Publicado em 12/08/2012
Mineira de Paraopeba, filha de violeiro cantador de Folia de Reis, o primeiro palco de Clara foi o altar da igreja católica, onde participava do coral. Estas duas linhas, por mais paradoxais que pareçam, resumem a vida e a obra de Clara Nunes, do primeiro disco, A voz adorável de Clara Nunes, de 1966, em que ela cantava boleros, à consagração como cantora de gêneros brasileiros e sua morte em 1983, aos 40 anos de idade.
O que sobressai na história de Clara, tanto quanto o talento de assinar vocalmente qualquer gênero musical, é o inevitável paralelo entre suas trajetórias artística e religiosa. A atração inicial pela música estrangeira, pouco a pouco vai cedendo lugar aos ritmos africanos herdados do pai, quando se muda para o Rio de Janeiro e faz a primeira viagem à África.
O casamento com o produtor Adelzon Alves cristaliza a imagem da cantora de Umbanda, na medida em que ele trabalha o repertório e divulga sua ligação com as matrizes da música afro-brasileira. Esta é a grande fase da carreira de Clara Nunes em que ela é reconhecida como a artista que traz para o disco e leva para o palco a estética do povo-de-Santo. Nas viagens pelo Brasil e exterior, Clara Nunes é garantia de bilheteria, seja nas casas de shows ou nos teatros. É a primeira cantora da sua época a vender mais de quatro milhões de LPs e acumular 18 discos de ouro.
A partir de 1975, quando Paulo César Pinheiro passa a cuidar de sua carreira, Clara Nunes muda radicalmente a estética de seu trabalho. O olhar centrado na africanidade dos terreiros é ampliado para o universo do samba. Volta-se, também, para a religiosidade que havia deixado na terra natal. Daí até a morte acidental, tudo na vida de Clara se transforma em mito.
Neste Musicograma, a trajetória entre o sagrado e o profano é evidenciada em registros feitos no Estúdio 3 da TVE, nos anos 1970, e nos clipes gravados no Parque da Cidade, Rio de Janeiro, para o programa É preciso cantar, com direção de Luiz Carlos Pires, também diretor do Musicograma, e fotografia de José Guerra, o lendário "Guerrinha".
O que sobressai na história de Clara, tanto quanto o talento de assinar vocalmente qualquer gênero musical, é o inevitável paralelo entre suas trajetórias artística e religiosa. A atração inicial pela música estrangeira, pouco a pouco vai cedendo lugar aos ritmos africanos herdados do pai, quando se muda para o Rio de Janeiro e faz a primeira viagem à África.
O casamento com o produtor Adelzon Alves cristaliza a imagem da cantora de Umbanda, na medida em que ele trabalha o repertório e divulga sua ligação com as matrizes da música afro-brasileira. Esta é a grande fase da carreira de Clara Nunes em que ela é reconhecida como a artista que traz para o disco e leva para o palco a estética do povo-de-Santo. Nas viagens pelo Brasil e exterior, Clara Nunes é garantia de bilheteria, seja nas casas de shows ou nos teatros. É a primeira cantora da sua época a vender mais de quatro milhões de LPs e acumular 18 discos de ouro.
A partir de 1975, quando Paulo César Pinheiro passa a cuidar de sua carreira, Clara Nunes muda radicalmente a estética de seu trabalho. O olhar centrado na africanidade dos terreiros é ampliado para o universo do samba. Volta-se, também, para a religiosidade que havia deixado na terra natal. Daí até a morte acidental, tudo na vida de Clara se transforma em mito.
Neste Musicograma, a trajetória entre o sagrado e o profano é evidenciada em registros feitos no Estúdio 3 da TVE, nos anos 1970, e nos clipes gravados no Parque da Cidade, Rio de Janeiro, para o programa É preciso cantar, com direção de Luiz Carlos Pires, também diretor do Musicograma, e fotografia de José Guerra, o lendário "Guerrinha".
Viva Clara Claridade