 anos de ensaio.
Nessa época, seu amigo e fotógrafo Heinrich Hoffman fazia sessões particulares para Hitler poder avaliar seu gestual em discursos.
Numa pequena salinha, o baixinho bigodudinho apertava o play no seu gravador e, enquanto ouvia seus próprios discursos, ensaiava meticulosamente cada gesto, cada punho fechado, cada braço erguido, cada dedo que apontaria mais tarde para a população alemã. Foram 14 anos aprimorando o personagem. E se você assistir a qualquer um de seus discursos, vai estar diante de um trabalho hercúleo, lapidado em unidades de segundos e sílabas.
Depois dessa sessões de fotos, Hitler sempre ordenava que os negativos fossem destruídos, mas Heinrich Hoffman preferiu guardar algumas fotos através dos anos, até publicar as 8 imagens que sobreviveram pulando de arquivos em arquivos, até serem publicadas em seu livro de memórias em 1955.
Toda vez que leio ou assisto alguma coisa sobre o Hitler e todas as atrocidades que cometeu, fico me perguntando como um único ser humano foi capaz de mobilizar e influenciar tantas pessoas a ponto de cometerem as piores barbaridades?
Suas promessas não eram comuns. Falava de coisas absurdas como raça superior, de genocídio, aliás, um termo criado justamente em 1944 para definir o que o Hitler fez.
Como então um tipinho de triste figura como esse conseguiu convencer milhões e milhões de pessoas a acreditarem em ideias tão obviamente erradas?
Pensa bem: as campanhas de hoje, bem intencionadas e nobres, com TV, rádio e internet não conseguem nem fazer a gente respeitar ciclista, usar camisinha, doar sangue e atravessar na faixa.
Mistério.
Do ponto de vista de propaganda é provavelmente o maior dos cases, junto com as feitas pelas religiões. Ainda mais se pensarmos que naquela época não haviam os meios de comunicação que temos hoje (vantagem ou desvantagem?).
O fato é que Hitler conseguia um efeito hipnótico nas multidões. Colocava-as em transe usando ênfase misturada à própria reação da massa, neutralizando assim qualquer pensamento crítico. E os alemães embarcavam 100% na emoção e na promessa de uma nova Alemanha.
Até hoje os discursos políticos carregam a indignação, fez escola. O Collor era um grande adepto do estilo, lembramos bem. Há quem diga que mais importante do que falar é como falar. E funciona.
Enfim, veja abaixo as 8 fotos que são o making of de um ditador. História sendo feita diante dos seus olhos (ah, a Internet).
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