Por Abílio Neto
Dominguinhos vai fazer falta também à Rede Globo. Suas incursões nas trilhas sonoras das novelas foram recheadas de muito sucesso e até de “olho gordo”. A sua estreia se deu em 1979 com o seriado “Carga Pesada” com Antonio Fagundes e Stênio Garcia, quando sapecou “Chega Morena”.
Depois, participou da trama urbana de “Coração Alado”, de 1980, quando musicou os versos do baterista Alfredo Dias Gomes, filho da autora da novela Janete Clair com o escritor Dias Gomes. A música “Viajante” foi tema de Juca Pitanga, personagem vivida por Tarcísio Meira.
Em 1986, com o fim da censura e a chegada dos ventos democráticos, a Rede Globo pôde exibir a Novela Roque Santeiro, a melhor novela que eu assisti. As duas músicas de Dominguinhos mostraram uma perfeita harmonização entre elas e os personagens principais da novela: Sinhozinho Malta, vivido por Lima Duarte, e Roque Santeiro, encarnado por José Wilker. A música de Sinhozinho era “Isso Aqui Tá Bom Demais” (Dominguinhos e Chico Buarque) e a de Roque era “De Volta pro Aconchego” (Dominguinhos e Nando Cordel) na inesquecível interpretação de Elba Ramalho.
Em 1992, um dos maiores sucessos de Dominguinhos (com Fausto Nilo), “Pedras que Cantam” era o tema de abertura de Pedra sobre Pedra, na voz do cearense Raimundo Fagner. Está presente também a canção “Faz de Mim”, cantada por Domingos, tema de Carlão.
Fora isso, Dominguinhos esteve presente nas trilhas sonoras de Rei do Gado (1996) com a música “O Que Vem a Ser Felicidade”; Porto dos Milagres (2001) quando cantou uma música de Lenine com Daniela Mercury (Só No Balanço do Mar) e finalmente em 2012 no remake de Gabriela quando cantou com Elba Ramalho o seu hino e de Gil, Lamento Sertanejo.
Mas foi em 1993, na obra Renascer, de Benedito Ruy Barbosa, que Dominguinhos emplacou umas das músicas mais lindas do seu extenso repertório, “Além da Última Estrela”, dele com Fausto Nilo, que recebeu uma interpretação soberba de Maria Bethânia. A música foi tema da atriz Luciana Braga que viveu na novela a personagem Sandrinha. A gravação foi retirada do disco de carreira de Bethânia de 1992, Olho D'água, e a gravação contou com a sanfona do Mestre que aparece a partir de 46 segundos da sequencia melódica, da qual retirou uns acordes tão suaves que mais pareciam um acalanto. É uma das mais brilhantes participações dele em discos de outros artistas. E para mim, um dos maiores registros sonoros da baiana filha de Dona Canô. Ela se dá ao luxo de encerrar a gravação cantando um trecho de uma música de Zé do Norte. A segunda sanfona que se ouve é do saudoso Chiquinho do Acordeon, chamado por Dominguinhos para dar o toque final de sanfona na música. Por sinal, um dos seus últimos trabalhos, pois morreu em 1993.
É com esta música que encerro este pequeno registro da presença de Seu Domingos na programação da Rede Globo. Vale a pena escutar!
De: Musicaria Brasil <noreply@blogger.com>
Assunto: Musicaria Brasil
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