Após um ano e meio de espera, o casal Rogério Koscheck e Weykman
Padinho conseguiu concluir o processo de adoção de quatro irmãos, sendo
três deles com o vírus HIV. As crianças foram para o novo lar em junho,
mas a espera para desfrutar integralmente a paternidade não havia
acabado para o casal. A licença-paternidade, de 120 dias, que desde 2013
é garantida a pais adotivos, foi negada a Koscheck, que é servidor
público federal da Receita. A licença saiu recentemente após um mandado
de segurança, acatado pela Justiça, com base na Lei 12.873, sancionada
por Dilma Roussef no ano passado, que estende a licença também a pais,
por 120 dias.
Koscheck espera que o caso estimule outros casais a
adotarem crianças mais velhas, de diferentes etnias e com problemas de
saúde. “Geralmente, os casais buscam crianças brancas de até 2 anos”,
diz. “Eu e o Weykman tínhamos um perfil para adotar duas crianças: um
menino e uma menina. No entanto, após leituras e participação em grupos
de adoção e fóruns, fomos ampliando esse perfil. Quando conhecemos os
quatro irmãos em abril [do ano passado], que estavam em um abrigo desde
outubro do ano passado, não tivemos dúvidas de que seriam nossos
filhos”.
Ele conta que não encontrou nenhum tipo de entrave ou
preconceito durante o processo de habilitação e de adoção por serem um
casal homoafetivo. “O tempo que foi de mais ou menos um ano e meio, para
a Justiça brasileira, foi até razoável”, comenta. “Como nosso perfil
era muito amplo e foge do padrão acabou sendo rápido.” A guarda das
crianças foi concedida em meados de junho.
A licença-paternidade
demorou mais do que o esperado pois o Estatuto do Servidor Público é de
1990 e permite licença de trabalho de 120 dias apenas a servidoras do
sexo feminino. Kusheck espera que, após o parecer favorável do juiz,
além de outras ações, a questão da licença-paternidade seja sanada, com a
nova lei federal vigente.
Para o casal, pais de primeira viagem,
a obtenção da licença foi uma aventura sem precedentes. As quatro
crianças têm idades que variam de 7 meses a 11 anos. “Temos uma
pequenina que demanda mamadeira, limpeza, uma mais velha que demanda
participação nos deveres da escola, apanhar no cinema, no teatro e os
dois do meio, de 2 e 3 anos, que pedem participação nas brincadeiras.
São quatro demandas distintas. Por outro lado, são quatro experiências
fantásticas e estamos muito felizes e eles também refletem essa
felicidade”, relata Kusheck.
Arte/Cultura/Humor!!!
Sabedoria, Saúde e $uce$$o: Sempre.