01 março, 2013

Rio, Samba, Amor e Tradição - Simone e Candanga





SIMONE E CANDANGA - puxadores de samba
Rio, Samba, Amor e Tradição
(João Nogueira/Paulo Cesar Pinheiro)

G.R.E.S. TRADIÇÃO
Desfile das Escolas de Samba do Grupo Especial
Carnavalesco: João Rosendo
Carnaval 1989 - Rio de Janeiro
Transmitido pela Rede Manchete


Rio de Janeiro 
Salve São Sebastião 
Santo padroeiro 
Samba, amor e Tradição 
Esquece a tristeza 
Que é hora do Rio cantar 
Com tanta beleza 
A gente não pode chorar 
É na Passarela 
É na Cinelândia 
A Tribuna Popular 
Quero da Vista Chinesa 
Ver a natureza se descortinar 
Quero outra vez ver meu time 
Fazendo esse meu Maracanã vibrar 

Copacabana é princesinha a vida inteira 
A capital do samba ainda é Madureira 
Em Paquetá tem flores 
Ilha dos meus amores 
Que lembra o amor do Imperador pela marquesa 
Lá nos jardins do bairro imperial 

Ai, como é lindo a criança 
Entrando na dança desse Carnaval (bis) 

Rio do mar de Ipanema 
A Lapa boêmia 
Malandro tem que respeitar 
Rio, vem cantar de novo 
Sorria, meu povo 
Que o Cristo Redentor quer te abraçar 

Hoje a minha escola 
Veio desfilar 
Pra mostrar que o samba 
Não pode parar 
Oh! Linda morena 
Quero ver passar 
Num doce balanço 
Caminho do mar 

Ê, ê, o mar, ê ê o mar 
Ê ê o mar, ê ê o mar 

Oh! Meu Rio...

Simone foi convidada pela Tradição para puxar o samba ao lado de Candanga. Ela aparece em 2 momentos no vídeo e ao longo do desfile há vários comentários sobre o desempenho da Escola na Avenida, dentre estes, os de Jorge Aragão e Sérgio Cabral, que diz: "a Tradição bobeou em relação ao horário, colocou muita gente e desfilou correndo, o que atrapalhou o desfile. A Escola de Samba veio bonita, veio fantasiada, aliás, fantasias bonitas e caras. Foi um belo enredo, uma bela homenagem que fizeram ao Rio de Janeiro, mas, a Tradição pecou nisso, não prestou atenção ao horário, então passou correndo o tempo inteiro - a maior parte do tempo - e que transformou o desfile da Escola num daqueles exercícios de cooper ... isso atrapalhou o desfile, sem dúvida tirou e encanto do desfile."


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O DESFILE DA TRADIÇÃO - Injustiçada com o oitavo lugar em 1988, quando fez um dos melhores desfiles do ano, a Tradição preparou-se para brigar por uma boa posição. Foi saudada com uma grande queima de fogos e com um grito de guerra tão demorado que fez com que a escola só começasse a evoluir quando os cronômetros já apontavam seis minutos de desfile. 

O enredo Rio, Samba, Amor e Tradição era de autoria do carnavalesco João Rosendo e o samba, como acontecia desde a fundação da escola, ficou sob a responsabilidade da maravilhosa dupla: João Nogueira e Paulo César Pinheiro que, mais uma vez, compuseram uma belíssima obra. A novidade ficou por conta da cantora Simone, que puxou o samba ao lado do competente Candanga. E se o samba era uma garantia de boa nota, a mesma expectativa valia para a apresentação de Vilma Nascimento e Paulo Roberto, que defenderam o pavilhão da Tradição com a mesma elegância do ano anterior. Com mais de 4700 componentes, divididos em 38 alas, a escola começou sua apresentação de uma forma diferente, com uma ala de passos marcados em frente ao abre-alas, que trazia o condor coroado todo espelhado, além de um letreiro em néon com o nome da escola. Só depois é que aparecia a comissão de frente, que fez uma exibição das melhores, pois além de vestidos com muita beleza, seus componentes apresentaram a escola com correção e elegância. Separando a comissão das primeiras alas apareceu um painel com o nome do enredo. Aliás, esses painéis (quase sempre giratórios e com dupla mensagem) foram uma constante no desfile e apresentaram com alguma correção o enredo, que foi muito pouco explorado nos carros alegóricos. A maior parte dos carros, excetuando-se os carros do Cristo Redentor e da Pedra da Gávea, não fazia nenhuma menção ao tema; eram apenas meros condutores de fantasias belíssimas, trajadas pelos destaques da Tradição. As fantasias de ala, nos mais diversos e sedutores tons de azul, estavam riquíssimas e de muito bom gosto. Elas eram trabalhadas com materiais nobres, tais como paetês, pérolas, strass, plumas de avestruz e penas de pavão, mas também não contavam bem o enredo. Durante o desfile, quando o abre-alas aproximou-se da Apoteose, aconteceu uma coisa que eu não me lembro de ter visto em outra oportunidade: uma nova queima de fogos, só que dessa vez atrás do Museu do Samba, preparou o público dos Setores 6 e 13 para receber a escola. No entanto, pirotecnia à parte, problemas começaram a ameaçar a harmonia e a evolução quando a bateria entrou no boxe. A escola, que vinha lenta e com coreografias que já prejudicavam o seu conjunto, começou a apressar o passo para preencher alguns claros e, mesmo conseguindo ocupar bem os espaços, acabou correndo até o final de sua apresentação. Infelizmente, com todos esses problemas, o desfile ficou muito prejudicado e a Tradição acabou fazendo um desfile aquém de suas boas exibições anteriores.

Fonte: Site Sambario

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CAFé SIMONE