19 março, 2012

Evento político-cultural na Câmara Distrital







Na próxima terça-feira, dia 20, no plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal, às 9:30, haverá sessão solene em comemoração ao Legado do Ideal Comunista à Cultura Brasileira

, oportunidade em que será lançado o livro O PCB-PPS e a Cultura Brasileira: Apontamentos, do conhecido historiador carioca Ivan Alves Filho, autor, dentre dezenas de outras obras, do Memorial dos Palmares, trabalho considerado no Brasil e no exterior um clássico sobre a saga da luta pela libertação dos escravos. A iniciativa é do deputado Claudio Abrantes e da Fundação Astrojildo Pereira, de Brasília.
Como se sabe, a política vem estimulando a cultura e mesmo a reflexão filosófica mais profunda, desde pelo menos a Revolução Francesa, para nos atermos ao início da chamada modernidade. Não foram poucas as obras literárias e artísticas escritas no chamado calor da luta. Naturalmente, a atividade cultural não se reduz a essa ou aquela ideologia, mas ela tampouco pode ser desligada do seu contexto histórico.

No Brasil, não seria muito diferente. Afinal, este é o país das sínteses, a terra da pluralidade, o que envolve ainda a cultura, uma prática fundamentalmente agregadora e inclusiva. Assim, temos o tradicional e o moderno reunidos por ela. A reflexão e a ação também. A junção do erudito com o popular. E ainda a fusão de experiências e representações dos mais diversos horizontes, senão continentes. Todas essas características, muitas vezes entrelaçadas, contribuíram para forjar a cultura brasileira, tal qual nós a conhecemos hoje.

Um partido político - O PCB, nascido há exatamente 90 anos e do qual se originaria o PPS - entendeu a importância da cultura no processo de aproximação dos comunistas com as massas populares. Até porque, muito perseguido ao longo da nossa conturbada história republicana, o partido não tinha, por momentos, como se apresentar com rosto próprio à sociedade brasileira. Os intelectuais e os artistas faziam isso por ele. Chegavam aonde o partido não podia chegar. E, como não é possível colocar toda uma cultura na cadeia, a estratégia foi dando certo...

Nomes do peso de Oscar Niemeyer, Jorge Amado, Ferreira Gullar, Djanira, Portinari, Rachel de Queirós, Di Cavalcanti, Solano Trindade, Nelson Werneck Sodré, Caio Prado Júnior, Plínio Marcos, Joel Rufino dos Santos, Dias Gomes, João Saldanha, Darcy Ribeiro, Luiz Werneck Vianna, Mércio Pereira Gomes, Mário Lago, João Batista de Andrade, Vladimir Carvalho, Mário Schemberg, Luiz Hildebrando Pereira da Silva, Edison Carneiro, Astrojildo Pereira, Oswald de Andrade e Pagu, entre tantos outros, pertenceram ao mais antigo partido surgido no Brasil. Eis o que transformou o PCB-PPS em uma espécie de partido da inteligência brasileira, criando jornais, companhias de teatro e cinema, fomentando revistas, inaugurando cine-clubes, organizando seminários pelo país afora, durante décadas a fio.

Como a importância da cultura só faz crescer, nesses tempos de capitalismo cognitivo - onde o conhecimento assume o papel de verdadeiro meio de produção -, eis o que torna a leitura deste livro ainda mais atual e atraente.


De:
"Mensagens de blog de todos - Portal Luis Nassif"
Para:
cidad3@yahoo.com.br

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