SIMONE E CANDANGA - puxadores de samba
Rio, Samba, Amor e Tradição
(João Nogueira/Paulo Cesar Pinheiro)
G.R.E.S. TRADIÇÃO
Desfile das Escolas de Samba do Grupo Especial
Carnavalesco: João Rosendo
Carnaval 1989 - Rio de Janeiro
Transmitido pela Rede Manchete
Rio de Janeiro
Salve São Sebastião
Santo padroeiro
Samba, amor e Tradição
Esquece a tristeza
Que é hora do Rio cantar
Com tanta beleza
A gente não pode chorar
É na Passarela
É na Cinelândia
A Tribuna Popular
Quero da Vista Chinesa
Ver a natureza se descortinar
Quero outra vez ver meu time
Fazendo esse meu Maracanã vibrar
Copacabana é princesinha a vida inteira
A capital do samba ainda é Madureira
Em Paquetá tem flores
Ilha dos meus amores
Que lembra o amor do Imperador pela marquesa
Lá nos jardins do bairro imperial
Ai, como é lindo a criança
Entrando na dança desse Carnaval (bis)
Rio do mar de Ipanema
A Lapa boêmia
Malandro tem que respeitar
Rio, vem cantar de novo
Sorria, meu povo
Que o Cristo Redentor quer te abraçar
Hoje a minha escola
Veio desfilar
Pra mostrar que o samba
Não pode parar
Oh! Linda morena
Quero ver passar
Num doce balanço
Caminho do mar
Ê, ê, o mar, ê ê o mar
Ê ê o mar, ê ê o mar
Oh! Meu Rio...
Simone foi convidada pela Tradição para puxar o samba ao lado de Candanga. Ela aparece em 2 momentos no vídeo e ao longo do desfile há vários comentários sobre o desempenho da Escola na Avenida, dentre estes, os de Jorge Aragão e Sérgio Cabral, que diz: "a Tradição bobeou em relação ao horário, colocou muita gente e desfilou correndo, o que atrapalhou o desfile. A Escola de Samba veio bonita, veio fantasiada, aliás, fantasias bonitas e caras. Foi um belo enredo, uma bela homenagem que fizeram ao Rio de Janeiro, mas, a Tradição pecou nisso, não prestou atenção ao horário, então passou correndo o tempo inteiro - a maior parte do tempo - e que transformou o desfile da Escola num daqueles exercícios de cooper ... isso atrapalhou o desfile, sem dúvida tirou e encanto do desfile."
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O DESFILE DA TRADIÇÃO - Injustiçada com o oitavo lugar em 1988, quando fez um dos melhores desfiles do ano, a Tradição preparou-se para brigar por uma boa posição. Foi saudada com uma grande queima de fogos e com um grito de guerra tão demorado que fez com que a escola só começasse a evoluir quando os cronômetros já apontavam seis minutos de desfile.
O enredo Rio, Samba, Amor e Tradição era de autoria do carnavalesco João Rosendo e o samba, como acontecia desde a fundação da escola, ficou sob a responsabilidade da maravilhosa dupla: João Nogueira e Paulo César Pinheiro que, mais uma vez, compuseram uma belíssima obra. A novidade ficou por conta da cantora Simone, que puxou o samba ao lado do competente Candanga. E se o samba era uma garantia de boa nota, a mesma expectativa valia para a apresentação de Vilma Nascimento e Paulo Roberto, que defenderam o pavilhão da Tradição com a mesma elegância do ano anterior. Com mais de 4700 componentes, divididos em 38 alas, a escola começou sua apresentação de uma forma diferente, com uma ala de passos marcados em frente ao abre-alas, que trazia o condor coroado todo espelhado, além de um letreiro em néon com o nome da escola. Só depois é que aparecia a comissão de frente, que fez uma exibição das melhores, pois além de vestidos com muita beleza, seus componentes apresentaram a escola com correção e elegância. Separando a comissão das primeiras alas apareceu um painel com o nome do enredo. Aliás, esses painéis (quase sempre giratórios e com dupla mensagem) foram uma constante no desfile e apresentaram com alguma correção o enredo, que foi muito pouco explorado nos carros alegóricos. A maior parte dos carros, excetuando-se os carros do Cristo Redentor e da Pedra da Gávea, não fazia nenhuma menção ao tema; eram apenas meros condutores de fantasias belíssimas, trajadas pelos destaques da Tradição. As fantasias de ala, nos mais diversos e sedutores tons de azul, estavam riquíssimas e de muito bom gosto. Elas eram trabalhadas com materiais nobres, tais como paetês, pérolas, strass, plumas de avestruz e penas de pavão, mas também não contavam bem o enredo. Durante o desfile, quando o abre-alas aproximou-se da Apoteose, aconteceu uma coisa que eu não me lembro de ter visto em outra oportunidade: uma nova queima de fogos, só que dessa vez atrás do Museu do Samba, preparou o público dos Setores 6 e 13 para receber a escola. No entanto, pirotecnia à parte, problemas começaram a ameaçar a harmonia e a evolução quando a bateria entrou no boxe. A escola, que vinha lenta e com coreografias que já prejudicavam o seu conjunto, começou a apressar o passo para preencher alguns claros e, mesmo conseguindo ocupar bem os espaços, acabou correndo até o final de sua apresentação. Infelizmente, com todos esses problemas, o desfile ficou muito prejudicado e a Tradição acabou fazendo um desfile aquém de suas boas exibições anteriores.
Fonte: Site Sambario
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