24 fevereiro, 2014

Mário de Andrade: reinventando o Brasil (Mestres da Literatura) e Quando eu morrer



Grande sucesso exibido da TV Escola, a série Mestres da Literatura nos traz a cada programa informações sobre a vida e obra de grandes escritores brasileiros.
Este episódio revela como se deu a formação pessoal e acadêmica de um dos mentores da Semana de Arte Moderna de 1922, o escritor Mário de Andrade. A importância do movimento modernista brasileiro. O clássico Macunaíma, considerado um "espelho-crítica" da formação do homem brasileiro.



Quando eu morrer quero ficar 
Quando eu morrer quero ficar, 
Não contem aos meus inimigos,
Sepultado em minha cidade, 
Saudade. 


Meus pés enterrem na rua Aurora, 
No Paissandu deixem meu sexo, 
Na Lopes Chaves a cabeça 
Esqueçam. 



No Pátio do Colégio afundem
O meu coração paulistano: 
Um coração vivo e um defunto 
Bem juntos.



Escondam no Correio o ouvido 
Direito, o esquerdo nos Telégrafos, 
Quero saber da vida alheia, 
Sereia.



O nariz guardem nos rosais,
A língua no alto do Ipiranga
Para cantar a liberdade. 
Saudade...



Os olhos lá no Jaraguá
Assistirão ao que há de vir,
O joelho na Universidade,
Saudade...



As mãos atirem por aí,
Que desvivam como viveram,
As tripas atirem pro Diabo,
Que o espírito será de Deus.
Adeus.





(​Esse Cara é o Rei....)





Mário Raul de Morais Andrade (São Paulo, 9 de outubro de 1893 — São Paulo, 25 de fevereiro de 1945) foi um poeta, escritor, crítico literário, musicólogo, folclorista, ensaísta brasileiro. Ele praticamente criou a poesia moderna brasileira com a publicação de seu livro Paulicéia Desvairada em 1922. Andrade exerceu uma influência enorme na literatura moderna brasileira e, como ensaísta e estudioso—foi um pioneiro do campo da etnomusicologia—sua influência transcendeu as fronteiras do Brasil.
Andrade foi a figura central do movimento de vanguarda de São Paulo por vinte anos.