13 junho, 2013

Genial Amácio Mazzaropi





Sulinha Imprensa Livre
 Meu Orgulho Paulistano também. 
SP tem que deixar de ser (des) governado por politiqueiros e sim por pessoas que tenha Orgulho de Nascer/Viver nessa Terra.
Sem nenhum desrespeito a ninguem, temos que parar de homenagear Artistas de outros estados, esquecendo os nossos. 
Temos tantos Artistas/Talentos Geniais. Também em outros estados, não encontramos nossos Paulistas denominando prédios/ruas.


Amácio Mazzaropi - 8 - 34 - 58 - 68 anos

 A Verdadeira História de Amácio Mazzaropi; 09/04/1.912 á 13/06/1.981 (diferente do que contam os historiadores, livros e documentários); nasceu em 09 de Abril de 1.912, na Capital do Estado de São Paulo, São Paulo – Capital, no bairro de Santa Cecília; Barra Funda, á Rua Vitorino Camilo n º 05, filho do Italiano Bernardo Mazzaropi e da Taubateana, Clara Ferreira Mazzaropi, nascida na Rua América, hoje Avenida Armando Sales de Oliveira, filha de operários da CTI – Companhia Taubaté Industrial, em Taubaté-SP; meu avo, Bernardo, imigrante italiano fugido dos horrores por vir da primeira guerra, junto com o irmão Domingos, foi criado na capital São Paulo, (infelizmente não o conheci) foi de tudo um pouco, quando nasceu Amácio era Mascate, vendia casimira inglesa, fabricada no Braz, como nos contava, a mim a ao Mazzaropi o Sr. Leopoldo, amigo de Bernardo Mazzaropi e um dos donos da Cia de Automóveis Santo Amaro, em São Paulo, morreu cedo, aos 54 anos vitima de câncer provocado pelo cigarro; esta foi uma das grandes decepções de Amácio Mazzaropi, pois o pai só viveu os momentos difíceis de sua famosa trajetória; foi o primeiro a ser enterrado em Pindamonhangaba-SP, onde esta hoje minha avó e o Mazzaropi; minha avó Clara me contava que conheceu Bernardo Mazzaropi em Taubaté-SP em suas andanças por aqui, eles se apaixonaram e foram se embora, casada com ele para São Paulo, sempre foi dona de casa, nunca foi empregada doméstica, como disseram historiadores, em alguns livros e documentários feitos por quem nunca conviveram com nós; os Mazzaropi.

Amácio Mazzaropi nunca morou ou passou sua infância ou adolescência em Taubaté, Tremembé ou Pindamonhangaba, cidades as quais contava que viria a conhecer somente aos 23 anos de idade. 

