N/A
Policiais foram acionados para conter a confusão
Inacreditável. Foi esta a palavra usada por um bombeiro para descrever o cenário de guerra formado na terça-feira durante o combate a um incêndio na Favela México 70, em São Vicente. Em uma rede social, o bombeiro fez um desabafo sobre o ataque de marginais a uma viatura da corporação.

”Nojo desse país! Eu achava que tinha visto muita coisa inacreditável. Mas assaltarem uma viatura do Corpo de Bombeiros, a metros de distância do local da ocorrência, colocando duas armas no peito do bombeiro, enquanto abastecia a viatura com água, para dar continuidade ao combate a um incêndio gigantesco que ocorria naquele momento no bairro. Na boa? A nós resta dar continuidade a nosso trabalho, pois ainda existem pessoas as quais devemos ajudar”, lamentou.

Um dos bombeiros surpreendidos pelos marginais durante o combate às chamas também usou uma rede social para compartilhar sua indignação.

“Fiquei com duas armas apontadas no meu peito, enquanto levavam minha aliança, celular, relógio e máquina fotográfica. O tempo todo sendo ameaçado de morte. Para tudo. Depois de horas de combate ao incêndio na favela, sou assaltado pelos mesmos ocupantes da favela para quem estou trabalhando. Acabou tudo. É o fim do mundo, e por um minúsculo gesto desses marginais, quase entro na estatística de PM morto”.

Em entrevista à TV Tribuna nesta quarta-feira, o comandante do Batalhão da Polícia Militar de São Vicente, Marcelo Gomes, comentou o episódio e informou que a declaração do bombeiro trata-se de uma manifestação com caráter subjetivo, uma opinião pessoal que não é institucional. “Na verdade, esse roubo ocorreu quando já havia sido extinto o incêndio, já tinham feito o rescaldo”, comentou.

Ainda conforme o comandante, para retornar à sua base, a viatura do Corpo de Bombeiros deve procurar o primeiro hidrante e abastecer de água porque no caminho, pode ser acionada. “Quando ela se dirigia a esse hidrante, fora daquele local, eles foram assaltados (...). Certamente essas pessoas não são de bem, não são da comunidade. Se aproveitam às vezes daquela estrutura irregular de algumas moradias, com becos e vielas, e então, se aproveitam e covardemente agem dessa forma furtando aquele que já é desprovido”.

N/A
Segundo informações do Comando da PM, durante o trabalho de rescaldo, uma viatura foi danificada
Em nota enviada à Reportagem na terça-feira, a Polícia Militar confirmou que foi necessário reagir à ação de moradores que também surpreenderam a corporação quando PMs se preparavam para registrar a ocorrência do incêndio.

''Para qualquer ocorrência, mesmo que seja de salvamento ou de incêndio, é necessário o devido registro da Polícia Militar. Na ocasião, a viatura da PM I-39202 estava registrando a ocorrência que tomou casas na Avenida Brasil quando pessoas não identificadas no local passaram a hostilizar a guarnição policial e atirar pedras, madeiras e outros objetos, cercando-os e colocando -os em risco''.

Ainda segundo o comunicado, ''por esse motivo, outras viaturas comparecem ao local para resgatar os policiais. Restabelecida a ordem, os bombeiros prosseguiram com o rescaldo. Uma viatura da PM foi danificada e ninguém foi preso''. Durante o confronto, uma pessoa foi ferida por tiro de borracha.