Mesmo após quatro anos marcados por Resistência judicial e repressão das forças policiais, um dos movimentos mais célebres em prol da legalização do consumo e do plantio de maconha voltou a buscar recursos para promover manifestações em vinte grandes cidades do Brasil.
A Marcha da Maconha planeja cruzar novamente o país nos próximos meses de maio e junho como forma de reforçar as causas que reuniram em São Paulo, no ano passado, cerca de 700 ativistas. Só para os protestos que ocorrerão na Avenida Paulista, via mais disputada de São Paulo quando o assunto é a promoção de mobilizações sociais, os organizadores calculam uma meta de arrecadação de verbas de R$ 15 mil, que deve ser cumprida em pouco mais de um mês.
Pela internet, já são 29 os colaboradores, que contribuíram juntos com R$ 1.272,00. Esse montante está sendo arrecadado pelo Catarse, site que abre espaço para que projetos sejam financiados pelos internautas em troca de comissões sobre o orçamento estipulado. O valor será destinado para a aquisição de faixas, tintas, megafones e cartilhas informativas sobre os princípios do movimento.
A jornalista Gabriela Moncau, membro do coletivo DAR (Desentorpecendo a Razão) e uma das militantes da Marcha da Maconha, revela-se otimista com a edição 2012 do protesto. Em entrevista ao Última Instância, ela lembrou que o movimento “estava sendo muito reprimido pela polícia em 2011”, mas que, “com o posterior julgamento do STF (Superior Tribunal Federal) em favor da liberdade de expressão, abriu-se espaço para que a Marcha não apenas sobrevivesse, mas também disseminasse seus ideais”.
Questionada sobre algum possível empecilho que ponha em risco a promoção do evento, Moncau é enfática: “A Marcha vai ocorrer de qualquer forma”. Seu maior temor dizia respeito às decisões do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), órgão do Judiciário ao qual ela atribui um caráter excessivamente conservador. Agora, contudo, esse parecer do STF faz com que o grupo tenha “a expectativa de que tudo será mais pacífico”.
Mais que liberdade de expressão
O ex-secretário nacional de Políticas Sobre Drogas e professor da Faculdade de Direito da Fundação Getúlio Vargas Pedro Abramovay acredita que a autorização conferida à Marcha da Maconha transcende o direito à liberdade de expressão: “É mais que liberdade de expressão, é exercício de democracia, é fazer uma minoria tornar-se maioria”. A seu ver, o movimento deve muito à decisão do STF, que “tem se revelado bem aberto ao debate e tomou uma decisão histórica”.
Abramovay reconhece, contudo, “que o público é ainda muito impermeável a essa discussão”. Ele menciona dados do Ministério da Justiça e enfatiza um crescimento de quase 100% no contingente carcerário detido por conta de drogas. O salto de 60 mil para 117 mil no número de presos por crimes relacionados a entorpecentes o leva a concluir que as autoridades “só prendem pobre e pequeno usuário”.
Em maio do ano passado, houve tensão entre os militantes da Marcha da Maconha, policiais militares e ativistas de extrema-direita contrários a qualquer tipo de flexibilização das normas que regem a venda e o consumo de entorpecentes. As centenas de manifestantes da Marcha foram perseguidas ao longo de cerca de três quilômetros pela Polícia Militar, que empregou gás lacrimogêneo e projéteis de borracha para dispersar a multidão.
De:
"Última Instância"
Para:
cidad3@yahoo.com.br
http://br.groups.yahoo.com/group/Cidad3_ImprensaLivre/message/14643
A Marcha da Maconha planeja cruzar novamente o país nos próximos meses de maio e junho como forma de reforçar as causas que reuniram em São Paulo, no ano passado, cerca de 700 ativistas. Só para os protestos que ocorrerão na Avenida Paulista, via mais disputada de São Paulo quando o assunto é a promoção de mobilizações sociais, os organizadores calculam uma meta de arrecadação de verbas de R$ 15 mil, que deve ser cumprida em pouco mais de um mês.
Pela internet, já são 29 os colaboradores, que contribuíram juntos com R$ 1.272,00. Esse montante está sendo arrecadado pelo Catarse, site que abre espaço para que projetos sejam financiados pelos internautas em troca de comissões sobre o orçamento estipulado. O valor será destinado para a aquisição de faixas, tintas, megafones e cartilhas informativas sobre os princípios do movimento.
A jornalista Gabriela Moncau, membro do coletivo DAR (Desentorpecendo a Razão) e uma das militantes da Marcha da Maconha, revela-se otimista com a edição 2012 do protesto. Em entrevista ao Última Instância, ela lembrou que o movimento “estava sendo muito reprimido pela polícia em 2011”, mas que, “com o posterior julgamento do STF (Superior Tribunal Federal) em favor da liberdade de expressão, abriu-se espaço para que a Marcha não apenas sobrevivesse, mas também disseminasse seus ideais”.
Questionada sobre algum possível empecilho que ponha em risco a promoção do evento, Moncau é enfática: “A Marcha vai ocorrer de qualquer forma”. Seu maior temor dizia respeito às decisões do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), órgão do Judiciário ao qual ela atribui um caráter excessivamente conservador. Agora, contudo, esse parecer do STF faz com que o grupo tenha “a expectativa de que tudo será mais pacífico”.
Mais que liberdade de expressão
O ex-secretário nacional de Políticas Sobre Drogas e professor da Faculdade de Direito da Fundação Getúlio Vargas Pedro Abramovay acredita que a autorização conferida à Marcha da Maconha transcende o direito à liberdade de expressão: “É mais que liberdade de expressão, é exercício de democracia, é fazer uma minoria tornar-se maioria”. A seu ver, o movimento deve muito à decisão do STF, que “tem se revelado bem aberto ao debate e tomou uma decisão histórica”.
Abramovay reconhece, contudo, “que o público é ainda muito impermeável a essa discussão”. Ele menciona dados do Ministério da Justiça e enfatiza um crescimento de quase 100% no contingente carcerário detido por conta de drogas. O salto de 60 mil para 117 mil no número de presos por crimes relacionados a entorpecentes o leva a concluir que as autoridades “só prendem pobre e pequeno usuário”.
Em maio do ano passado, houve tensão entre os militantes da Marcha da Maconha, policiais militares e ativistas de extrema-direita contrários a qualquer tipo de flexibilização das normas que regem a venda e o consumo de entorpecentes. As centenas de manifestantes da Marcha foram perseguidas ao longo de cerca de três quilômetros pela Polícia Militar, que empregou gás lacrimogêneo e projéteis de borracha para dispersar a multidão.
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