A
vida, bem, na verdade a sobrevivência, sempre foi algo difícil para
Justus Uwayesu. Durante o genocídio de 1994 contra os tutsis em Ruanda,
Justus perdeu o seu pai e sua mãe. Após isso, todos os dias eram
difíceis. Quando tinha 8 anos, ele já tinha vagado mais de 100
quilômetros, terminando no lixão de Kigali, a capital de Ruanda.
Sua casa era um carro incendiado, todo destruído, no qual ele dormia
em pedaços de papelão. O carro não tinha janelas, porém oferecia alguma
proteção contra a chuva e o sol.
Então, num domingo, Clare Effiong apareceu, uma visitante benfeitora
dos E.U.A. Através de um intérprete, Clare iniciou uma conversa com as
crianças, perguntando “o que queriam?” E claro, ouvindo as habituais
respostas de dinheiro, roupas e etc. Mas quando ela perguntou ao pequeno
Justus, ele disse, “Eu quero ir para a escola.” E de todos aqueles que
estavam na multidão, Justus foi o que entrou naquele taxi.
Após esse dia a vida de Justus mudou, Clare financiou seus estudos e
quando se formou do colegial, ele já falava cinco idiomas. Mas, línguas
não eram o foco dele, ele se tornou um brilhante estudante de matemática
e química.
Hoje, após 13 anos estudando, Justus faz parte da maior universidade do mundo, a Universidade de Harvard
nos E.U.A. E mesmo durante seus estudos, ele ainda trabalha com
projetos de caridade e abriu uma escola de culinária para garotas. Em
Harvad, ele estudou com bolsa integral, matemática, economia e direitos
humanos.
Fotos: The New York Times