Amácio Mazzaropi até os oito anos morou no bairro de Santa Cecília, Barra Funda, depois dos oito aos 13 anos morou em uma das vilas operaria na Vila Maria Zélia, estudou os dois primeiros anos de grupo escolar São José do Belem, não gostava de estudar, contava-me que muitas vezes se escondia dentro da caixa d’água das casas da vila que morava para não ir à escola.
Quando completou 14 anos; seu pai Bernardo ganhou ou lhe foi cedido um espaço da Companhia Sorocabana de Trens um armazém de secos e molhados (Pequeno mine mercado da época) na cidade de Sorocaba-SP; onde Amácio Mazzaropi morou dos 14 aos 15 anos; estudou novamente o segundo ano de grupo escolar, mais envergonhado pela sua idade e tamanho abandonou de vez a escola; tentou jogar bola, futebol, mais segundo ele era tão ruim de bola que não o deixavam jogar; fica ao lado do campinho de futebol perto do centro de Sorocaba somente olhando os meninos jogar; ali nasceu o desejo de ser artista. 
Considerava-se feio, magrelo, mais já aos 15 anos sabia que tinha talento para, falar, cantar, vivia representando algo que não sabia o que era; (ator) sem câmera. 
Sem conseguir se relacionar com os colegas e com a família que o queria estudando em Sorocaba-SP decide fugir para Curitiba-PR onde morava seu tio Domingos Mazzaropi.
Sem que seus pais soubessem fugiu; foi morar com o tio Domingos em Curitiba-SP e trabalhar em sua loja de tecidos na Rua XV de Novembro, no centro da Cidade; Sem que Amácio soubesse seu tio Domingos comunicou a Bernardo que o Amácio estava com ele. 
Um ano morando em Curitiba-PR trabalhando na loja do tio, Amácio conheceu Ferry, que ele chama de Silque, era um faquir que trabalhava no GranCirco Norte Americano que passava por lá, empolgado com a possibilidade de se tornar artista; com ajuda de Ferry falsifica sua certidão de nascimento e foge novamente, agora para São Paulo - Capital para trabalhar e viver em companhia de Ferry no Brás onde se apresentarão durante 06 (seis) anos na Rua ao lado da famosa Porteira do Brás, passagem de nível bem ao lado da hoje Estação Roosevelt em São Paulo. 
Após sete anos sem ver os pais, Bernardo encontra Amácio Mazzaropi trabalhando com Ferry na porteira do Brás e o obriga ir rever sua mãe que já tinha voltado a morar em São Paulo, por conta da falência do armazém em Sorocaba-SP. 
Após este reencontro é que Amácio Mazzaropi aos 23 anos de idade viria a conhecer Taubaté-SP, sua mãe Clara Ferreira Mazzaropi o levou para conhecer seu tio João Ferreira, irmão de Clara Ferreira Mazzaropi, que morava num sitio em Tremembé-SP. 
Este tio João foi o maior de todos os incentivadores da carreira artística de Mazzaropi. 
Em São Paulo levado por Ferry (o faquir) estréia no Teatro Colombo, Teatro dos operários italianos, cantando cansoneta napolitana, desajeitado de paletó e gravata. Naquele mesmo ano conhece uma dupla de comediantes caipira, os irmãos Sebastião e Genésio Arruda. (aqui nasce o Jeca do Amácio Mazzaropi). 
Quase um ano depois de estrear no Teatro Colombo, ele se apresenta pela primeira vez vestido de caipira, Jeca, como ele chamava, cantando cansoneta napolitana e piadas lhe ensinadas por Genésio Arruda. Foi um sucesso.

O Radio: a partir daí Mazzaropi como todos conhecem foi sucesso no Radio, Nacional e Tupi, primeiro trabalho, foi na Radio Tupi - São Paulo contratado pela Radio Nacional do Rio de Janeiro foi recontratado pelo próprio dono da Radio Tupi que ele chamava de Doutor Assis Chateaubriand. 
Foi para a televisão, TV Tupi 1.950, levado por Demerval Costa Lima de quem foi grande amigo e Cassiano Gabus Mendes, Programa Rancho Alegre, onde conheceu Geny Prado, fez um pequeno trabalho na TV Excelsior-SP. 

O Teatro – Colombo, Oberdan, Cine Teatro Central e seu Teatro de Zinco – chamado de Pavilhão Mazzaropi. 
Alias o seu Pavilhão chamado de Pavilhão Mazzaropi, foi construído na cidade de Jundiaí-SP onde estreou, com dinheiro do salário que ganhava na Radio Tupi, andou pelo interior do estado de São Paulo. Sempre onde havia estação de trem, pois o pavilhão só viajava em trens, o pavilhão durou 08 anos e foi desfeito logo após a morte de seu pai Bernardo Mazzaropi, uma das coisas que mais lhe agradava no Pavilhão Mazzaropi, era ver seu pai trabalhando com ele; como não conseguia no inicio de carreira se apresentar em grandes teatros de São Paulo, montou seu pavilhão na Rua Joaquim Floriano, no Itaim, próximo de nossa casa que era na Rua Paes de Araujo n º 168. Itaim bibi, local onde sempre morou desde que foi trabalhar na radio Tupi. Trabalhou em outros teatros, mais sempre levado por outros artistas como Dercy Gonçalves e outros. 

