Em 1997, no Chile,
um grupo de jovens se mobilizou para construir casas de emergências
para as vítimas do terremoto. O movimento cresceu, ganhou força e se
espalhou para mais países da América Latina.
Atualmente, se articulando juntamente com outras organizações, órgãos políticos e mobilizando comunidades locais, esse movimento conseguiu, em menos de 15 anos, diminuir situações de extrema pobreza no Chile e tem como meta fazer o mesmo nos 19 países em que opera hoje na América Latina.
Olhando de fora, o Teto parece ser uma Ong que constrói casas de madeira para pessoas em situação de emergência. Mas essa é só a parte do trabalho que dá pra ser visto mais facilmente.
Acabei me metendo em duas construções que tiveram em São Paulo. Coloquei a mão na massa, conversei com a equipe que trabalha para a Ong e com famílias das comunidades que foram beneficiadas pelo Teto. Descobri um trabalho bem interessante, que vai muito além da construção fase de construção.
Atualmente, se articulando juntamente com outras organizações, órgãos políticos e mobilizando comunidades locais, esse movimento conseguiu, em menos de 15 anos, diminuir situações de extrema pobreza no Chile e tem como meta fazer o mesmo nos 19 países em que opera hoje na América Latina.
Olhando de fora, o Teto parece ser uma Ong que constrói casas de madeira para pessoas em situação de emergência. Mas essa é só a parte do trabalho que dá pra ser visto mais facilmente.
Acabei me metendo em duas construções que tiveram em São Paulo. Coloquei a mão na massa, conversei com a equipe que trabalha para a Ong e com famílias das comunidades que foram beneficiadas pelo Teto. Descobri um trabalho bem interessante, que vai muito além da construção fase de construção.
O processo de detecção e escolha das famílias
As
famílias que serão beneficiadas pelo Teto não são escolhidas
aleatoriamente. Durante 3 meses, uma equipe faz a imersão dentro da
comunidade: conversa com moradores, pastores, vendedores e traficantes
para mapear quem está em condições de receber o benefício.
Não
basta só a família querer, elas precisam participar e se mostrar
interessadas. O Teto faz reuniões semanais nas comunidades antes da
construção e as famílias interessadas precisam comparecer a todas elas.
Elas também pagam um valor simbólico pela construção da casa.
Num ato de fé, elas destroem seu barraco na sexta-feira para que, sábado de manhã, os voluntários possam começar a construção.
A família também deve participar da construção, ajudando e preparando o almoço para os voluntários (o Teto fornece os alimentos). Drogas e bebidas alcoólicas são terminantemente proibidas durante essa etapa, tanto para a família, quanto para os voluntários.
Num ato de fé, elas destroem seu barraco na sexta-feira para que, sábado de manhã, os voluntários possam começar a construção.
A família também deve participar da construção, ajudando e preparando o almoço para os voluntários (o Teto fornece os alimentos). Drogas e bebidas alcoólicas são terminantemente proibidas durante essa etapa, tanto para a família, quanto para os voluntários.
O impacto na família
Construir
uma casa de madeira com 40m² sem cômodos, sem instalação elétrica e
hidráulica, à primeira vista parece algo pequeno, mas não é, se
entendermos em que condições viviam aquelas pessoas antes. A casa do
Teto é uma casa de emergência, para remover as pessoas de situações de
extrema pobreza.
Essa simples casinha de madeira, resolve problemas que parecem distantes pra nós, mas são presentes na vida dessas pessoas, como por exemplo, ter uma boa fundação para a casa ser varrida, telhado firme que não vai voar com o vento, elevação do solo para evitar entrada de ratos ou inundação por uma enchente.
Essas pessoas não tem nada disso. Como pensar na educação dos seus filhos se, quando você chega em casa, tem de tentar resolver problemas básicos como esses?
Essa simples casinha de madeira, resolve problemas que parecem distantes pra nós, mas são presentes na vida dessas pessoas, como por exemplo, ter uma boa fundação para a casa ser varrida, telhado firme que não vai voar com o vento, elevação do solo para evitar entrada de ratos ou inundação por uma enchente.
Essas pessoas não tem nada disso. Como pensar na educação dos seus filhos se, quando você chega em casa, tem de tentar resolver problemas básicos como esses?
