A fome e as suas consequências são uma das grandes preocupações deste século. Esta terça-feira, 150 cientistas vencedores do Prémio Nobel ou do Prémio Mundial da Alimentação (Prémio Alimentar) publicaram uma carta aberta intitulada Rumo a um mundo sem fome. Nele, salientam que “não estamos em condições de satisfazer as necessidades alimentares futuras. Não estamos nem perto de fazê-lo” e pedimos para agir agora para evitar a iminente fome global. Os signatários recordam que existem atualmente 700 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar, agravada pelas alterações climáticas ou conflitos.
Um desses cenários onde a fome e os conflitos estão interligados é o Haiti, um país que atravessa uma crise política e social sem precedentes. Emmline Toussain, coordenadora da ONG Mary's Meals no Haiti, fala-nos neste fórum sobre a falta de abastecimento alimentar e como a violência das gangues no território afeta o acesso aos alimentos para os haitianos e, em maior medida, para os mais pequenos. “Tudo deve ser feito para garantir que as crianças pelo menos comam alguma coisa diariamente”, escreve ele.
Publicamos hoje também este artigo da nossa colega Beatriz Lecumberri no qual ela conta como uma exposição que inaugura quinta-feira, dia 16, em Madrid, mostra fotografias do quotidiano dos palestinos desde 1949. Diante da associação das palavras Gaza, Cisjordânia ou palestinos com imagens de horror, guerra e morte, a exposição Para contar minha história reúne imagens captadas por cidadãos anônimos para mostrar como essa violência coexiste com reuniões familiares, trabalho, lazer, a inocência das crianças e risada
No domingo contamos como dezenas de milhares de pessoas permanecem em cativeiro em países como Camboja ou Mianmar, trabalhando 24 horas por dia para enganar vítimas que procuram amor através de aplicativos de namoro e redes sociais do outro lado do mundo. O esquema do abate de porcos é uma forma relativamente nova de fraude, que aumentou explosivamente desde a pandemia. É realizado em complexos de escritórios, geralmente no Sudeste Asiático, mas também em Dubai e outros lugares. Alguns dos trabalhadores destes centros estão lá por vontade própria. Mas, segundo diversas fontes, uma grande proporção são vítimas de tráfico de seres humanos, forçadas a praticar fraudes.
Outro dos temas que discutimos esta semana tem a ver com o lítio, mineral essencial para a fabricação de chips, baterias ou refrigeradores para a próxima geração de carros elétricos. Os antigos habitantes da aldeia de Muwasi, no Zimbabué, onde hoje se encontra uma mina propriedade da empresa chinesa Chengxin, denunciam neste relatório que foram deslocados para terras menos férteis e que o prometido desenvolvimento local não está a chegar.
Abaixo deixamos mais assuntos em destaque, um abraço e até semana que vem |