Amácio Mazzaropi nunca trabalhou em outra atividade sem que seja a de ator, artista, comediante ou cineasta; o registro existente em sua carteira de trabalho dizendo-se tecelão era por conta de um patrocínio conseguido por ele junto ao Dr. Felix Guisard, dono da CTI – Companhia Taubaté Industrial, era nos anos 40 inicio da nova lei trabalhista; e como o patrocínio perdurou por mais de um ano foi preciso fazer o registro, isto me foi contado por ele. 

O Cinema fez 32 filmes; na Radio Tupi conheceu Abílio Pereira de Almeida, que foi quem o levou para o cinema, lhe convidou para fazer um filme, primeiro com Oscarito que não deu certo, depois sozinho, na Companhia Vera Cruz em São Bernardo do Campo - SP. 
Sai da Frente foi seu primeiro filme, fez ao todo 08 filmes como empregado, ou contratado como gostava de dizer. 
Vendo que todos ganhavam muito dinheiro e ele não, decidiu produzir seus próprios filmes. 
Vendeu sua casa na Rua Paes de Araujo 152 e alugou equipamento da Cia Vera Cruz e criou a Pam Filmes – Produções Amácio Mazzaropi, produziu 24 (Vinte e quatro) filmes do Chofer de Praça a O Jeca e a Égua Milagrosa. Montou Estúdio próprio, em Taubaté-SP, primeiro na Fazenda da Santa e depois o Estúdio Novo mais próximo da cidade, onde o transformou em Hotel, o Pam Filmes Hotel, hoje Hotel Fazenda Mazzaropi, muito bem cuidado até os dias de hoje, pertence à família Roman.

O Circo, sua paixão pelo Circo vem desde criança, sempre que tinha um Circo por perto lá estava ela, nunca teve um Circo, embora sempre tivesse vontade de ter, muito do que ajudou Mazzaropi ser o que foi deve-se a seu trabalho levando milhares de seus shows ao Circo, lugar onde Mazzaropi se sentia melhor se apresentando, entre muitos Circos dois sempre tiveram sua preferência o Circo Windisor do Palhaço Vitrolinha e do Jeferson no qual nos apresentamos milhares de vezes e no grandioso Circo Romano, embora tambem fizemos muitos shows no Circo Bartolo ( GranCirco Norte Americano) Circo Garcia, Circo Orlando Orfei, Circo Stancovichi, Circo Stevanovichi e os pequenos Circos Pop e muitos outros aos quais sempre Mazzaropi se apresentou. 

Conheci Amácio Mazzaropi em 1.968; eu tinha 11 anos e por quem acabei sendo criado, acompanhei parte de sua trajetória e conheci toda sua historia, de 1.975 a 1.977 Mazzaropi adoece, acometido por um câncer de medula óssea, passei 2 anos sentado a beira de sua cama cuidando-lhe; isto me valeu uma vida. 
Não se casou, viveu no anonimato por 37 anos com uma única pessoa, não teve filhos naturais nem adotivos mais ao longo de sua vida acabou por criar 05 (cinco) pessoas as quais tratava como filhos, João Batista de Souza (Joãozinho), Péricles Moreira-(O Afilhado), Pedro Francelino de Souza-(O Filho Preto), o Carlos Garcia e eu André Luiz de Toledo-(André Luiz Mazzaropi). 
Teve uma grande amor, platônico, Hebe Camargo;
Como nós muitas pessoas fizeram parte da vida de Mazzaropi, talvez não soubesse numeralas, ou esquecido algumas, mais dos que me lembro agora foram: Gentil Rodrigues, Argeu Ferrari ambos com mais de trinta anos vividos com Mazzaropi alem de Rose Garcia, Helia Parras Mauro, Dna. Benedita, Orozina, Luiz Carlos de Oliveira, Luiz da Fazenda e João Leite, Cecília e Claudio, Dr. Francisco, Dr. Castor Jordão Cobra, Luiz de Bariri, Célia e Fuaad aos que o tempo me fez esquecer, me perdoem. 
Amácio Mazzaropi faleceu em 13 de Junho de 1.981. 

