No mesmo salão onde tomam posse dirigentes de tribunais e onde há aulas magnas com juristas como Dalmo Dallari, o que tocava na noite de quinta-feira (20) era funk carioca.
Cantada pelo coral da USP, a música “Beijinho no Ombro”, da funkeira Valesca Popozuda, ecoou pelas altas paredes do Salão Nobre da Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco, durante um evento de recepção de calouros.
O coral, que tocava junto com a bateria da atlética da faculdade, começou com um arranjo à capela tradicional, que se transformou em funk no meio do caminho.
Inusitado para o ambiente formal do salão, a canção arrancou risos da plateia e foi elogiada por Valesca em seu Twitter: “coral maravilhoso!”, publicou a funkeira nesta sexta.
Segundo o regente do CoralUSP, Eduardo Fernandes, 51, a ideia, dada pelo pessoal da bateria, foi fazer uma brincadeira e uma provocação.
“Se houve alguém que achou que a tradição da faculdade foi ofendida, não disse a mim”, diz o maestro.
“As pessoas tendem a ligar coral com ópera ou música de igreja, mas na verdade é apenas diversas pessoas cantando junto”, completa.
O CoralUSP é conhecido por não ter um repertório tradicional. “O que a gente normalmente toca, como Elvis e U2 (que também estavam no repertório), é muito diferente de funk. Mas não vejo porque não tocar. Não tenho preconceito”, explica o maestro. O coral também toca trovas tradicionais da faculdade.
Quebrar tabus, segundo ele, é tradição para o grupo. Nos anos de 1970, o coral levou música popular ao Theatro Municipal. “As pessoas foram de preto para declarar a morte da música erudita”, conta o maestro.
Valesca Popozuda e Mateus Solano
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