Obras "exageradas" para a Copa do Mundo são alvo constante de críticas |
As direções partidárias atuantes nas eleições de 2012 receberam a maior parte das doações para as campanhas eleitorais. Neste cenário, destacaram-se as doações provindas de empreiteiras, as quais respondem por quase 50% (ou metade) de todas as doações oriundas de pessoas jurídicas na referida eleição.
Isto é grave na medida em que se avalia em que grau tamanha dependência dos recursos de tais "mega-conglomerados", tendo em vista a possível parcialidade quanto à programação de novas obras, ainda que desnecessárias ou negativas para o bem-estar da população, além de conflitos de interesses e tendências na abertura de licitações e concessões. Agrava-se pelo fato de que a doação a dirigentes dos partidos bloqueia uma identificação imediata do político beneficiado, tornando-a "genérica".
Numericamente, tais doações representam o repasse de R$270.000.000,00 aos dirigentes nacionais e estaduais. Somente a construtora Andrade Gutierrez doou R$53,1 milhões, assim como a Queiroz Galvão foi responsável por R$30,8 milhões e a construtora OAS por R$22 milhões.
Tais montantes reforçam o indício de interesses escusos ou, ao menos, não direcionados ao bem-estar da população ao se promoverem obras monumentais e faraônicas, em detrimento de investimentos em educação, saúde e segurança para a população.
Lígia Ferreira é analista de sócio-mecanismos.
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