Quando fechamos a Distribuidora Pam Filmes em 1.984 os dados do Cardex (arquivo de dados) da empresa davam conta que:
De 1.961 a 1.983 o Mazzaropi produziu com recursos próprios 24 filmes dos quais 18 estão entre os filmes mais assistidos do cinema nacional. 06 são recordistas de publico e o filme Jeca Macumbeiro é o maior recordista de publico e renda da historia do cinema nacional, colocou em 4 semanas de lançamento 16.800.000 pessoas pagantes em 4 semanas de exibição, igualando ao maior recordista mundial de publico, que é o filme O Tubarão que no Brasil colocou 16.600.000 nas mesmas 4 semanas todos em 1.975.
Em nossos cardex, (PAM FILMES)- ((Controle de exibição - Praça - Publica e renda) - o filmes Casinha Pequenina colocou de seu lançamento 1.963 á 1.983 - quando a Pam Filmes fechou, 93.867.000 de pessoas - equivalente a toda a população do Pais). (sem contar os outros filmes que atingiram neste período 178.779.300-). 
Em 1.981 - no Cardex da Pam Filmes existiam cadastrados 11.648 salas de exibição no Brasil, sendo que apenas 48 cinemas tinham mais de uma sala, com média de 800 lugares. Havia naquela época cinemas com salas entre 500 e 3.000 - caso do PENHARAMA-SP. 

Desde 1.983 quando decidi me vestir de jeca e fazer o André Luiz Mazzaropi – O Filho do Jeca, tenho viajado o Brasil afora levando a exibição de filmes do Mazzaropi, eu o Filho do Jeca Mazzaropi, minha família, mulher, filhos e netos, me apresentando em praças publicas, teatros, cinema, centros culturais, completando 1.520 apresentações dia 28 de Março de 2.009 em Itirapina-SP, num show de praça publica, em que muito chovia e o publico debaixo de guarda chuvas, sentados em cadeiras molhadas assistiam ao show; 
Há; conhecidencias a parte minha mãe Elza Nascimento de Toledo, também fazia aniversário dia 09 de Abril, alegria em dose dupla.
Se estivesse vivo completaria hoje 97 anos. 

Esta Historia ninguém me contou e há vivi. 

Depois da DOR, a ALEGRIA DA SAUDADE. 

Amácio Mazzaropi até os dias de hoje o povo brasileiro te ama, meu pai. 

André Luiz Mazzaropi
O Filho do Jeca

www.andreluizmazzaropi.com.br

Taubaté, 09 de Abril de 2.009

Discografia : 
1.954 - RCA - Vitor Nha Carola Com Loloita Rodigres
1.964 - RCA- Canden - Os Grandes Sucessos de Mazzaropi 
1.979 - Chantecler - Mazzaropi . Hector Lagna Fieta
compacto.

FILMOGRAFIA : 
1. Sai da frente (1951) 
2. Nadando em dinheiro (1952) 
3. Candinho (1953) 
4. O gato da madame (1954) 
5. A carrocinha (1955) 
6. Fuzileiro do amor (1955) 
7. O noivo da girafa (1956) 
8. Chico Fumaça (1956) 
9. Chofer de Praça (1958) 
10. Jeca Tatu (1959) 
11. As Aventuras de Pedro Malazartes (1959) 
12. Zé do Periquito (1960) 
13. Tristeza do Jeca (1961) 
14. O vendedor de lingüiça (1961) 
15. Casinha pequenina (1962) 
16. O Lamparina (1963) 
17. Meu Japão Brasileiro (1964) 
18. O puritano da rua Augusta (1965) 
19. O corintiano (1966) 
20. O Jeca e a freira (1967) 
21. No paraíso das solteironas (1968) 
22. Uma pistola para Djeca (1969) 
23. Betão Ronca Ferro (1971) 
24. O grande xerife (1972) 
25. Um caipira em Bariloche (1973) 
26. Portugal, minha saudade (1974) 
27. O Jeca Macumbeiro (1975) 
28. Jeca contra o Capeta (1976) 
29. Jecão, um fofoqueiro no céu (1977) 
30. O Jeca e seu filho preto (1978) 
31. A banda das velhas virgens (1979) 
32. O Jeca e a égua milagrosa (1980)