Impacto na comunidade
No
final do domingo, quando você termina a construção e entrega a casa pra
família, a sensação é de um dever cumprido. Mas o cheiro de esgoto
ainda está lá, o seu Moacir continua desempregado e com 5 filhos pra
criar, a filha da dona Isabel continua na fila de espera pra fazer uma
cirurgia e tem uma série de outras famílias precisando de uma casa
decente pra morar. Parece que não mudou nada.
Mas o maior impacto é invisível.
Durante a nossa construção, um sujeito que não fazia parte da família, apareceu na casa que estávamos construindo e começou a nos ajudar. Ninguém sabia quem era, até que perguntaram. Ele já teve uma casa construída pelo Teto, conseguiu se reerguer, melhorar sua condição de vida e faz questão de ajudar a Ong como pode.
Um dos líderes de construção também contou que é muito comum, depois que o Teto aparece na comunidade, alguns moradores se mobilizarem para solicitar à prefeitura iluminação, saneamento, asfalto – e o Teto os ajuda com esse processo também, o trabalho não termina depois da construção.
Dar um primeiro empurrão, muitas vezes é o que faz a comunidade toda se mexer para mudar a situação atual.
Mas o maior impacto é invisível.
Durante a nossa construção, um sujeito que não fazia parte da família, apareceu na casa que estávamos construindo e começou a nos ajudar. Ninguém sabia quem era, até que perguntaram. Ele já teve uma casa construída pelo Teto, conseguiu se reerguer, melhorar sua condição de vida e faz questão de ajudar a Ong como pode.
Um dos líderes de construção também contou que é muito comum, depois que o Teto aparece na comunidade, alguns moradores se mobilizarem para solicitar à prefeitura iluminação, saneamento, asfalto – e o Teto os ajuda com esse processo também, o trabalho não termina depois da construção.
Dar um primeiro empurrão, muitas vezes é o que faz a comunidade toda se mexer para mudar a situação atual.
Impacto nos voluntários
Quando
entrei no ônibus, na noite da sexta-feira, rumo à comunidade de
Malvinas, em Guarulhos, lembro bem que estava um pouco irritado e
preocupado; a revisão do meu carro tinha me custado uma fortuna e eu ia
passar o final do mês apertado de grana, tinha um relatório complexo e
chatíssimo para entregar na segunda-feira e eu nem tinha começado, meu
pai me ligou pedindo pra jantar com ele semana que vem, e eu já pensava
no trânsito infernal pra chegar na casa dele.
No domingo à noite, entrando no ônibus de volta pra casa, dei risada do Rodrigo de sexta. Chuto que todos os outros voluntários tiveram um momento parecido com o meu.
No domingo à noite, entrando no ônibus de volta pra casa, dei risada do Rodrigo de sexta. Chuto que todos os outros voluntários tiveram um momento parecido com o meu.
É
impossível não voltar diferente depois de passar 2 dias imerso numa
realidade diferente da sua. O coração e olhos abrem para problemas muito
mais amplos do que os do nosso próprio umbigo.
O trabalho é exaustivo, levantar da cama no sábado de manhã é doloroso e você passa o dia inteiro fazendo fazendo esforço físico. Achei que não conseguiria acordar no domingo para continuar a construir. Mas pra minha surpresa, levantei com uma energia e disposição muito maior do que na noite anterior.
O trabalho é exaustivo, levantar da cama no sábado de manhã é doloroso e você passa o dia inteiro fazendo fazendo esforço físico. Achei que não conseguiria acordar no domingo para continuar a construir. Mas pra minha surpresa, levantei com uma energia e disposição muito maior do que na noite anterior.
Como ajudar o Teto?
Mais
do que voluntários para construir casas, o Teto também precisa de
doações, gente para o escritório ou disposta a visitar as comunidades e
conhecer e mapear as famílias que precisam de ajuda.
Você também pode mobilizar as pessoas da sua empresa, colégio e universidade.
Melhor do que eu para falar, dá uma olhada aqui na página deles, onde explicam e apontam o melhor caminho.
É uma experiência que vale ter pelo menos uma vez na vida.
por Rodrigo Cambiaghi
Você também pode mobilizar as pessoas da sua empresa, colégio e universidade.
Melhor do que eu para falar, dá uma olhada aqui na página deles, onde explicam e apontam o melhor caminho.
É uma experiência que vale ter pelo menos uma vez na vida.
por Rodrigo Cambiaghi