Quem achava que desenhar e escrever por meio de seres artificiais era coisa de robôs da atualidade, vai se impressionar com essas “máquinas” do século XVIII. Hoje vos apresento dois bonecos autômatos (máquinas que imitam o movimento de um corpo animado), sendo assim: um que escreve, outro que toca música e ainda outro que desenha; isso mesmo, desenha!
O autômatos aos quais me refiro, foram projetados e construídos pela família de relojoeiros Jaquez-Droz: Pierre Jaquet-Droz, Henri-Louis Jaquet-Droz e Jean-Frédéric Leschot, como propaganda de brinquedos de entretenimento, destinados a melhorar as vendas de relógios entre a nobreza da Europa no século XVIII.
Este primeiro é ”The writter” (O escritor), criado em 1770 pelo relojoeiro suíço Pierre Jaquet-Droz, com cerca de 6.000 peças. É considerado um autômato programável. Ao carregar pilhas de placas de metal, o gravador é estimulado a escrever letras diferentes, através de uma caneta que é mergulhada em um tinteiro, tendo ainda cartões que também especificam a pressão da caneta.
Este outro é “The Draugsman” (O relator) é um boneco que pode desenhar quatro imagens diferentes: um retrato de Louis XV , um casal real (acredita-se que seja Maria Antonieta e Luís XVI ), um cão com “ Mon toutou ”(” meu cãozinho “), escrito ao lado , e uma cena de cupido dirigindo uma carruagem puxada por uma borboleta. Abaixo você confere alguns destes desenhos.
Ele funciona por meio de um sistema de cames (dispositivo de máquina, destinado a converter um movimento rotativo regular em movimento rotativo irregular), que codificava os movimentos da mão em duas dimensões, mais um para levantar o lápis. O autômato também se move em sua cadeira, e ainda sopra periodicamente sobre o lápis para remover a poeira.
Existe ainda um terceiro “The musician” (O músico), que não vou entrar em detalhes, até porque o tema do blog é outro. De qualquer modo irei lhes deixar com uma imagem dos três, lado a lado.
A seguir você confere imagens do maquinário de alguns destes bonecos.
O perído de ouro dos autômatos foi no século XIX, época em que os fabricantes franceses, alemães e suíços exportavam uma imensidão de figuras. Atualmente os brinquedos mais caros são os autômatos, especialmente os franceses, feitos pelas famosas firmas como Decamps, Lambert ou Bontems; todas fabricantes em Paris; que criaram quadros vivos e figuras mecânicas que tentavam imitar a vida contemporânea, com o luxo e a alegria da época. O que mais impressiona até hoje, é que alguns de seus bonecos ainda funcionam perfeitamente.
O nome robô só surgiu por volta de 1924, pelo escritor tcheco Karel Capek, significando assim “trabalho exercido de forma compulsória” ou mesmo “trabalho forçado”.
A BBC produziu este maravilhoso documentário “BBC Mechanical Marvels Clockwork Dreams”, narrado por Simon Schaffer; nele você irá conferir essas belezinhas em ação. Confira!
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