03 novembro, 2012

Poesia e arte na periferia Paulista festeja seus 11 anos de produção

Há 11 anos um grupo de artistas, poetas, professores, motoboys, e trabalhadores de todas os cantos de São Paulo se reuniram com o poeta Sérgio Vaz para mostrar que a periferia,  mesmo em sua condição imposta pelo capitalismo e suas instituições, é produtora de novos dizeres livres de qualquer forma de imposição, dominação, ressentimento.
Por isto mesmo são livres. E assim nasceu o Sarau da Cooperifa que traz através da poesia, rap, embolada, artes, haikai, a arte rouca das ruas.

Os encontros que sempre ocorrem no Bar do Zé Batidão localizado no Jardim Guarujá, zona sul da capital Paulista, com o microfone revezado e a criação rolando solta. Segundo Vaz esse novo artista da periferia é um artista cidadão. Ele não faz a arte só pela arte, ele representa as pessoas que não têm voz, não têm teatro, não têm cinema. É um movimento político apartidário.
 
E para continuar produzindo estes e outros 11 anos, a partir amanhã (3) haverá novos encontro com diversas manifestações artísticas para escolas e outros espaços da região. A programação inclui atrações musicais, saraus de poesia, espetáculos de teatro e dança, exposições, a exibição de filmes e a presença do escritor moçambicano Mia Couto.

Sérgio Vaz falou da dificuldade em atrair convidados: Aqui no Brasil você convida vários caras conhecidos e eles não vêm porque têm medo, reclama. Para o poeta, os bairros mais pobres ainda são vistos de forma estereotipada, principalmente nos meios de comunicação. Parece que eles querem ver a gente sempre algemado, com a cabeça baixa e alguém sempre esculachando, como se a periferia fosse aquilo o tempo inteiro.
Então façamos a produção de novos espaços e festejemos a Cooperifa.